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Carter Batista·26 de novembro de 2020
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Carter Batista·26 de novembro de 2020
Talvez o mundo não veja outro talento como Diego Armando Maradona Franco e sobretudo, um ÍDOLO da mesma envergadura.
Humano, demasiado humano, Maradona encantou pela empatia. Nunca foi o semi-deus perfeito e infalível preso numa bolha de cristal, nunca se pautou pelo que os outros esperavam, nunca reproduziu o discurso ensaiado no media training, sempre foi ele mesmo, custasse o que custasse.
E isso lhe custou muito. A vida desequilibrada, que ao final tanto se assemelha à vida real de tantas pessoas comuns, lhe cobrou um preço altíssimo. O encerramento prematuro da carreira e da própria vida deixando milhões de fãs órfãos pelo mundo. Maradona alcançou a glória e Diego pagou o preço máximo por isso.
Napoleão disse uma vez que os homens de gênio são como meteoros, destinados a queimar para iluminar o século. Essa frase parece se encaixar perfeitamente ao cometa maradoniano e sua passagem fulminante pelo mundo da bola.
Hoje, enquanto escrevo esta coluna, 24 horas após a sua morte, um milhão de argentinos prestam suas últimas homenagens no velório que ocorre na Casa Rosada. Um milhão de adeptos de um culto e de uma devoção completa. Em plena pandemia, seu funeral reune presencialmente cerca 3% da população da Argentina.
Na Argentina, as exéquias de Diego só podem ser comparadas ao último adeus de Carlos Gardel e Juan Domingos Peron.
É por isso que podemos defender sem exagero nenhum que dificilmente o mundo veja novamente um ídolo como Maradona, com seus defeitos e virtudes, na vida e na morte ele foi capaz de ser quase uma unanimidade.
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Diversas homenagens póstumas já lhe foram rendidas nesse curto espaço de tempo e alguém sugeriu que a camisa 10 fosse imortalizada no futebol. Essa medida seria redundante, pois a 10 de Diego Maradona já é imortal, ele próprio se encarregou disso em campo.
Agora é preciso que ela continue sendo um símbolo e uma possibilidade, para garantir que outros meninos e meninas sonhem em ser como foi Maradona dentro de campo.
Descanse em paz, Diego.
Que você possa ser recebido na glória eterna do alíssimo por las manos de Dios.
Carter Batista é colunista convidado do OneFootball e escreve a coluna Clubismo OF às quintas-feiras.
Foto de destaque: Rodrigo Valle/Getty Images