Clássico foi equilibrado, mas faltou poder de decisão a Liverpool e Manchester United | OneFootball

Como diz o poeta, clássico é clássico e vice-versa e quando se trata de Liverpool e Manchester United, a rivalidade é enorme, assim como o tamanho dos dois clubes. Como contamos aqui, é raro que os dois rivais estejam bem ao mesmo tempo. Por isso, foi raro vermos os dois brigando pela ponta. A última vez foi na temporada 2008/09, quando o Liverpool goleou com gol de Fabio Aurelio. Neste domingo, tantos anos depois, o United chegou como líder diante do atual campeão, Liverpool. A expectativa era alta e os dois times competiram muito, mas ficaram em um empate por 0 a 0. Um resultado melhor para os Red Devils, que permanecem na ponta da Premier League.

Jürgen Klopp tinha problemas para armar o time. O time segue sem Virgil Van Dijk e Joe Gomez, machucados, e perdeu também Joel Matip. Como o técnico não parece confiar em Rhys Williams e nem em Nathaniel Phillips, escalou dois volantes na posição: Fabinho e o capitão Henderson. A surpresa veio com Xherdan Shaqiri, escolhido para começar no meio-campo no lugar de Henderson, recuado para a zaga. O setor foi composto por Thiago Alcântara, Georginio Wijnaldum e o suíço.

Ole Gunnar Solskjaer, por sua vez, tinha o time quase completo, exceto por Phil Jones. Manteve o time titular habitual, com Bruno Fernandes, principal jogador do time, no meio, junto com Paul Pogba, Scott McTominay e Fred. Anthony Martial e Marcus Rashford eram os atacantes.

Tudo isso na teoria, porque Martial se tornou um ponta esquerdo que voltava fechando a marcação pelo lado, dificultando o trabalho do lateral Trent-Alexander-Arnold no ataque. Do outro lado, Thiago foi o jogador mais recuado nos Reds para organizar o time, mas mesmo assim, também tinha pouco espaço. Mesmo marcado, Thiago foi importante, organizou o time e fez uma ótima partida.

No primeiro tempo, o Liverpool dominou a posse de bola e as ações ofensivas. Foi quem mais chegou ao ataque, tentando um repertório amplo de jogadas: usando os lados do campo com os laterais, em chutes de fora da área, em triangulações, em lançamentos longos e em jogadas individuais. Apesar de chegar mais, o time não conseguia criar chances claras.

Para o United, o problema era não conseguir emendar contra-ataques quando retomava a bola. O time sofria um pouco quando recuperava a posse de errou passes. Com isso, o time de Klopp voltava à carga e ia novamente ao ataque. A melhor chance do United no primeiro tempo foi uma cobrança de falta de Bruno Fernandes, que passou perto.

No segundo tempo, os dois times conseguiram chegar com um pouco mais de perigo. Os goleiros precisaram intervir com grandes defesas. O United melhorou no jogo, passou a chegar ao ataque de modo mais efetivo e criar chances mais claras. Criou problemas para os Reds como não tinha conseguido no primeiro tempo.

Aos 30 minutos, Marcus Rashford começou a jogada pela esquerda, tocou para Luke Shaw, que cruzou rasteiro para Bruno Fernandes finalizar de primeira. Alisson, bem posicionado, defendeu e impediu o gol.

O Liverpool chegou com perigo aos 32 minutos. Thiago Alcântara abriu espaço pelo meio, deixando Fred para trás, e chutou forte de fora da área. David De Gea precisou fazer uma grande defesa e mandou para escanteio.

O goleiro Alisson foi novamente acionado em um lance aos 37 minutos do segundo tempo. Depois de receber de Bruno Fernandes dentro da área, Paul Pogba fuzilou o goleiro, que fez a defesa. Impediu que o francês marcasse o gol que provavelmente significaria a vitória.

No final, o resultado é também por causa de duas defesas muito bem armadas e que funcionaram tantos coletivamente quanto individualmente. Além dos zagueiros, toda a ideia defensiva dos times funcionou bem. Quando o ataque conseguiu criar mais chance, os goleiros apareceram bem.

No fim, o resultado acaba sendo melhor ao United. Não só pela tabela, já que está em vantagem e continua em primeiro lugar, mas porque o jogo era em Anfield. Ainda que a torcida não esteja presente por causa da pandemia, e nem haja precisão para que volte, jogar fora de casa continuar sendo mais difícil. O United terá a chance de fazer o mesmo e, por ora, mantém-se tudo como está.

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