Trivela
·26 de abril de 2023
City consolidou sua arrancada se impondo contra o Arsenal, como o grande campeão que é, e tem caminho aberto para o tri

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·26 de abril de 2023
O Arsenal pode tentar ter ser frio, racional, e pensar que o Manchester City ainda precisa vencer os dois jogos que tem a menos, em um calendário recheado com outras competições e, mesmo que o faça, teria apenas quatro pontos de vantagem, mas seria necessário um trabalho psicológico sem precedentes para que os Gunners não se abalassem com o que aconteceu nesta quarta-feira no Etihad Stadium. O time de Pep Guardiola, que já vinha dando sinais de que havia engatado aquela marcha avassaladora de temporadas anteriores, mostrou a diferença entre um grande campeão e uma equipe jovem e promissora que tenta chegar lá um dia. Com imposição, belos gols e uma dupla afinada em Erling Haaland e Kevin de Bruyne, o City goleou no confronto direto por 4 a 1.
Basicamente nada funcionou ao Arsenal. O meio-campo não conseguia impedir que De Bruyne e Haaland arrancassem de frente para o gol. A defesa ficou vendido e não é boa o suficiente pra parar dois dos melhores jogadores do mundo em um dia iluminado. O ataque praticamente não produziu. A única nota positiva foi a atuação de Aaron Ramsdale, que evitou um placar maior. Depois de três empates consecutivos que permitiram a aproximação, este era o jogo para o Arsenal provar que estava pronto para ser campeão. Aconteceu exatamente o contrário. E, se é frustrante para os seus torcedores, também não é justo cobrar demais um time que conseguiu brigar pelo título antes do cronograma e retornará à Champions League. O balanço ainda é extremamente positivo e, acima de tudo, é simplesmente difícil demais competir quando o City entra em estado de graça.
É o que parece que está acontecendo. Desde o fim de fevereiro, são 11 vitórias em 12 jogos por todas as competições, e o único empate foi completamente sem consequência, no jogo de volta das quartas de final contra o Bayern de Munique. Bournemouth, RB Leipzig, Burnley, Liverpool, Southampton e agora o Arsenal foram goleados sem cerimônia. Em casa, são apenas dois tropeços em toda a Premier League. O principal ponto de interrogação às chances de título do Arsenal sempre foi o potencial de o Manchester City engatar uma sequência que engatou em quase todas as temporadas sob o comando de Guardiola e como ele lidaria com isso. Bom… estamos no meio dela.
Uma das chaves para destravar o City foi uma integração maior de Haaland à construção ofensiva. Esse foi um problema nos primeiros meses, quando o atacante e o resto do time pareciam unidades separadas. Agora, se nunca será um meia que joga de centroavante, o norueguês está participando mais, tanto que foi um dos destaques nesta quarta-feira e marcou o seu gol apenas nos acréscimos do segundo tempo, quando o jogo já estava morto. Guardiola, um gênio, aparentemente encontrou o caminho.
Um dos jogos que o Manchester City deve é contra o West Ham. Enfrentará os Hammers na próxima quarta-feira, mas terá a chance de assumir a liderança um pouco antes, no fim de semana, contra o Fulham, no Craven Cottage, porque o clássico entre Arsenal e Chelsea foi adiado para terça. O outro jogo a menos será pago em 24 de maio, contra o Brighton. Caso ganhe essas duas partidas, abrirá quatro pontos de vantagem, independentemente do que os Gunners fizerem. Não é uma vantagem inatingível em condições normais. Mas quando o City está jogando desse jeito, as condições não são normais.
Depois de experimentar com três zagueiros e Stones em uma função híbrida, Pep Guardiola entrou com linha de quatro. Manuel Akanji em cima de Bukayo Saka, Kyle Walker em Gabriel Martinelli. Ilkay Gündogan entrou mais próximo de Rodri, com Kevin de Bruyne na ligação para Bernardo Silva, Jack Grealish e Erling Haaland. O Arsenal teve a sua formação habitual, com Ben White e Oleksandr Zinchenko nas laterais, Thomas Partey e Granit Xhaka protegendo Martin Odegaard e um trio de ataque rápido e leve.
O Manchester City pode ser o time da posse de bola, e até teve mais que o Arsenal, mas matou o primeiro tempo nas transições. Logo aos sete minutos, Stones saiu com uma bola longa para o círculo central, Haaland dominou e fez a parede para Kevin de Bruyne, que dominou pelo meio, arrancou até a entrada da área e abriu para a perna direita. Com uma chapada no canto de Aaron Ramsdale, os donos da casa abriram o placar rapidinho.
O jogo ficou nervoso depois de um gol tão cedo. Travado, sem finalizações, com os dois times competindo muito e criando pouco. O mar começou a se abrir com Bernardo Silva batendo colocado para uma defesa fácil de Ramsdale. Pouco depois, De Bruyne avançou, cortou para dentro na entrada da área e carimbou a defesa. Sem deixar o Arsenal respirar, o City investiu novamente, com Haaland em transição, no mano a mano. O pesadelo para defesas ao redor da Europa terminou com um chute fraco de perna esquerda. Haaland não pegou tão bem, mas Ramsdale ainda fez uma grande defesa.
Haaland, novamente, escapou pela esquerda e fez Ramsdale trabalhar, antes da primeira e única ação ofensiva coordenada do Arsenal no primeiro tempo que serviu para alguma coisa. Thomas Partey recebeu na entrada da área e bateu de primeira, para fora. A segunda finalização dos visitantes na etapa inicial e a mais perigosa. Não que tenha assustado o City. De Bruyne e Grealish fizeram uma boa tabela na saída de bola pela esquerda e deixaram Haaland com liberdade pelo meio. O centroavante avançou à entrada da área, abriu para a perna esquerda em andou bem perto da trave.
Era um pouco difícil explicar como o City havia feito apenas um gol. Quando o relógio marcou 40 minutos, uma possível resposta apareceu porque Ramsdale fez outra grande defesa, quase à queima-roupa, de frente para Haaland, após boa jogada de Gündogan na linha de fundo. Nos acréscimos, o placar ficou bem mais justo: De Bruyne cobrou falta na área, Stones apareceu livre na segunda trave e cabeceou cruzado para o fundo das redes. A olho nu, pareceu em posição de impedimento. As linhas do assistente de vídeo, porém, o colocaram bem no limite, e o City foi ao intervalo, merecidamente, vencendo por 2 a 0.
Nem sempre o jeito de sair de um buraco é usando o bancos de reserva, mas o Arsenal foi tão claramente dominado no primeiro tempo que é um pouco estranho que Mikel Arteta não tenha mudado alguma coisa no intervalo. Se esperava uma reação com os 11 titulares, porém, foi frustrado porque a etapa inicial começou exatamente do mesmo jeito e, em menos de dez minutos, estava tudo acabado.
Após Haaland exigir mais uma grande defesa de Ramsdale, frente a frente, o Arsenal fez o que é imperdoável em uma partida com esta: saiu jogando meio mole. No meio-campo, Odegaard deu um passe para trás para Partey, fraco demais, e De Bruyne interceptou com a pontinha da chuteira, ligando imediatamente com Haaland. Correr para trás diante dos dois deve ser um dos cenários mais assustadores do futebol profissional hoje em dia. Rob Holding esboçou fechar Haaland, desistiu, foi na direção de De Bruyne e viu o chute colocado do belga passar entre as suas pernas.
Não teve muito mais jogo depois disso. Situação padrão: o Arsenal atacou sem realmente acreditar que conseguiria alguma coisa, o City administrou. Holding, quem diria, conseguiu descontar com uma batida da entrada da área, após passe de Leandro Trossard, e, nos acréscimos, com os cabelos soltos, Haaland recebeu o toque esperto de Phil Foden e fechou a conta.
3-4-2-1
31
Ederson
2
Kyle Walker
3
Ruben Dias
25
Manuel Akanji
20
Bernardo Silva
5
John Stones
16
Rodri
10
Jack Grealish
17
Kevin De Bruyne
8
Ilkay Gundogan
9
Erling Haaland
Substitutos
80
Cole Palmer
47
Phil Foden
82
Rico Lewis
4
Kalvin Phillips
21
Sergio Gomez
19
Julian Alvarez
14
Aymeric Laporte
18
Stefan Ortega
26
Riyad Mahrez
4-3-3
1
Aaron Ramsdale
35
Oleksandr Zinchenko
6
Gabriel Magalhaes
16
Rob Holding
4
Ben White
34
Granit Xhaka
5
Thomas Partey
8
Martin Odegaard
11
Gabriel Martinelli
9
Gabriel Jesus
7
Bukayo Saka
24
Reiss Nelson
10
Emile Smith-Rowe
3
Kieran Tierney