Cheio de figurinhas carimbadas, incluindo o técnico Gilardino, o Genoa sobe de imediato à Serie A | OneFootball

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Trivela

·08 de maio de 2023

Cheio de figurinhas carimbadas, incluindo o técnico Gilardino, o Genoa sobe de imediato à Serie A

Imagem do artigo:Cheio de figurinhas carimbadas, incluindo o técnico Gilardino, o Genoa sobe de imediato à Serie A

O Genoa vinha de uma sequência de 15 temporadas na primeira divisão do Campeonato Italiano, até que o rebaixamento acontecesse na temporada passada. Mas, apesar da ruína do Grifone, o acesso não demorou a ser alcançado. Logo em sua primeira participação na Serie B depois do descenso, os rossoblù conseguiram a volta imediata à Serie A. Foi uma campanha de recuperação, numa edição da segundona com muitos adversários de peso e relativo equilíbrio. Ainda assim, os genoveses cumpriram a missão com duas rodadas de antecedência. A vitória por 2 a 1 sobre o Ascoli valeu a promoção, neste sábado. Depois de Fabio Grosso subir com o Frosinone, outra figurinha carimbada consegue o feito com o Genoa: Alberto Gilardino assumiu o time em dezembro e completou o acesso. Uma festa que contrasta com o descenso da rival Sampdoria, confirmado nesta segunda.


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A história do rebaixamento do Genoa não começa na última temporada. O clube era administrado desde 2003 por Enrico Preziosi, dirigente que proporcionou anos muito turbulentos ao Grifone. O clube chegou a ser rebaixado à Serie C, com envolvimento em manipulação de resultados e fraudes na venda de jogadores. Depois, teve um período estável na Serie A e conseguiu até campanhas na parte de cima da tabela. De qualquer maneira, o padrão era sofrer e lutar contra o descenso. O medo da queda atormentava os genoveses por bons anos até que, em setembro de 2021, o grupo 777 Partners comprou a agremiação e a tirou das mãos de Preziosi. Mas não que tenham resolvido os problemas de imediato.

O Genoa começou a Serie A treinado por Davide Ballardini, antes de recorrer a Andriy Shevchenko após a chegada da 777. O ucraniano não durou mais do que dois meses no cargo, até a aposta em Alexander Blessin, que também não promoveria o salto necessário na tabela. Já no mercado de janeiro, os rossoblù se movimentaram bastante. Apostaram na contratação sobretudo de jovens, enquanto medalhões como Goran Pandev e Felipe Caicedo fizeram as malas. Não deu certo e o rebaixamento se consumou. Um novo desmanche aconteceu na atual temporada, até porque muitos desses novatos não quiseram continuar na Serie B. Também saíram mais alguns veteranos, a exemplo de Mattia Destro e Domenico Criscito – que depois voltaria. A intenção era botar ordem na casa, com as dívidas altas do clube.

O Genoa não teve um início de campanha estável na Serie B. Tanto é que o time passou a maior parte do primeiro turno fora da zona de acesso direto, embora ainda dentro da zona dos playoffs. Foi o momento em que ocorreu uma troca de técnico, depois de 15 rodadas. Alexander Blessin até resistiu no cargo após o rebaixamento, mas não durou tanto na segundona. O alemão foi substituído no início de dezembro, depois de uma sequência de cinco rodadas sem vencer, com três derrotas para times da metade inferior da tabela. Com o clube na sexta colocação, o escolhido para assumir a missão foi Alberto Gilardino.

Aos 40 anos, Gilardino dá seus primeiros passos como treinador. O ex-atacante teve trabalhos curtos nas divisões de acesso, à frente de Rezzato, Pro Vercelli e Siena. Mais recentemente, o italiano retornou ao Genoa, onde teve passagens como jogador, para trabalhar nas categorias de base. Com a demissão de Blessin, Gilardino foi promovido ao posto principal. E conseguiu virar a chavinha. Logo de cara, foram sete partidas de invencibilidade, com cinco vitórias. Colocou a equipe na segunda colocação, de onde o Grifone não saiu mais.

Gilardino mantém um aproveitamento de 73% dos pontos à frente do Genoa. O time caiu nas oitavas de final da Copa da Itália, superado pela Roma, mas fez muito bem a sua parte na Serie B. A única derrota com o novo treinador na liga aconteceu no início do returno, diante do Parma. Desde então, a invencibilidade se estende há 13 rodadas. Os rossoblù garantiram as vitórias em casa e tantas vezes voltaram com empates fora, num 3-5-2 estabelecido pelo técnico. Nesta arrancada, aliás, o Grifone se destaca pelos números defensivos. Foram só dez gols sofridos sob as ordens de Gilardino, com 31 tentos marcados.

O Genoa não conseguiu se equiparar ao Frosinone, com quatro pontos à frente e que deve ficar com o título da Serie B. Em compensação, a distância ao restante dos concorrentes se tornou confortável. Terceiro colocado, o Bari aparece oito pontos atrás. É um dos times garantidos nos playoffs, ao lado de Südtirol, Parma e Cagliari. Palermo, Pisa, Venezia, Ascoli, Reggina, Modena, Como e Ternana fazem uma briga de foice pelas duas últimas vagas, com uma diferença de apenas cinco pontos entre eles.

O elenco do Genoa ainda conta com muitas figurinhas conhecidas. Nomes como Albert Gudmundsson e Milan Badelj permanecem em relação ao descenso, com a braçadeira de capitão para Stefano Sturaro, que voltou de lesão durante a temporada. Já a lista de reforços incluiu os veteranos Kevin Strootman e Massimo Coda, que fizeram parte da base titular. Além disso, o Grifone se valeu de empréstimos de jovens promessas. O goleiro Josep Martínez (RB Leipzig) e o zagueiro Radu Dragusin (Juventus) foram pilares do sistema defensivo. Davam sustentação a um trio rodado no meio (Sturaro-Badelj-Strootman) e a uma dupla de ataque também experiente (Gudmundsson-Coda, os dois grandes responsáveis pela produção ofensiva). Também vale menção ao ídolo Criscito, que voltou em janeiro para ganhar um salário mínimo, após rápida passagem pelo Toronto FC. O lateral esquerdo de 36 anos foi importante na guinada final com Gilardino e deve pendurar as chuteiras com a missão cumprida, após o acesso.

O grande ponto para o Genoa será a maneira como o time vai se restabelecer na Serie A. Os medalhões oferecem uma boa tarimba para a primeira divisão, mas está claro como o elenco precisa de reforços à manutenção na elite. O desafio vai ser o planejamento de longo prazo da 777, que terá o seu maior desafio desde que aportou na Europa. Agora o clube não está mais com a corda no pescoço e poderá traçar como será a reconstrução. Não é apenas o Grifone que precisa honrar sua história, de quem colecionou troféus nos primórdios do Campeonato Italiano, mas o próprio futebol de Gênova que necessita de uma recuperação. Diante da derrocada da Sampdoria, a missão está nas mãos dos rossoblù.

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