Gazeta Esportiva.com
·12 de novembro de 2024
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O Atlético-MG se pronunciou nesta terça-feira sobre os acontecimentos da final da Copa do Brasil, contra o Flamengo, no último domingo, na Arena MRV, em Belo Horizonte. O CEO do Galo, Bruno Muzzi, lamentou os incidentes e afirmou que o clube não se isentará da culpa.
“É inadmissível o que aconteceu na Arena MRV. Não vamos nos isentar de culpa, erramos e vamos assumir. Vamos implementar novas medidas, mais duras, para que isso não se repita dentro da nossa casa”, afirmou.
De acordo com nota divulgada nesta terça, o time mineiro “já identificou alguns infratores, que serão punidos de forma severa pelo clube”. 16 torcedores foram levados à Polícia Militar no dia da partida, e 12 deles foram detidos “por conta de incitação de tumulto, ameaça e caso de injúria racial”.
O Atlético-MG segue trabalhando com as autoridades para a investigação de todos os crimes cometidos. Bruno Muzzi também destacou que o clube estuda medidas para fortalecer a segurança da Arena MRV, como a instalação de vidros no setor mais próximo do campo. Além disso, o perímetro de segurança do estádio terá um aumento.
O CEO do Atlético-MG ainda reforçou que a quantidade de seguranças no estádio foi dobrada para a final. No entanto, ele compreendeu que o aumento foi insuficiente para impedir os acontecimentos. O dirigente ainda ordenou uma maior presença da Polícia Militar nos jogos e revelou que houveram invasões na esplanada do estádio.
“Tínhamos mais de 700 seguranças na partida, quase o dobro do que costumamos ter. A Arena MRV conta com 350 câmeras monitoradas em tempo real pelo nosso centro de comando, o CCO (Centro de Controle de Operações), que é o gabinete de crise no qual há o trabalho conjunto entre a equipe de segurança do Atlético e da Arena MRV, Polícia Militar, Guarda Municipal, Polícia Civil e Bombeiros. Eu acompanhei todos os trabalhos lá no CCO”, pontuou.
“Os seguranças particulares são treinadores para lidar com torcedores, e não com bandidos. Quem lida com bandido é a polícia”, continuou.
“Tivemos muitas invasões na esplanada. Isso formou o chamado “cavalo doido”, que é uma ação coletiva de bandidos para invadir os portões, o que nos obrigou a fazer o fechamento dos portões. Esses bandidos entraram na Arena MRV com bombas e cometerem arrastões”, finalizou.
De acordo com súmula do árbitro Raphael Claus, a torcida do Atlético-MG arremessou bombas no gramado no primeiro tempo e na segunda etapa. Também foram arremessados no campo copos plásticos.
A confusão se agravou logo após o gol do Flamengo, marcado por Plata aos 37 minutos do segundo tempo. Durante a comemoração, foram arremessados diversos objetos da arquibancada em que estava a torcida do Galo, na direção dos jogadores e da comissão técnica do Rubro-Negro. A partida ficou paralisada durante sete minutos depois do ocorrido.
O arremesso mais grave foi a bomba que atingiu o fotógrafo Nuremberg Maria José, que precisou ser levado às pressas para o hospital para realização de cirurgia. O profissional teve constatado rompimento de tendões e fratura de dedos e segue internado. O Atlético-MG já iniciou assistência e se ofereceu a pagar todos os custos médicos ao fotógrafo. Ele recebeu visita do presidente do Galo Sérgio Coelho nesta manhã.
Além disso, houve invasão e tentativas de invasão ao campo por parte de torcedores da equipe mandante. A Polícia Militar interviu a situação com bombas de efeito moral para conter os torcedores que tentaram entrar no gramado.
O Atlético-MG foi punido pelo STJD e teve seu estádio interditado até que novas medidas de segurança sejam implementadas. O clube acatou o pedido do órgão, mas reiterou que irá à justiça para se defender.
Torcida do Atlético-MG em confusão na final da Copa do Brasil, no último domingo, na Arena MRV, em Belo Horizonte. (Foto: DOUGLAS MAGNO / AFP)