
Gazeta Esportiva.com
·07 de junho de 2024
CBF vê denúncias de John Textor sobre manipulação como “ação irresponsável”

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·07 de junho de 2024
Nesta quinta-feira, Wilson Luiz Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, contradisse as acusações de supostas fraudes no resultado de partidas do Campeonato Brasileiro. Em seu depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, disse que as acusações feitas por John Textor, dono da SAF do Botafogo, não merecem credibilidade.
“Em termos de CBF, zero. Dou a ele zero por cento de possibilidade. Com a experiência que tenho, não vi e não identifiquei nenhuma ação que possa dar a mínima referência e transformá-la em algum tipo de manipulação de resultado. Erros de arbitragem ocorrem. Mas, transformar um erro de arbitragem em denúncia por manipulação de resultado, na minha visão, é uma ação irresponsável”, afirmou Seneme, segundo a Agência Senado.
Jorge Kajuru (PSB-GO), senador e presidente da CPI, falou em possíveis punições ao dono da SAF do Botafogo. “Se ele (John Textor) não provar absolutamente nada, tem que ser banido do futebol brasileiro e expulso do país por toda a bagunça que está criando”, disse o parlamentar.
O empresário norte-americano denunciou suposta manipulação do VAR) durante um jogo entre Botafogo e o Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro 2023. O ex-jogador Romário (PL-RJ), atualmente senador e relator da CPI, questionou o presidente da Comissão de Arbitragem sobre a confiabilidade do sistema utilizado pela CBF.
“O VAR não é o VAR do Brasil. É o VAR da Fifa. O modo como se opera a tecnologia do VAR e como os árbitros trabalham é o mesmo na China, no Japão, na Inglaterra, no Paraguai, no Brasil e na Argentina. É um padrão único”, respondeu Seneme.
Coletiva de Imprensa da Seleção Brasileira: 05/06/2024 https://t.co/LGLFlQrqrF — CBF Futebol (@CBF_Futebol) June 5, 2024
Durante a reunião, imagens publicadas por John Textor em suas redes sociais foram expostas pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ). Em um vídeo, o norte-americano mostra o lance da expulsão de Adryelson no duelo contra o Palmeiras. De acordo com o empresário, os árbitros que comandavam o VAR na ocasião deixaram de exibir ao juiz de campo imagens que poderiam ter mudado sua decisão em campo.
“Uma imagem, que não foi exibida, mostra o jogador do Botafogo tocando primeiro a bola. O que está acontecendo, na minha opinião, é uma interferência da cabine do VAR. O que estou discutindo aqui é a manipulação de imagens. Por que não foi para o campo essa imagem, já que as câmeras tinham? Dizer que a cabine do VAR não é obrigada a mandar torna ainda mais séria necessidade de investigação”, disse Portinho.
Eduardo Girão (Novo-CE), senador e parlamentar, criticou a presença das casas de aposta em torneios da CBF por meio de patrocínios e defendeu que a atuação destas plataformas afeta o futebol.
“O conflito de interesse para mim é muito claro. Eu, como presidente de clube (presidiu o Fortaleza em 2017), sou terminantemente contra. Acho que estamos matando a galinha dos ovos de ouro no futebol. As pessoas não sabem se estão assistindo a um jogo de verdade ou combinado. E o pior: muitos brasileiros (estão) sendo endividados”, declarou.
A CPI também contou com a presença de Hélio Santos Menezes Junior, diretor de Governança e Conformidade da CBF. Ele citou medidas da entidade para prevenir episódios de manipulação dos resultados, como acordos de cooperação entre CBF, Polícia Federal e Ministérios Públicos da União e dos estados.
Após a audiência pública, em reunião privada, representantes da CBF mostrariam aos parlamentares elementos sobre o funcionamento do VAR.