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·10 de julho de 2025

Caso VaideBet: Augusto Melo e ex-dirigentes do Corinthians são denunciados pelo MP

Imagem do artigo:Caso VaideBet: Augusto Melo e ex-dirigentes do Corinthians são denunciados pelo MP

Nesta quinta-feira, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) ofereceu à Justiça denúncia contra Augusto Melo, presidente afastado do Corinthians, Sérgio Moura e Marcelo Mariano, ex-dirigentes do clube, e Alex Cassundé. Todos eles foram indiciados pela Polícia Civil, em meados de maio, pelos crimes de associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro no caso VaideBet.

O MP também denunciou os empresários Victor Henrique de Oliveira Shimada e Ulisses de Souza Jorge por lavagem de dinheiro. A informação foi publicada inicialmente pelo ge e confirmada pela Gazeta Esportiva.


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No documento, ao qual a reportagem teve acesso, os promotores exigem que os denunciados paguem 40 mil ao Corinthians como indenização. O MP entende que a suposta trama criminosa entre dirigentes do Corinthians e o empresário Alex Cassundé rendeu tal valor de prejuízo ao clube.

A quantia é referente a: R$ 1,4 milhão pago pelo Timão à Rede Social Media Design LTDA, pela intermediação do contrato com a VaideBet; R$ 38.892.857,14 pagos pelo clube pelo rompimento do vínculo com a Pixbet, ex-patrocinadora do Corinthians.

O MP ainda solicita à Justiça o bloqueio de bens de pessoas físicas e jurídicas citadas na investigação policial.

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(Foto: Peter Leone/O Fotografico/Gazeta Press)

O ex-diretor jurídico Yun Ki Lee, por sua vez, embora tenha sido indiciado pela Polícia Civil, não foi denunciado pelo Ministério Público. O órgão alega que pairam dúvidas “se ele se omitiu dolosamente para a consecução dos objetivos da associação delitiva ou se agiu com descuidado na sua recente função”.

Cabe agora aguardar se um juiz irá acatar ou não a denúncia. Se o caso for levado adiante, Augusto Melo, Marcelo Mariano, Sérgio Moura, Alex Cassundé, Victor Henrique de Oliveira Shimada e Ulisses de Souza Jorge se tornarão réus em processo penal. Haverá, portanto, audiências, novos depoimentos, produção de provas e, por fim, a decisão judicial.

O contrato assinado entre Corinthians e VaideBet virou alvo de investigação policial após a suspeita de irregularidades no processo de intermediação do acordo. Foram descobertos repasses de receitas oriundas de pagamentos do clube para a Rede Social Media Design LTDA, empresa de Cassundé.

Posteriormente, parte destes valores foram transferidos para uma empresa ‘laranja’ e chegaram a uma conta vinculada ao crime organizado, conforme comprovou o relatório assinado pelo delegado Tiago Fernando Correia, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), responsável pelo caso.

Segundo o MP, “está muito claro os caminhos tortuosos e ilegais que o dinheiro percorreu a partir do momento em que saiu dos cofres corintianos”. O órgão também diz que o montante “passou por empresas manifestamente fantasmas e, tudo indica, recebedoras ’em trânsito’ de valores escusos provenientes de estruturas criminosas e de empresas, notadamente, utilizada para as mais diversas formas de lavagem de capitais”.

O QUE DIZ A DEFESA DE AUGUSTO MELO

A defesa de Augusto Melo se manifestou em uma nota oficial, por meio do Dr. Ricardo Jorge. O advogado afirma que a denúncia “carece de clareza e objetividade”. Veja abaixo, na íntegra, o comunicado:

“Com relação à denúncia oferecida pelo Ministério Público contra o presidente Augusto Melo, a defesa reitera que já havia antecipado essa possibilidade, considerando o histórico do procedimento investigativo que perdura há mais de um ano. É evidente que uma investigação tão prolongada, mantida ativa por tanto tempo, apontava para o oferecimento de denúncia como desfecho natural, ainda que previsível.

No entanto, assim como ocorreu no relatório investigativo, a denúncia apresentada carece de clareza e objetividade. Não há uma descrição cronológica coesa dos fatos que permita compreender, de forma técnica e precisa, qual seria a conduta delituosa imputada ao presidente.

A peça acusatória, portanto, não surpreende nem inova em relação ao que já se esperava. Trata-se de uma narrativa genérica e pouco fundamentada, o que compromete o pleno exercício da ampla defesa e do contraditório.

A defesa já está enfrentando o conteúdo da denúncia com o devido rigor jurídico e confia que a verdade será restabelecida no curso do processo, com o devido respeito aos direitos e garantias constitucionais do presidente Augusto Melo.”

Augusto Melo foi afastado da presidência do Corinthians no último dia 26 de maio. Na oportunidade, o Conselho Deliberativo do clube se reuniu no Parque São Jorge e decidiu, por ampla maioria, aprovar o processo de impeachment do então presidente por conta do caso VaideBet.

Além de meios judiciais, Augusto pode retornar às suas funções por meio da Assembleia Geral. No encontro, os associados do clube irão votar para ratificar ou não a decisão do Conselho. Se os sócios aprovarem novamente o impeachment, o mandatário será definitivamente destituído. Caso contrário, ele volta à presidência normalmente.

A Assembleia está marcada para o dia 9 de agosto de 2025, das 9h às 17h (de Brasília), no Parque São Jorge.

ENTENDA O CASO

O contrato de patrocínio entre Corinthians e VaideBet foi firmado no dia 7 de janeiro de 2024, por R$ 370 milhões e validade de três anos.

No dia 20 de maio do mesmo ano, foi divulgado um esquema de ‘laranja’ ligado ao intermediário que firmou o acordo entre o clube a casa de apostas: a Rede Social Media Design LTDA. Em março, a empresa recebeu um pagamento de R$ 700 mil do Corinthians, com o qual sua conta bancária passou a ter saldo positivo de R$ 697.270.73. Alguns dias depois a conta foi reabastecida com a mesma quantia.

Uma semana depois, a Rede Social Media Design LTDA fez um pagamento de R$ 580 mil à Neoway Soluções Integradas em Serviços LTDA. Um dia depois desta transação, a Rede Social realizou mais uma transferência à Neoway, desta vez no valor de R$ 462 mil.

A Rede Social foi a responsável pela intermediação do acordo entre VaideBet e Corinthians. A Neoway é uma empresa que teria como sócia uma mulher residente de Peruíbe, chamada Edna Oliveira dos Santos. A sede da Neoway tem como endereço a Avenida Paulista, 171, 4º andar. Porém, segundo a recepcionista do local, ninguém vinculado à empresa já frequentou o local.

A grande questão é que a Rede Social pertence a Alex Fernando André, o Alex Cassundé, que participou da campanha eleitoral de Augusto Melo para a presidência do clube alvinegro, no final de 2023. Cassundé é conhecido do ex-superintendente de marketing do Timão, Sérgio Moura.

As transações de R$ 700 mil reais foram feitas sem o conhecimento do então diretor financeiro do Corinthians, Rozallah Santoro, que naquele momento estava viajando e não se encontrava no Parque São Jorge. Sem a presença de Santoro, o diretor administrativo da época, Marcelo Mariano, autorizou os pagamentos alegando que a Rede Social já havia emitido notas fiscais e teria arcado com os impostos.

Edna Oliveira dos Santos, sócia-majoritária da Neoway, é moradora de uma casa simples em Peruíbe e desconhece a empresa, da qual seria dona. Além disso, Edna desconhece Cassundé.

No dia 27 de maio, a VaideBet enviou uma notificação extrajudicial ao Corinthians, acenando com a possibilidade de rescindir o vínculo, inicialmente previsto até o final do mandato de Augusto Melo. No documento, a empresa expôs sua insatisfação ao time do Parque São Jorge com as notícias veiculadas na imprensa sobre a parceria.

A casa de apostas deu um prazo de dez dias para que o clube prestasse explicações e apresentasse soluções. Sem ter o retorno esperado, a VaideBet exerceu a cláusula de anticorrupção, contida no contrato de patrocínio, e rescindiu o acordo.

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