Jogada10
·19 de julho de 2025
Carta a acionistas e reação do associativo. Como Textor resistiu a ‘golpe’

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·19 de julho de 2025
O Botafogo teve um dos dias mais agitados desde que saiu do modelo associativo para o de SAF (Sociedade Anônima do Futebol), em março de 2022. Afinal, John Textor poderia acordar sem o comando do Glorioso nesta sexta-feira (18). Os novos controladores do Lyon, liderados pela bilionária sul-coreana Michele Kang e pelo fundo de investimento Ares, tentaram tirá-lo da Eagle Football Holding, rede multiclubes que inclui o Mais Tradicional e o próprio time francês. Mas o tiro saiu pela culatra, e a manobra não deu certo. O big boss se articulou para o contragolpe.
O associativo, que manteve 10% sobre a venda do futebol, entrou em cena para evitar o “golpe” contra Textor. O presidente João Paulo Magalhães avisou à holding e ao Lyon que apoiava o magnata norte-americano. Qualquer mudança de comando também precisa passar pelo crivo clube social, que responde como sócio minoritário do futebol alvinegro. Este foi um dos trunfos do Godfather para brecar a investida de Kang e dos cabeças do clube francês contra ele.
O alto escalão da diretoria da SAF do Botafogo também logo saiu em defesa de John Textor. Uma rebelião entrou na pauta do dia no Glorioso. Em carta direcionada aos acionistas da Eagle Football Holding, os dirigentes ameaçaram deixar os seus cargos se o big boss fosse, de fato, afastado.
“Se John for afastado, nós sairemos com ele. Sem ele, não há razão para ficar. Somos um time. Somos uma família. Não estamos abandonando o Botafogo. Estamos defendendo o Botafogo que saiu das cinzas, a fênix que renasceu sob a liderança de um homem que ousou sonhar e nos pediu para sonhar com ele”, pontuou um trecho do documento, conhecido, internamente, como a “Carta da Lealdade”, de acordo com o site “ge”.
O primeiro movimento de um precavido Textor, ao se livrar da tentativa de “golpe” durante esta guerra contra os controladores do Lyon, será “recomprar” o Botafogo e encontrar um forte parceiro europeu para o Mais Tradicional. O norte-americano, assim, vai abrir a Eagle Football Group, nas Ilhas Cayman, para “adquirir” o Alvinegro. Fora da Eagle Holding, o RWDM Brussels (ex-RWD Molenbeek), da Bélgica, também está nos planos do magnata norte-americano, assim como a aquisição de um novo clube da Premier League, a Primeira Divisão da Inglaterra, segundo o jornal “O Globo”.
“Todos sabem que fui escolhido para o Botafogo e é onde me sinto mais em casa. No Brasil, somos incentivados a sonhar, somos livres para inovar e ainda temos muitos troféus para conquistar! As palavras calorosas do João Paulo mostram claramente as razões pelas quais somos campeões, porque éramos ‘família’ antes de sermos campeões”, afirmou Textor.
O Lyon passou por uma crise no meio do ano e chegou a ser rebaixado por problemas financeiros. Textor, então, admitiu os erros durante o período na liderança do Lyon e renunciou ao comando do clube francês. Michele Kang assumiu a presidência, e, posteriormente, o Lyon conseguiu reverter a queda para a Segunda Divisão do Campeonato Francês.
Kang e outros acionistas ficaram irritados pelo que entenderam ser um quadro de descontrole financeiro. Na visão deles, apenas a saída de Textor do dia a dia do Lyon não era o suficiente. A sul-coreana, antigos conselheiros do clube e o fundo Ares (fundo de investimento que emprestou a maior parte do dinheiro para John Textor na compra do Lyon) tentaram então tirá-lo da Eagle Football Holding, rede multiclubes da qual o Botafogo faz parte.