Gazeta Esportiva.com
·13 de janeiro de 2025
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Presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro Bastos participou do programa Mesa Redonda, da TV Gazeta, no último domingo, e foi questionado sobre o futuro da presidência da CBF. O dirigente falou sobre a candidatura de Ronaldo e respondeu se planeja disputar as eleições.
O dirigente disse que não tem conhecimento dos planos de Ronaldo, mas fez um alerta ao ex-jogador, campeão mundial pela Seleção Brasileira em 1994 e 2002. Segundo ele, o futebol brasileiro não precisa apenas de um grande nome, mas sim de um projeto.
Reinaldo também questiona sob quais regras seriam realizadas as eleições à presidência da CBF. O atual mandatário, Ednaldo Rodrigues, está no cargo por conta de uma liminar concedida pelo Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, em janeiro do ano passado.
“Eu não conheço a ideia dele [Ronaldo]. Acho uma proposta embrionária, que ainda não decolou. Explico o porquê. O futebol brasileiro não precisa só de um nome, precisa de um projeto. O Ronaldo é um ídolo, já vibrei com ele, foi campeão pela Seleção. Tenho um carinho especial. Ele tem um grande nome, mas o futebol brasileiro não precisa só disso, precisa de um projeto, um planejamento. Não consigo opinar. Muito se fala que o Ronaldo irá se lançar como presidente, mas com que regra? Com a regra que mantém o Ednaldo no poder ou a regra que, se cair isso, caça todo mundo e volta? O futebol brasileiro precisa caminhar. Como alguém quer ser candidato se você não sabe o que vai acontecer? O Ronaldo pode ser candidato e ganhar a eleição. Aí cai o negócio, cancela tudo e volta de novo a intervenção. Não falo de eleição, o que eu penso sobre isso, enquanto não houver uma regra definida”, disse o presidente da FPF à TV Gazeta.
Em 7 de dezembro de 2023, Ednaldo Rodrigues foi destituído da presidência da CBF pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por entender que sua eleição havia sido ilegal. Na época, o TJ-RJ nomeou o então presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), José Perdiz, como interventor durante um mês. Neste período, ele deveria convocar uma nova eleição, o que não chegou a acontecer.
A intervenção durou menos de um mês. No dia 4 de janeiro de 2024, a liminar de Gilmar Mendes, do STF, recolocou Ednaldo no poder. Neste período, o dirigente ganhou apoio da Conmebol e também da Fifa. Ele aproveitou o retorno à presidência para imediatamente demitir Fernando Diniz, então técnico da Seleção, e contratar Dorival Júnior, que estava à frente do São Paulo.
O futuro de Ednaldo seria novamente julgado pelo STF em outubro do ano passado, mas o Ministro Flávio Dino pediu vista do processo, ou seja, mais tempo para analisar o caso. Conforme previsão do gabinete de Dino, o julgamento está programado para ser retomado no dia 14 de março deste ano.
Essa indefinição, aliás, afasta Reinaldo Carneiro Bastos das eleições à presidência da CBF. Questionado se pretende concorrer ao cargo, o dirigente desconversou e disse que não falará sobre o assunto enquanto não houver uma regra definida.
“Eu estive na CBF no final do ano passado e falei com o presidente Ednaldo. Disse a ele que não trataria desse assunto, nem com ele, nem com ninguém, enquanto não houver uma regra definida. Porque isso muda muito. Parece que agora voltou a pauta, em março vai ser julgado de novo. Torço para que seja definido, para que deixe o futebol brasileiro tomar suas próprias atitudes. E quem quiser ser candidato, que seja. Qualquer brasileiro acima de 18 anos pode ser candidato, inclusive o presidente da Federação Paulista, da Mineira, Carioca, da Gaúcha, qualquer outra federação. Mas, desta forma, se lançar candidato sem saber a regra, é como entrar em um campeonato sem saber se é mata-mata ou pontos corridos. Não dá”, afirmou.
Em outras oportunidades, Reinaldo Carneiro Bastos chegou a externar o seu desejo de presidir a Confederação Brasileira de Futebol. No fim de 2023, em meio ao afastamento de Ednaldo, a FPF publicou uma nota e confirmou a intenção do dirigente de participar das eleições. Ele contava com o apoio de outras sete federações, além de 30 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Dentre eles, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo.
O pleito, contudo, não ocorreu. Reinaldo, agora, aguarda os próximos capítulos do caso para decidir se irá ou não concorrer à presidência. Há expectativa que uma eleição aconteça entre março deste ano e março de 2026, e Ronaldo já confirmou que pretende disputá-la.