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·23 de outubro de 2020

Capitã do CATS, Nini conta o que muda no clube após goleada contra o São Paulo

Imagem do artigo:Capitã do CATS, Nini conta o que muda no clube após goleada contra o São Paulo

A partida entre Clube Atlético Taboão da Serra (CATS) e São Paulo, válida pela segunda rodada do Paulistão Feminino, realçou apenas algumas das dificuldades dessa modalidade no Brasil. Além dos diversos problemas técnicos na transmissão da Federação Paulista de Futebol (FPF), foi dentro de campo que as desigualdades ficaram ainda mais evidentes.

Apesar disso, no intervalo, Alieni Baciega Roschel, a Nini, aproveitou o microfone para criticar a falta de suporte do clube. Em reposta, uma reunião foi convocada para o dia seguinte ao jogo. Nela, se discutiram os temas expostos por ela na ocasião. Logo após, a atleta concedeu uma entrevista ao Futebol na Veia para explicar o que deve começar a mudar.


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“Nada do que foi falado é mentira”

A capitã reforçou a postura que teve no intervalo do jogo na Arena Barueri, mas esclareceu alguns pontos. Na reunião do dia 22 de outubro, os representantes do CATS explicaram que a falta de recursos é um dos principais obstáculos atuais. Nini disse: “O clube não ajuda a gente, mas não é porque eles não querem. É porque eles não têm condição”.

O projeto tem sido muito prejudicado pela pandemia, que promoveu a saída de diversos patrocinadores. Dessa forma, algumas alternativas foram consideradas, sempre com objetivos acessíveis. Isso foi reforçado pela atleta, que disse: “Se fosse pra prometer e não cumprir, era melhor dizer que não tinha como fazer. Porque viver de ilusão o futebol feminino já vive muito”.

“A gente não pode negar nenhuma ajuda”

Nini apontou diversas formas para apoiar o clube, que não se restringem ao aspecto financeiro. Apesar da necessidade de arrecadar fundos, muitas vezes o afeto importa tanto quanto o dinheiro. Ela diz: “Eu acredito que esse apoio emocional que as pessoas estão dando para as meninas é mais importante nesse momento”.

Além disso, uma vaquinha foi organizada para dar suporte financeiro às atletas, visto que nenhuma delas recebe salário. A meta é alcançar 30 mil reais, mas os depósitos ainda não ultrapassaram os três dígitos. De qualquer forma, é possível contribuir com o financiamento clicando aqui.

“Vamos como dá…”

Outro grande obstáculo no projeto do CATS era o transporte das jogadoras. Apesar da necessidade de manter o isolamento, muitas delas faziam o teste de COVID-19, iam para o treino e voltavam para casa usando o transporte público. Dessa forma, Nini destacou a necessidade de uma alternativa de locomoção mais viável, e o clube atendeu.

“Eles conseguiram uma van pra levar a gente do local que fazemos o teste até o campo”, confirmou. Uma solução era cobrada por outras jogadoras que também consideravam o esse ponto um dos defeitos da instituição.

“O campo é bem menor que a Arena Barueri”

Além dos fatores extracampo, as jogadoras do CATS também sofrem com a falta de estrutura nos treinos. Durante a transmissão do jogo contra o São Paulo, a equipe responsável pela cobertura ressaltou alguns desses problemas. Entre eles, estava a dimensão do gramado, que Nini confirma como uma circunstância muito prejudicial.

Além disso, também houve a falta de tempo. Por conta de problemas em arranjar um médico para o time, a equipe teve com pouca agenda para realizar os treinamentos. A capitã conta: “A gente sugeriu que o time não entrasse no campeonato (…), mas você olha pro lado e vê o rosto das meninas mais novas, todas querendo uma oportunidade…”.

“Mandar fazer agora não dá mais tempo”

A capitã do CATS também destacou o problema com as roupas. Ela conta que nenhuma atleta recebeu uniformes para treino e passeio, mas que o clube se comprometeu a mudar esse cenário. Apesar disso, a alternativa é provisória e se baseia na reutilização de produtos da categoria de base.

Nini diz: “Como eles têm as categorias de base do masculino, que jogam a Copa São Paulo, eles tentariam arrumar um uniforme do masculino pra passar pro feminino. Porém, a ideia esbarra em questões burocráticas, visto que as marcas expostas nesses modelos são diferentes em cada categoria.

O que muda agora?

Além das medidas descritas anteriormente, o clube também se comprometeu a disponibilizar máscaras de proteção e camisas para os treinos. Através das redes sociais, a diretoria ressaltou que, apesar da reunião, a situação ainda é delicada: “Sim, precisamos de ajuda”.

Na manhã desta sexta-feira, 23 de outubro, a FPF comunicou que a coordenadora do futebol feminino, Ana Lorena Marche, estará no centro de treinamento do CATS para cobrar medidas do clube. A entidade ainda se comprometeu em ajudar “(…) a equipe com toda a estrutura que for necessária e possível, como materiais esportivos e outros itens essenciais”.

Foto destaque: Divulgação/ Federação Paulista de Futebol.

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