Bruno Simão e o acidente em 2018: «Estive 23 dias no hospital e era um cadáver autêntico» | OneFootball

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·26 de junho de 2024

Bruno Simão e o acidente em 2018: «Estive 23 dias no hospital e era um cadáver autêntico»

Imagem do artigo:Bruno Simão e o acidente em 2018: «Estive 23 dias no hospital e era um cadáver autêntico»

O '4 Cantos do Mundo' é um podcast do jornalista Diogo Matos ao qual o zerozero se uniu. O conceito é relativamente simples: entrevistas a jogadores/ex-jogadores portugueses que tenham passado por pelo menos quatro países no estrangeiro. Mais do que o lado desportivo, queremos conhecer a vertente social/cultural destas experiências. Assim, para além de poder contar com uma entrevista nova nos canais do podcast nos dias 10 e 26 de cada mês, a partir de agora pode também ler excertos das conversas no nosso portal.

O dia 24 de janeiro de 2018 irá ficar para sempre na memória de Bruno Simão. Dias depois de ter feito o primeiro jogo ao serviço do Pinhalnovense, o lateral sofreu um grave acidente de viação que o deixou às portas da morte. De forma natural, esta situação foi recordada no mais recente episódio do '4 Cantos do Mundo'.


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«Assinei pelo Pinhalnovense, faço um jogo em casa, faço uma assistência e ganhámos 2-1. No dia a seguir foi folga, na terça treinei e na quarta tínhamos treino também. Eu estava sem carro e uns colegas levaram-me do Pinhal Novo para Lisboa. Fui buscar a moto a um amigo meu e passado meia hora tive o acidente que me pôs em coma três dias e inapto para a prática desportiva. Tive uma paragem cardiorespiratória, fui operado de urgência, parti costelas, omoplata, perfurei um pulmão... Estive bem mais para lá do que para cá», começou por dizer o lateral, que, ainda assim, conseguiu recuperar de forma lenta:

«Recebi uma notícia triste e que arrasou comigo, isto na medida em que o médico me disse que eu iria ficar inapto para a prática desportiva. Eu não conseguia falar, mas foi como facas a entrar-me no coração. Não acreditava que aquela seria a forma como iria despedir-me do futebol. Contra tudo e todos, vou para o Casa Pia passado quatro meses e consigo subir de divisão. Foi um regresso complicado, mas feliz porque consegui dar a volta.»

Um episódio desta magnitude deixou, como seria de esperar, marcas no internacional jovem por Portugal. «O que é que muda? Sempre tive respeito pela vida e dei valor às coisas. A dor causada aos meus foi enorme, estive 23 dias no hospital e era um cadáver autêntico- perdi 18 kg neste período. Agora sei que a vida são dois dias, portanto procuro ter muito mais contacto com os meus. A nível desportivo pouco mudou, lembro-me apenas da emoção que senti no primeiro jogo que fiz após o acidente. O árbitro apitou para o fim e eu parecia uma criança a chorar», rematou.

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