Bruno Muzzi, CEO do Atlético, revela plano de pagamento de dívidas com o valor da venda do Diamond Mall | OneFootball

Convidado do PODFALAGALO 005, na noite da última terça-feira (9), o CEO da Arena MRV e do Atlético, Bruno Muzzi revelou os planos para os R$ 340 milhões que serão arrecadados com a venda dos 49,9% restantes da participação do Atlético no shopping Diamond Mall.

Reiterando que o montante será usado para o pagamento de dívidas onerosas, Bruno deixou claro que este dinheiro não servirá para pagar os empréstimos dos apoiadores Rubens e Rafael Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães:

“A primeira coisa que nós precisamos deixar claro é que esse dinheiro não é pra pagar empréstimos dos apoiadores, esse dinheiro não é para a Arena. Esse dinheiro é 100% para reduzir o endividamento do Atlético.”

Citando a comissão que foi criada para avaliar a venda do shopping, o CEO revelou já ter um estudo para o plano de pagamentos:

“A gente tem um comitê que foi constituído pelo Conselho para poder nos ajudar na destinação desses recursos. Eu já estou com esse estudo pronto, com o mapeamento de todo o endividamento e todos os contratos em aberto: bancários, agentes, clubes e dívidas trabalhistas. E eu fiz alguns cenários: ‘se a gente for destinar 100% dos recursos para as dívidas bancárias; 100% para agentes; metade, metade; dois terços e um terço…. O que acontece com o fluxo de caixa?’ E mesmo fazendo isso, a gente tem um problema em 2023, que a gente tem um fluxo de caixa com muita quitação ainda. Então, a gente precisa negociar muito bem com os bancos, pra que se alongue os financiamentos existentes, obviamente priorizando aqueles que têm mais custos, e a gente mude o perfil da dívida, para que a gente não caia na armadilha de pagar tudo agora, reduzir o endividamento e, ano que vem, que precisa fazer captações para organizar, você não capte num custo mais alto, por não saber o que vai acontecer. Então, a gente tem que tomar bastante cuidado.”

FOCO NAS DÍVIDAS BANCÁRIAS

A partir da veiculação da informação de que, com o montante arrecadado, automaticamente um valor maior em dívidas seria amortizado, Bruno explicou a questão e apontou o foco principal a ser atacado:

“Um outro ponto importante é que fala-se muito do corte, que com esses R$ 300 milhões eu consigo pagar 400, 450. São cenários distintos. Bancos, eles estão avalizados e você não vai falar pro banco ‘eu vou deixar de pagar, você entra na fila que nós vamos brigar’. Então, a chance de corte alto em endividamento bancário é nula. A gente vai negociar, vai chamar todos os bancos agora. (…) A ideia é mesclar banco e agente. Vamos negociar parcelamentos. Mas o foco principal é a dívida onerosa, que são os bancos.”

CLUBES E AGENTES

Bruno ainda revelou o grande incômodo com as dívidas com outros clubes, geradas por valores de transferências não pagos, além de falar sobre a eventual negociação com agentes de jogadores que também são credores do clube:

“O que mais incomoda são os clubes quando vão para a FIFA, porque o pagamento é imediato e tem sanções esportivas, (com) os agentes, você tem situações. Então, a gente precisa ir pra dívida bancária, que é o que dói bastante, e ir controlando os agentes. (…) Quanto mais a gente conseguir negociar com os agentes e o quanto antes, a chance deles receberem de uma vez…. Eu, se fosse os agentes, pegava na hora.”

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