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·12 de junho de 2025
Bruno Henrique: advogados contestam fiança milionária imposta pelo MP

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·12 de junho de 2025
A defesa de Bruno Henrique pediu que a Justiça rejeite o pedido do Ministério Público para aplicação de uma fiança de R$ 2 milhões no processo em que o jogador é acusado de manipulação e estelionato. Os advogados do atacante do Flamengo alegam que o valor é desproporcional e não é justificável diante da postura do atleta ao longo da investigação.
Bruno Henrique foi denunciado formalmente pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) na terça-feira (11), acusado de forçar um cartão amarelo para beneficiar apostadores. O caso se baseia em investigação da Polícia Federal, que apontou a participação do Camisa 27 em supostas apostas combinadas no confronto entre Flamengo e Santos, em 2023.
O chamado "fiança", neste caso, é um depósito em dinheiro que serve como garantia para que o jogador continue respondendo ao processo. Uma espécie de garantia. O mecanismo é justificado como uma forma de demonstrar compromisso e evitar riscos como fuga ou descumprimento de ordens judiciais. Ao final da ação, o valor é devolvido em caso de absolvição, exceto se aconteçam problemas no andamento.
O Ministério Público justificou o pedido do caução milionário afirmando que a medida serviria para assegurar o comparecimento de Bruno Henrique aos atos do processo, evitar obstruções e garantir o ressarcimento de eventuais danos morais coletivos no caso de uma condenação. O valor de R$ 2 milhões, segundo o MP, está alinhado à condição financeira do jogador e ao impacto público do caso.
No entanto, a defesa considera que não há respaldo suficiente para o pedido: “Bruno Henrique jamais apresentou qualquer conduta que indicasse tentativa de se furtar ao regular andamento processual ou de resistir à atuação do Poder Judiciário”, diz parte da petição da defesa, que classifica a fiança como uma forma de punição antecipada. A informação desse movimento da defesa foi publicada pelo portal 'Metrópoles'
Apesar da repercussão do caso, Bruno Henrique ainda não é réu. A denúncia oferecida pelo MP aguarda análise da Justiça, que decidirá se aceita ou não o pedido. Somente com a aceitação da denúncia o atacante passará a responder formalmente ao processo por suposta manipulação de apostas esportivas.
A fiança de R$ 2 milhões faz parte do pedido do Ministério Público. Caso o juiz concorde, Bruno Henrique terá que depositar o valor como condição para seguir respondendo em liberdade. Se comparecer a todas as audiências e não desrespeitar ordens judiciais, o valor pode ser devolvido ao final do processo. A justificativa é que os compromissos com o Flamengo podem gerar tentativas de adiamento.
“Isso porque, como é notório, Bruno Henrique mantém, até o momento, sua atividade profissional como atleta do Clube de Regatas do Flamengo, da qual advém sua participação em jogos e compromissos em todo o território nacional e no exterior, notadamente em razão de o seu clube empregador estar disputando o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil, a Copa Libertadores da América e o Campeonato Mundial de Clubes”, afirmaram os promotores.
A defesa ainda questiona o momento da denúncia, que ocorreu no mesmo dia em que Bruno Henrique embarcou com a delação do Flamengo para a Copa do Mundo de Clubes da Fifa. Em nota, os representantes do jogador classificaram a iniciativa do MP como “manifestamente aproveitadora” e prometeram refutar as acusações no processo.
“A denúncia oferecida pelo MPDFT, além de inteiramente insubsistente, é manifestamente aproveitadora, dado o contexto em que oferecida, coincidentemente na mesma data em que divulgada a lista de jogadores inscritos para o Super Mundial de Clubes da FIFA, na qual consta o Sr. Bruno Henrique.
Embora a medida do órgão ministerial seja oportunista, a sua defesa esclarece que as indevidas acusações formuladas serão técnica e imediatamente refutadas no processo.”