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Rodrigo Machado·21 de setembro de 2023
Braz se defende sobre episódio com torcedor: 'fui ameaçado de morte'

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Rodrigo Machado·21 de setembro de 2023
O vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (21), no CT George Helal, após agredir um torcedor com chutes e uma mordida em um shopping da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
Na ocasião, ele se defendeu das acusações de que teria agredido Leandro Campos da Silveira Gonçalves Junior, de 22 anos, que trabalhava no local no momento da confusão.
Durante a coletiva desta quinta, Braz disse que foi ameaçado de morte.
“Quando eu estava na loja, no fundo da loja. Dois ou três pessoas e mais algumas pessoas no fundo, começaram a fazer cobranças. Vários eventos. Nesse momento, que durou uns minutos, eu não abri minha boca, não falei absolutamente nada. Todas as cobranças, tudo que foi feito, ameaças, eu não abri a boca. Tudo vai estar nas imagens. As pessoas começaram a filmar e eu não abri a boca. Eles foram embora e eu continuei lá. Conversando com a vendedora, eu cheguei, a minha filha chega junto com duas amigas. Minha filha me dá um beijo, me abraça, vê o presente e eu dentro da loja.
Posterior a isso, ela sai da loja e fica em frente à loja, mas à direita. Quando ela sai, chega o rapaz que teve o problema. Ele chega e começa as ameaças. Dessa vez, de maneira diferente em relação a minha filha que tava ali. Tanto que nas gravações que tem, que fizeram, não aparece em nenhum momento eu falando com minha filha. Para esse rapaz, minha filha estava ao lado ali, que vai aparecer nas filmagens. É uma vergonha falar que eu estava com segurança.
Minha filha estava ao lado e eu falo com o cara que a minha filha estava do meu lado. Ele falando, falando, falando… “rapaz, minha filha tá aqui”. Eu perdi o raio de visão dela, já que a loja é estreita. Elas estavam mais perto dele do que eu, e isso me incomodando, até que eu tenho uma filha, de 14 anos, vendo o pai sendo ameaçado de morte. Eu fui falando com ele, na direção dele, pedindo para parar porque minha filha estava ali. Ele disse “f*d*-s* a sua filha” e o final vocês viram.
Eu saio procurando minha filha. Qual foi meu cálculo ali? Não vou para o estacionamento porque não tenho segurança, o Flamengo não me dá segurança. Eu voltei para a loja por razões óbvias. Ai eu começo com calma no telefone, vejo que o vídeo tinha sido viralizado. Eu fiz um comentário para o cara dentro da loja: “se a gente tivesse entrado na porrada, se minha filha tivesse um problema, eles já estavam rindo, longe”. Então decidi não sair porque poderiam chamar mais gente, porque já estavam chamando na internet. Estou sendo perseguido a tempos.
Eu chego, fico dentro da loja, chega dois policiais e disse que só iria sair daqui escoltado. Eles falaram que teria que ir para a delegacia e disse que não tinha problema nenhum e que não iria para o hospital. Fui para a delegacia com o policiamento determinou. Na delegacia prestei os esclarecimentos, deixei claro as ameaças de morte, junto com minha filha. Fui ao médico e depois fui para casa.
Eu queria deixar claro que quando aceitei o cargo de vice-presidente de futebol do Flamengo, até por ser criado dentro da Gávea, eu tinha noção clara do que é ser vice-presidente de futebol. Eu sei da pressão, dos questionamentos e eu sei das situações políticas. Eu sei que os resultados as vezes não vem, os esportivos. E os jornalistas que passaram dentro desses cinco anos, são testemunhas fortes, que eu jamais tive problema com torcedor. Jamais fiz uma banana para um torcedor. Jamais questionei algo. Eu convivo bem com a pressão, mesmo acima do tom. Estou acostumado ao questionamento, as críticas. Então para deixar claro que o evento dentro do shopping nada tem a ver com pressão. Nada com o questionamento esportivo.
Talvez eu tenha tido uma situação diferente. Uma atitude diferente. Para isso, para ser ameaçado do lado da minha filha, ela sendo ameaçada também verbalmente, não fui preparado. Não estou diminuindo a gravidade. Uma coisa é ser ameaçado na internet, outra é um maluco transtornado pessoalmente falando que vai te matar. Peço desculpa pelo evento, não para a pessoa. Peço desculpa por não ter me preparado para passar por ameaça de morte da minha filha. Porque eu tenho dois ou três jornalistas aqui que me batem bem, e na rádio muito. Eu não confundo as coisas. Mas eu não posso ter uma situação sistêmica de ameaça do lado da minha filha”, declarou.
Ainda durante a coletiva de imprensa, Braz chegou a pedir desculpas pela confusão e comentou sobre sua falta na sessão da Câmara de Vereadores do RJ.
No dia do ocorrido, ele deveria estar presente em sessão na Câmara, mas o dirigente se justificou dizendo que “tomou falta e será descontado”.
Ele confirmou que permanecerá no cargo de vice de futebol.
Já a advogada de Leandro, Ani Luizi, diverge da versão do cartola rubro-negro.
”Ele estava passeando e acabou encontrando o Marcos (Braz) e apenas demonstrou sua insatisfação como torcedor do Flamengo. Mas, em nenhum momento, foi agressivo. Nada que saia da formalidade ou algo do tipo e acabou sendo agredido pelo Marcos Braz e seus seguranças. Não teve nenhuma ameaça nem agressão”
Foto em Destaque: MAURO PIMENTEL/AFP via Getty Images
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