Brasil e Portugal: diferenças e semelhanças das ligas nacionais de futebol | OneFootball

Além do idioma, os campeonatos nacionais de Brasil e Portugal compartilham semelhanças e diferenças. O primeiro fator em comum está no banco de reservas. Nos últimos anos, os técnicos portugueses se tornaram uma “sensação” no futebol brasileiro. O responsável por essa onda foi Jorge Jesus. O Mister dirigiu um histórico Flamengo, na temporada 2019, conquistando cinco títulos e sofrendo apenas quatro derrotas durante sua passagem pela Gávea.

Foi na esteira do sucesso de JJ que desembarcou no país uma pequena legião de conterrâneos. Desses, Abel Ferreira é sem sombra de dúvidas o mais vitorioso. O treinador do Palmeiras já ganhou duas Copas Libertadores (2020 e 2021), uma Copa do Brasil (2020), uma Recopa Sul-Americana (2022) e um Campeonato Paulista (2022). No arquirrival, o Corinthians, Vítor Pereira, outro comandante luso, deu início ao trabalho em 2022. No total, são quatro equipes da Série A comandada por lusitanos.

Por outro lado, também existem experiências que não deram certo. O caso mais recente é o de Paulo Sousa, que deixou o comando da seleção da Polônia para treinar o Flamengo e não resistiu aos maus resultados. Outros treinadores que também tiveram vida curta no Brasil foram: Ricardo Sá Pinto, no Vasco, Jesualdo Ferreira, no Santos, Paulo Bento, no Cruzeiro, e Sérgio Vieira, no Athletico Paranaense.

Quem leva?

Os brasileiros estão acostumados a ver a lista de favoritos mudar temporada após temporada. Em Portugal, os adeptos não podem dizer o mesmo, pois, os cotados ao título são sempre os mesmos. É no nível competitivo que essas duas ligas diferem radicalmente.

Esse fato se prova com uma breve análise dos últimos 20 anos. No Brasileirão, foram 8 clubes diferentes que levantaram o caneco, dado que prova o equilíbrio da competição. Já em Portugal, apenas três equipes foram campeãs nacionais nas últimas duas décadas. Vale destacar que a polaridade entre Porto e Benfica, que dividiram os 19 títulos anteriores, só foi quebrada pelo Sporting na temporada 2020/21.

O esporte é repleto de emoção, no entanto, é no Brasil que os torcedores convivem com uma boa dose de mistério antes da bola rolar. Já os portugueses podem apostar, quase com os olhos fechados, que a taça será levantada pelos “Encarnados” ou pelos “Dragões”.

Compra e venda

Nesse aspecto fundamental do futebol, Brasil e Portugal compartilham semelhanças e diferenças. Não é segredo que os jovens talentos brasileiros têm o destino ligado aos grandes clubes da Europa. No entanto, muitos passam por Portugal antes de migrar para Inglaterra ou Espanha, países que possuem as duas maiores ligas do mundo. Esse é o caso de Casemiro, volante do Real Madrid, que jogou no Porto antes de desembarcar no Santiago Bernabéu.

Do lado português, a situação é igual. Os clubes nacionais revelam jovens promessas e essas são rapidamente captadas pelos gigantes do continente. Aconteceu com um tal de Cristiano Ronaldo, que despontou no Sporting Lisboa e foi vendido ao Manchester United.

Nos últimos anos, o fluxo segue similar, com o meio-campista Bruno Fernandes, que fez o mesmo itinerário que CR7, e João Félix, que foi o último grande nome do futebol lusitano vendido a um clube de outro país. Nesse caso, o Atlético de Madrid desembolsou 126 milhões de euros para contar com os serviços do atacante.

O jogo fora das quatro linhas

O mercado das apostas online também coincide entre as duas ligas. Fazer uma “fezinha” está se tornando uma prática comum no Brasil, onde o crescimento do setor se nota dentro e fora dos campos. Em Portugal, as apostas já são parte do ambiente futebolístico.

Existem muitas empresas especializadas que atuam nos dois países, como a Betano, que além das apostas de futebol nos campeonatos nacionais, também conta com as principais competições continentais, como a Libertadores e a Champions League. Um fato curioso é que a empresa patrocina duas equipes brasileiras — o Atlético Mineiro e o Fluminense — e, em Portugal, é parceira dos gigantes Porto e Benfica, além do Sporting Lisboa e Braga.

Quem também lucra com o crescimento desse mercado são os clubes. As principais empresas de apostas estão investindo pesado em marketing e parte da estratégia passa por patrocinar os times que disputam a primeira divisão. No Brasil, 18 dos 20 clubes do Brasileirão possuem alguma parceria com empresas do setor. Em terras portuguesas, o cenário se repete, visto que um pouco mais da metade das equipes da Liga Portuguesa tem estampado o logo de alguma casa de apostas.