Bierhoff admite a “necessária autocrítica” e pede demissão do cargo de diretor de seleções da Alemanha | OneFootball

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·06 de dezembro de 2022

Bierhoff admite a “necessária autocrítica” e pede demissão do cargo de diretor de seleções da Alemanha

Imagem do artigo:Bierhoff admite a “necessária autocrítica” e pede demissão do cargo de diretor de seleções da Alemanha

Ao que tudo indica, Hansi Flick deve continuar no comando da Alemanha após a eliminação na fase de grupos da Copa do Mundo. E, embora o treinador não tenha ido bem no Mundial, o voto de confiança parece justo. Os problemas do Nationalelf são anteriores a ele, ainda que Flick também precise reconhecer aquilo que não se encaixou no Catar. De qualquer maneira, mudanças seriam bem-vindas especialmente nos cargos mais altos da federação alemã. Uma importante é confirmada nesta segunda-feira: Oliver Bierhoff não será mais diretor de seleções, após 18 anos ocupando cargos diretivos na entidade.

“Depois de 18 anos em cargos de alta responsabilidade na Federação Alemã de Futebol, terminei minha passagem como diretor executivo de seleções e categoria de base, com efeito imediato. Entrei em acordo com o presidente Bernd Neuendorf. Assim, estou abrindo caminho para novas decisões. Foi um período intenso, emocionante e instrutivo, no qual pudemos comemorar grandes sucessos juntos, tivemos que lidar com contratempos e implementar projetos extraordinários”, declarou Bierhoff.


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“A eliminação na fase de grupos da Copa me machuca. É por isso que não sairei sem a necessária autocrítica. Nos últimos quatro anos, não conseguimos construir a partir dos sucessos anteriores e dar aos torcedores razões para torcer novamente. Algumas decisões sobre as quais estávamos convencidos não se mostraram corretas. Ninguém se arrepende disso mais do que eu. Assumo a responsabilidade por isso”, complementou o veterano.

A chegada de Bierhoff à federação aconteceu em 2004, dois anos após encerrar sua passagem pelo Nationalelf como centroavante. O veterano de início ocupou um cargo restrito à seleção principal, que deu resultados com a ascensão do time rumo à conquista da Copa de 2014. Foi um nome importante especialmente na transição de jovens das seleções de base. A partir de então, seus poderes aumentaram. Em 2015, ele passaria a se responsabilizar por um projeto mais direto nas categorias de base. Já em 2018, virou o diretor de seleções. Seu contrato atual estava assinado até 2024 – ano em que a Alemanha receberá a Eurocopa.

Nos últimos anos, porém, Bierhoff foi um dos mais criticados pela gestão da seleção alemã. O diretor de seleções foi o principal responsável por bancar a permanência de Joachim Löw, mesmo com a queda de desempenho evidente. E a autocrítica que ele cita neste momento foi exatamente o que faltou nos últimos quatro anos, sobretudo desde o fracasso em 2018. A federação preferiu eleger seus bodes expiatórios do que reconhecer as próprias falhas. Quando tentou mudar, era tarde e sequer foi suficiente.

Outra crítica costumeira sobre Bierhoff se conteve sobre o foco excessivo no aspecto comercial da seleção. A ideia de lançar o apelido “Mannschaft”, tido como prepotente, é um dos maiores exemplos de tiro no pé. Há um senso de que o Nationalelf se distanciou de sua base de torcedores e de sua própria identidade. Com isso, a equipe se viu desprestigiada e os jogadores sem a mesma relação com a massa. Além do mais, Bierhoff parecia mais preocupado em proteger sua imagem e da DFB, diante de fracassos e escândalos na presidência, do que em repensar processos e melhorar desempenhos.

Segundo a imprensa alemã, o favorito para assumir o cargo é Fredi Bobic, atual chefe-executivo do Hertha Berlim, mas reconhecido especialmente pela consolidação do Eintracht Frankfurt nos últimos anos. Esteve à frente das Águias de 2016 a 2021. Como jogador, o ex-centroavante disputou 37 partidas pela seleção e disputou duas Eurocopas. Curiosamente, era reserva de Bierhoff na conquista da Euro 1996. Outro nome daquele time campeão continental citado pela revista Kicker é Matthias Sammer. O ex-líbero já foi diretor esportivo da federação alemã de 2006 a 2012, antes de passar quatro anos como presidente esportivo do Bayern. Desde 2018, a antiga lenda do Borussia Dortmund é consultor de gestão dos aurinegros.

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