Atormentado por lesões, Giuseppe Rossi não chegou ao máximo de seu potencial | OneFootball

Atormentado por lesões, Giuseppe Rossi não chegou ao máximo de seu potencial | OneFootball

Icon: Calciopédia

Calciopédia

·22 de setembro de 2023

Atormentado por lesões, Giuseppe Rossi não chegou ao máximo de seu potencial

Imagem do artigo:Atormentado por lesões, Giuseppe Rossi não chegou ao máximo de seu potencial

No século XXI, poucos jogadores italianos tiveram tanto talento quanto Giuseppe Rossi. Ao mesmo tempo, nenhum sofreu tanto com lesões que limitaram a evolução de suas carreiras. Pepito, como ficou conhecido, chegou a ser tido como um dos líderes técnicos de sua geração da Itália, mas foi traído pelos joelhos em momentos críticos de sua trajetória profissional e não conseguiu superar a pecha de eterna promessa.

Filho da diáspora italiana, Rossi nasceu nos Estados Unidos, onde viviam o pai, Fernando, e a mãe, Cleonilde – oriundos, respectivamente, dos Abruzos e de Molise, regiões localizadas no centro-sul do Belpaese. Beppe cresceu na intensamente conurbada zona metropolitana de Nova Iorque, que abrange ainda outros três estados: Nova Jérsei, onde o atacante veio ao mundo, e também pequena parte da Pensilvânia e de Connecticut. Por lá, ingressou na escolinha do New Jersey Stallions, aos 9 anos, mas logo deixou a selva de pedra norte-americana para morar na frugal Emília-Romanha.


Vídeos OneFootball


A família de Rossi se estabeleceu em Parma e, aos 13 anos, Beppe conseguiu ser aprovado numa peneira da base do time local. Nos juvenis do Parma, o garoto se destacou bastante e, além de ter se tornado figura frequente nas convocações das seleções sub-16 e sub-17 da Itália, chamou a atenção do Manchester United, que o contratou em 2004.

No Manchester United, Rossi dividiu o seu tempo entre os juvenis e os profissionais. A sua estreia pelos Red Devils ocorreu aos 17 anos, numa vitória por 2 a 0 sobre o Crystal Palace, pela Copa da Liga Inglesa. O jovem italiano marcou o seu primeiro gol pelo clube em seu debute pela Premier League, num 3 a 1 sobre o Sunderland, e, apesar de ter recebido poucas chances ao longo de duas temporadas, mostrou potencial a ser explorado. Assim, após 14 aparições, quatro bolas nas redes e um título da Copa da Liga Inglesa, que seria o único de sua carreira, foi emprestado ao Newcastle.

Considerando o que Rossi mostrou pelo Manchester United, era de se imaginar que ele faria sucesso no clube do nordeste da Inglaterra. Segundo atacante canhoto e habilidoso, gostava de atuar em velocidade e teria companheiros que lhe permitiriam produzir associações rápidas, como Obafemi Martins, Michael Owen e Damien Duff. Entretanto, pouco foi utilizado: somou 13 aparições, sendo cinco como titular, e marcou um gol. No fim de dezembro de 2006, quando seu contrato de empréstimo terminou, os Magpies optaram por não renová-lo.

Rossi voltou ao Manchester United e treinou em separado do grupo principal de atletas, mas por pouco tempo. No dia 17 de janeiro de 2007, o atacante acertou o seu retorno ao Parma, para finalmente vestir, como profissional, a camisa do time que o revelou. Porém, os crociati viviam momentos muito complicados: a falência da Parmalat resultou na própria bancarrota do clube, que precisara ser refundado em 2004. Sem o aporte financeiro de outras épocas, brigavam para não cair.

O novo camisa 8 do Parma chegou à Itália para a disputa de todo o returno da Serie A e, embora ainda fosse completar 20 anos, como grande aposta do time treinado por Stefano Pioli – que era o antepenúltimo colocado da competição, com apenas duas vitórias em 19 rodadas. Logo em sua estreia, Rossi mostrou que poderia corresponder: escalado como titular, fez o único gol do triunfo sobre o Torino. A história mudou duas jornadas depois, quando derrotas normais em jogos fora de casa contra Milan e Roma provocaram a demissão do técnico.

Imagem do artigo:Atormentado por lesões, Giuseppe Rossi não chegou ao máximo de seu potencial

Rossi foi notado pelo Manchester United ainda na base e estreou como profissional pelo clube inglês (Getty)

O Parma foi buscar Claudio Ranieri, que não treinava um clube italiano havia uma década, e o tiro se mostrou certeiro: após a contratação do romano, os crociati fizeram 24 pontos em 15 jogos, que foram suficientes não só para que escapassem do rebaixamento como para que concluíssem a Serie A na 12ª posição. E, dentro de campo, quem deu o tom dessa virada? Rossi, evidentemente.

Assim como seu antecessor, Ranieri confiava em Rossi e o manteve como titular absoluto de seu time – o garoto, aliás, fez parte do onze inicial em todos os 19 jogos que fez pelo Parma. Como segundo atacante num 3-5-2 ou num 4-3-1-2, sendo que também atuou como trequartista neste segundo esquema, Beppe mostrou muita sintonia com o centroavante grandalhão Igor Budan e terminou a temporada com ótimos números: nove gols marcados e quatro assistências fornecidas. Antes, o único sub-20 estreante na Serie A a ter anotado tantos tentos tinha sido Roberto Mancini, pelo Bologna.

Entre as grandes atuações de Rossi naquela metade final da temporada 2006-07, o maior destaque ficou para as doppiette anotadas nos triunfos sobre Fiorentina e Messina. Além disso, o atacante marcou o gol decisivo para a vitória por 4 a 3 sobre um ótimo Palermo, na Sicília, e teve participação nos três tentos do pirotécnico empate com a Udinese. Com desempenho estrepitoso na Serie A, não era à toa que Beppe foi cobiçado por várias equipes da Itália, que buscaram a sua contratação. O Villarreal, contudo, foi mais firme e, com uma oferta de 11 milhões de euros ao Manchester United, levou o garoto prodígio para a Espanha.

Na Península Ibérica, aliás, o seu apelido mais famoso pegaria facilmente. Pouco tempo antes de falecer, o lendário técnico Enzo Bearzot comparou o futebol do garoto ao do quase xará Paolo Rossi, que ficou conhecido como Pablito por conta de suas atuações decisivas para o tricampeonato mundial da Itália na Copa de 1982, realizada na Espanha. Em entrevista, o comandante do tri vaticinou: Beppe era Pepito.

O jovem de 20 anos, aliás, chegou ao Villarreal com grande responsabilidade: a missão de substituir Diego Forlán, até então o maior artilheiro amarillo no século, que fora vendido para o Atlético de Madrid. Sem problemas: Pepito já começou balançando as redes em sua estreia, repetindo em La Liga o que fizera na Premier League e na Serie A – e o fez num 3 a 0 sobre o Valencia, no clássico regional da Comunidade Valenciana.

Durante seu ano de estreia no futebol espanhol, Rossi sofreu a sua primeira lesão no joelho direito: ruptura do menisco externo e o estiramento do ligamento cruzado anterior. A recuperação duraria cerca de 45 dias e não seria das mais complicadas – ainda que antecipasse o seu calvário. No fim das contas, o italiano terminou a temporada com 13 gols em 37 jogos, sendo 11 em La Liga, e faturou o prêmio de revelação da competição.

Imagem do artigo:Atormentado por lesões, Giuseppe Rossi não chegou ao máximo de seu potencial

O italiano voltou ao Parma, clube em que floresceu, e foi o grande artífice de incrível fuga do rebaixamento, em 2007 (Newpress/Getty)

O Villarreal, a propósito, teve uma temporada mágica. Em 2007-08, o time treinado pelo chileno Manuel Pellegrini contava com diversos jogadores que tinham ou viriam a construir história no futebol italiano – Diego López, Diego Godín, Gonzalo Rodríguez, Mati Fernández e Jon Dahl Tomasson –, além de nomes importantes, como Joan Capdevilla, Cani, Bruno Soriano, Marcos Senna, Bruno Soriano, Santi Cazorla, Guillermo Franco, Robert Pires e Nihat Kahveci. Com este forte elenco, o Submarino Amarelo simplesmente foi vice-campeão espanhol, sua melhor colocação na história. Pepito, obviamente, já era idolatrado pela torcida que lotava o estádio El Madrigal.

Antes do início da temporada 2008-09 no futebol europeu, Pepito, que já era integrante da seleção sub-21 da Itália, representou os azzurrini na Olimpíada de Pequim. Na China, Rossi marcou quatro gols em quatro jogos, se tornando o artilheiro do certame – foi o segundo italiano a obter o feito, após Annibale Frossi, goleador da edição de 1936.

A equipe treinada por Pierluigi Casiraghi caiu nas quartas de final para a Bélgica, quarta colocada, mas o sólido desempenho do atacante por seu clube e pela seleção olímpica levou Marcello Lippi, técnico da Nazionale principal, a convocá-lo. Rossi estreou pela Itália em outubro de 2008, num 0 a 0 contra a Bulgária, válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010.

Rossi foi uma peça bastante utilizada por Lippi no ciclo para o Mundial, especialmente durante 2008-09, temporada em que marcou 15 gols. Quinto colocado de La Liga, o Villarreal de Pellegrini teve um ótimo desempenho na Champions League. O Submarino Amarelo superou um grupo tranquilo, deixando Celtic e Aalborg para trás, passou pelo Panathinaikos nas oitavas e foi eliminado pelo Arsenal nas quartas – os Gunners, vale lembrar, haviam batido os groguets nas semifinais do torneio, em 2006.

Em 2009, Pepito disputou o seu único grande torneio pela Itália: a Copa das Confederações. Dias antes da abertura da competição, marcara o seu primeiro gol vestindo azul, num por 3 a 0 em amistoso contra a Irlanda do Norte. Na África do Sul, anotou uma doppietta sobre a seleção dos Estados Unidos, país em que nasceu, no triunfo por 3 a 1. Foi a solitária vitória da mal treinada equipe de Lippi, que terminou eliminada ainda na fase de grupos.

Rossi chegou a entrar na mira da Juventus, mas seguiu no Villarreal em 2009-10 e passou a formar uma dupla de sucesso com o brasileiro Nilmar. Com muita sintonia, combinaram 28 gols na temporada, sendo 17 do italiano. Ao fim da época, Pepito até foi um dos 28 convocados por Lippi para os estágio preparatório para a Copa do Mundo, embora não tenha entrado na lista final do técnico, que preferiu apostar em muitos veteranos. A Itália deu vexame e foi eliminada precocemente, como terceira colocada de um grupo com Paraguai, Eslováquia e Nova Zelândia.

Imagem do artigo:Atormentado por lesões, Giuseppe Rossi não chegou ao máximo de seu potencial

Pepito viveu o seu auge no Villarreal e se tornou um dos maiores artilheiros da história do Submarino Amarelo (Getty)

De volta à Espanha, Pepito viveria a melhor temporada de sua carreira: a dupla com Nilmar entregou 48 gols, sendo que 32 deles foram do italiano. Com 18 em La Liga, Rossi foi o principal nome da campanha de quarto lugar do Villarreal, que tornava à Champions League. Na Europa League, o time treinado por Juan Carlos Garrido foi até as semifinais graças a ótimas atuações de Beppe, que anotou 11 vezes e foi o vice-artilheiro da competição. Beppe ficou atrás de Radamel Falcao García (17), do Porto – campeão após eliminar o Submarino Amarelo e bater o Braga.

Em grande forma, Rossi era um dos principais nomes da seleção italiana, então comandada por Cesare Prandelli, e foi fundamental na tranquila campanha de classificação para a Euro 2012. Até que, em outubro de 2011, sua via crucis teve início: rompeu os ligamentos do joelho direito num jogo contra o Real Madrid, quando já tinha cinco gols marcados em apenas 14 aparições. O prognóstico de recuperação era de seis meses, mas, na reta final da reabilitação, em abril de 2012, teve uma recaída durante um treinamento – o que só piorou as coisas.

Ao fim da temporada 2011-12, Rossi viu o Villarreal ser rebaixado para a segunda divisão e teve de assistir, pela televisão, a Itália ser vice-campeã europeia. Enquanto isso, a saúde do seu joelho se agravava: após a necessidade de uma terceira cirurgia, ele só voltaria a entrar em campo em maio de 2013, depois de 20 meses parado. Pepito não o faria com a camisa dos groguets, entretanto.

Em janeiro de 2013, a Fiorentina fez uma aposta em Rossi: pagou ao Villarreal 10 milhões de euros fixos mais seis de bônus por um atleta em recuperação de grave lesão. Dessa forma, Pepito encerraria a sua passagem pelo Submarino Amarelo com 192 aparições e 82 gols. Tentos que fariam do italiano o maior artilheiro do clube espanhol – Gerard Moreno o superaria posteriormente, mas Beppe manteve a segunda posição na lista.

Na Fiorentina, Pepito escolheu a camisa 49, em alusão ao ano de nascimento do pai, falecido em 2010. Rossi estreou no segundo tempo de um jogo contra o Pescara, válido pela última rodada da Serie A 2012-13, e fez todo o trabalho de pré-temporada para 2013-14 sem qualquer intercorrência. Logo mostraria que estava inteiro novamente: marcou cinco gols em cinco rodadas, com direito a doppietta num 5 a 2 sobre o Genoa.

Pela oitava rodada da Serie A, Rossi teve o seu melhor momento com a camisa da Fiorentina: foi o máximo protagonista da vitória por 4 a 2 sobre a rival Juventus e comandou a virada gigliata com uma estrepitosa tripletta. Pepito continuou a jogar bem, mas, em 5 de janeiro de 2014, no triunfo por 1 a 0 sobre o Livorno, no clássico toscano, recebeu uma falta de Leandro Rinaudo e machucou novamente o joelho direito.

Imagem do artigo:Atormentado por lesões, Giuseppe Rossi não chegou ao máximo de seu potencial

Uma grande temporada e muitas lesões: este foi o saldo de Rossi com a camisa da Fiorentina (Getty)

O atacante não pode ajudar a Viola no mata-mata da Liga Europa – no torneio, a Juve deu o troco na Fiorentina nas oitavas – e voltou aos gramados em maio, para a final da Coppa Italia. A equipe de Vincenzo Montella foi vice-campeã, após levar 3 a 1 do Napoli na decisão, mas ainda pode celebrar a classificação para a Europa League, devido ao quarto lugar na Serie A. Rossi teve tempo de marcar mais duas vezes no certame e terminar 2013-14 com 16 tentos no Italiano. Com 17 bolas nas redes em apenas 24 jogos, somando todas as competições, Beppe foi o grande artilheiro violeta.

Rossi correu contra o tempo para tentar disputar a Copa do Mundo pela Itália e foi inserido por Prandelli na lista de 30 atletas convocados para a preparação para o torneio. Entretanto, a falta de garantias físicas e o melhor desempenho de outros atletas fizeram com que o técnico não o selecionasse para a viagem ao Brasil – embora Pepito até tivesse atuado na vitória por 3 a 0 sobre a Irlanda. Aquele amistoso, realizado em 31 de maio de 2014, representaria a última de suas 30 aparições pela Nazionale.

Então com 27 anos, Pepito ainda tinha muita lenha para queimar – na teoria, pois seu corpo começou a lhe pregar novas peças. Durante a pré-temporada de 2014-15, o atacante sofreu uma contratura na coxa e exames médicos adicionais detectaram sobrecarga no joelho direito. Rossi foi operado e deveria voltar aos gramados em janeiro de 2015, mas novas lesões musculares lhe fizeram perder toda a época da Fiorentina, que foi quarta colocada da Serie A e semifinalista tanto da Liga Europa quanto da Coppa Italia.

O fato é que, entre agosto de 2014 e a sua aposentadoria, anunciada em julho de 2023, Beppe não conseguiu atuar nem em 100 jogos oficiais – foram exatamente 99 em nove anos. Parte deles, ainda pela Fiorentina. Deixando a camisa 49 de lado e passando a vestir a 22, Rossi tornou a jogar em 2015-16, mas jamais recebeu muita confiança do técnico Paulo Sousa, que substituíra Montella naquela temporada. Em janeiro de 2016, depois de 16 aparições pelos gigliati, sendo oito como titular, o italiano voltou à Espanha ao acertar um empréstimo ao Levante.

Pepito tinha a esperança de voltar a ter minutos e, com isso, receber uma improvável convocação para a Euro 2016. A parte dele Beppe até fez, já que anotou seis gols em 17 jogos pelos azulgranas. Os seus tentos até adiaram o descenso por rodadas, mas os granotes viviam situação delicada e o rebaixamento era inevitável.

Ao fim do empréstimo, Rossi voltou à Fiorentina e ainda atuou por alguns minutos na abertura da Serie A, em derrota por 2 a 1 para a Juventus. Aquela seria a última de suas 41 aparições com a camisa violeta: Pepito, que marcou em 19 ocasiões pelos gigliati, foi cedido temporariamente ao Celta.

Imagem do artigo:Atormentado por lesões, Giuseppe Rossi não chegou ao máximo de seu potencial

O Genoa foi o último clube de Pepito pela Serie A, mas ele já não tinha mais condições físicas de render em alto nível (Getty)

Em Vigo, o atacante até anotou uma tripletta sobre o Las Palmas, além de ter contribuído para que os celestes ficassem no meio da tabela de La Liga e fossem semifinalistas da Copa do Rei e da Europa League. Entretanto, em abril de 2017 rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho – desta vez, o esquerdo – e ficou de molho por mais alguns meses. Nessa passagem pela Espanha, Pepito quase se tornou o italiano com mais gols nos quatro grandes campeonatos da Europa, com exceção da Serie A: ficou com 65, atrás de Paolo Di Canio, autor de 66.

Nesse meio tempo, o contrato de Rossi com a Fiorentina se encerrou e ele ficou sem clube até dezembro de 2017. Naquele mês, o Genoa lhe deu uma nova chance de atuar na Serie A ao lhe propor um vínculo até junho de 2018. O atacante, contudo, só foi utilizado 10 vezes por Davide Ballardini. Na única ocasião em que foi titular, Pepito marcou um gol na derrota por 3 a 2 sobre a Viola, sua antiga equipe. Os rossoblù ficaram na 12ª posição e a verdade é que Beppe pouco ajudou – e, para variar, ficou dois meses no departamento médico devido a uma lesão muscular na coxa. Como era de se esperar, não teve a união renovada.

A péssima impressão deixada por Pepito fez com que nenhum outro clube resolvesse lhe contratar por 18 meses. Nesse período, o italiano até treinou por Manchester United e Villarreal, mas se dedicou mesmo a diversas atividades extracampo. Rossi voltou a jogar pelo Real Salt Lake, da Major League Soccer, numa experiência curta e frustrante, em 2020.

Rossi passou mais um ano sem jogar, atuando como comentarista esportivo. Até que, em novembro de 2021, assinou com a Spal, então na Serie B. Os estensi almejavam retornar à elite após duas temporadas, mas tiveram que se contentar em escapar do rebaixamento à terceirona. Pepito, utilizado a conta-gotas, não deu grande contribuição à causa e seu vínculo não foi renovado e voltou a ficar desempregado.

Em fevereiro de 2023, o atacante surpreendeu ao retornar à Spal, presidida pelo também ítalo-estadunidense Joe Tacopina. A contratação, porém, só serviu mesmo para simbolizar o quanto a agremiação de Ferrara estava à deriva: os biancazzurri acabaram rebaixados à Serie C três temporadas depois de disputarem a máxima categoria do futebol da Velha Bota. Com o inglório descenso, Rossi finalmente decidiu se aposentar, aos 36 anos.

A insistência em continuar jogando futebol mesmo sem ter condições físicas para atuar em alto nível era sintoma de algo evidente: Rossi amava o esporte e sabia que, não fossem as muitas lesões, teria alcançado um patamar superior. Ainda que não tenha conseguido expressar todo o seu potencial e se tornado um gigante da bola, Pepito será lembrado por sua qualidade inestimável e por ter conseguido ser ídolo efêmero de Parma e Fiorentina, além de um ícone do Villarreal.

Giuseppe Rossi Nascimento: 1º de fevereiro de 1987, em Teaneck, Estados Unidos Posição: atacante Clubes: Manchester United (2004-06), Newcastle (2006), Parma (2007), Villarreal (2007-13), Fiorentina (2013-16 e 2016), Levante (2016), Celta (2016-17), Genoa (2017-18), Real Salt Lake (2020) e Spal (2021-22 e 2023) Título: Copa da Liga Inglesa (2006) Seleção italiana: 30 jogos e 7 gols

Saiba mais sobre o veículo