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·11 de maio de 2025

Atlético x Fluminense: entrevista coletiva com Cuca

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Uma das cenas marcantes da vitória do Atlético contra o Fluminense foi a comemoração do técnico Cuca após o gol de Igor Gomes marcado aos 48′ do segundo tempo, que fez a Arena MRV explodir. Com o resultado, o Galo subiu quatro posições na tabela e chegou ao sexto lugar da Série A. Após o jogo, Cuca concedeu entrevista coletiva na sala de imprensa e analisou o triunfo alvinegro. Veja, na íntegra, o que disse o comandante do Atlético.

Pergunta: Queria que você falasse dessa vitória no estilo do Galo. Foram 14×5 finalizações, mais perigo de gol, posse de bola 55%x45%. Nos números, o Atlético mostrou que estava mais em cima do jogo. E aquele gol do Rubens que reacendeu a torcida…


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Cuca: “Foi isso mesmo. Nós tivemos um domínio do jogo, mas no primeiro tempo foi mais truncado, mais estudado, se adaptando ao jogo, ao próprio campos. As duas equipes marcando forte, poucas chances de gol”.

“No segundo tempo, a coisa se abriu mais. O Fluminense abriu o placar no erro nosso, aos 10 minutos. Tivemos que sair para o jogo, fazer mexidas, colocar a equipe mais para frente, sem ter desorganização. E fomos criando oportunidades. Tivemos 10 escanteios no jogo. Um deles, no final, nos deu a vitória”.

“No momento que o torcedor deu uma rateada, naquele exato momento, a gente empatou. E aí virou. Era o “Galo é o time da virada” e não mais “sem vergonha”. O futebol é engraçado. Você tem o controle, faz o 2 a 1, e três minutos depois, uma festa no estádio inteiro, toma o gol do empate. Gela de novo, e você passa a ser, de novo, o “time sem vergonha”. Uma sequência de escanteios e, no último, volta a ser o “time da virada”. Ficamos entre um e outro, mas resolvemos ser o “time da virada”, pela persistência. O pessoal esqueceu o cansaço, quem entrou, entrou bem, fizeram os gols. E saímos com uma vitória muito merecida. Nos últimos 12 pontos que fizemos no Brasileiro, fizemos 10: vencemos o Botafogo, o Juventude, o Fluminense, e empatamos com o Mirassol. A coisa vai se caminhando, já estamos em sexto lugar”.

“Explicar para o torcedor que essa equipe que está aqui em 2025, saíram 15 jogadores no fim do ano, e chegaram 10, agora com o Dudu, 11. Não tem como ter o conjunto, o entrosamento e estar jogando o que o torcedor espera, se ainda você não finalizou a sua equipe, com peças por vir na segunda janela, certamente. Diante de todas essas mudanças, vindo jogadores de diversas características, nós ganhamos um Mineiro, estamos vivos nos dois torneios mata-mata, e demos uma recuperada boa no Brasileiro. Acho que não tem nada errado, não estamos jogando mal, pelo contrário, apenas estávamos pecando muito nas finalizações. Hoje, acertamos um pouco mais o pé e a cabeça, e acabamos vencendo. Esse jogo me lembrou muito aquele de 2012, lá no Horto, que foi mais ou menos assim”.

Pergunta: Queria que você falasse sobre o Rubens, chegou a ser vaiado pela torcida, mas fez um golaço, quase ampliou o marcador com uma defesa do Fábio. Queria que você falasse sobre como fazer para um atleta não sinta a parte mental para conseguir virar a chave dentro do jogo…

Cuca: “Até acho que a torcida não estava pegando no pé do Rubens, especificamente. Mas o Rubens é um jogador que não está muito aí para as coisas, não liga se estão vaiando ele ou não. É bom ter um jogador assim mais frio em termos de cobrança, e acertou um chute maravilhoso naquele momento, quando começava uma pressão forte da arquibancada”.

“São momentos cruciais, é preciso ter muita personalidade para reverter uma situação como essa. Estamos muito contentes. Depois do gol, o Hulk tem aquele cruzamento, o Rubens entra e o Fábio faz uma defesa maravilhosa. Daí a pouco, ainda tivemos força para fazer o gol. Vitória para ser muito celebrada para todos nós”.

Pergunta: O Atlético passou sequência longa de jogos fora de Belo Horizonte, sem o torcedor. Hoje, parece que o momento de cobrança mexeu com o brio dos jogadores em campo. Faz falta, mesmo tendo essa cobrança, essa proximidade com o torcedor? Haverá uma sequência de jogos em casa…. Cuca: “Eu entendo a cobrança do torcedor. Mas eu acho que se a gente esperar e incentivar até o fim, a chance de ganhar aumenta. Imagina o jogador no campo, num dia que as coisas não dão certo, tendo a pressão de fora, aí que as coisas vão dar menos certo. Eu pedi que o torcedor apoiasse, viesse, e vamos fazer essa junção. O time sem torcida não é a mesma coisa. E a torcida, sem time, também não é”.

“Temos que fazer essa junção. Peço que confiem no trabalho, que a gente teremos coisas boas ainda esse ano, se Deus quiser”.

Pergunta: Hoje, o resultado foi melhor do que o desempenho? Agora, serão seis jogos consecutivos em Belo Horizonte, e o torcedor pode esperar uma melhora no nível de atuação da equipe, com menos viagens, desgaste?

Cuca: “Não acho que tivemos uma má atuação, pelo contrário, jogamos melhor que o adversário. Eu discordo. Agora, temos coisas a melhorar? Sim. Adaptação ao campo é a primeira delas. O jogo é diferente. Temos que entrosar mais o time dentro disso. Tem jogadores que só jogaram duas ou três vezes, veja o Júnior Santos…”.

“Estamos em fase de reconstrução do elenco, e ainda não definitiva. Mas o caminho é assim. Ele é duro, difícil, mas saboroso. Quando você tem uma vitória igual a de hoje, às vezes ela significa mais do que fazer um 3 a 0. O desempenho foi satisfatório dentro do que podemos jogar. Jogamos contra uma equipe igual à nossa. O Fluminense tem grande equipe, valorizou nossa vitória, veio de desgaste também. Fica, agora, o pensamento de descansar na quinta-feira para jogar o clássico? Ou coloca o time para jogar e classificar na Sul-Americana. Disso tudo, só estarei certo se a gente vencer. O futebol é assim, o resultado que diz o que é certo ou errado”.

Pergunta: Acredito que a vitória foi na marra, tinha que ganhar e ganhou nessa volta da Arena MRV. Esquece o jogo de quinta, mas no clássico, geralmente ganha quem tem mais vontade. Hoje, o Atlético jogou com muita vontade. Qual vai ser a sua palestra para esse time ter mais vontade para voltar do Mineirão com a vitória?

Cuca: “Esse grupo já mostrou que é um grupo de muita entrega. Nós viemos dos Estados Unidos, tínhamos que vencer cinco jogos após empatar com o América. E a gente falou, vamos vencer os cinco, vencemos e saímos campeões. Temos uma conquista esse ano, e o Mineiro vale muito. Qualquer campeonato que você vença, ele é muito importante. Eu valorizo tudo que eu consigo ganhar”.

“Agora, a cabeça nossa não vai estar voltada para domingo, 20h30, com o Cruzeiro. Está voltada para quinta-feira, contra o Caracas. Temos cinco pontos, o Caracas tem cinco, e o Cienciano tem seis. Temos que vencer os dois jogos contra esses dois times para terminar em primeiro lugar no grupo. É isso que vamos buscar”.

Pergunta: Com a volta da Arena MRV, gramado novo, o Atlético sofreu alguns protestos da torcida antes do primeiro gol. Mas se recuperou. Como fica o elenco após essa vitória sofrida. Se esses protestos e até mesmo o apoio acalma o ambiente ou pode aumentar a pressão, talvez, por novos reforços, ou não ter uma vitória tão sofrida…

Cuca: “Como eu disse agora há pouco, são 15 jogadores que saíram e 10 que chegaram. Entramos agora em maio. Ninguém no mundo consegue fazer uma equipe render tudo que pode em tão pouco tempo. E ainda não é definitivo os jogadores que você tem. É natural o torcedor cobrar, está no direito dele, entendemos. Assim como ele aplaudiu quando a gente ganhou. O que buscamos é fazer o melhor. Não queremos aqui ganhar jogo para mim, mas para o torcedor ficar bem, para aquele menino que me falou que perdeu a mãe, que queria essa alegria de passar o domingo mais feliz. É para esse torcedor que fazemos o máximo possível para poder vencer”.

Foto: Pedro Souza/Galo

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