Atlético reage de forma absurda e vira contra o Valencia no Wanda Metropolitano | OneFootball

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Trivela

·22 de janeiro de 2022

Atlético reage de forma absurda e vira contra o Valencia no Wanda Metropolitano

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Torcer para o Atlético de Madrid de Diego Simeone é coisa de louco, não há outro termo que defina. Vencedor, determinado, sem desistir jamais, e também capaz de fazer partidas horrorosas, o atual campeão espanhol entregou uma reviravolta formidável diante do Valencia neste sábado (22), por La Liga, vencendo por 3 a 2.

Não foi a vitória costumeira do Atleti, por uma série de motivos. Mesmo contando com o apoio da torcida para empurrar o time, o momento vivido pelo elenco não é bom. Dias atrás, pela Copa do Rei, a equipe foi eliminada pela Real Sociedad e fez surgir uma crise interna, reportada pela imprensa espanhola. A resposta veio em campo contra o Valencia, ainda que com alguma demora.


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São dez anos de Simeone no Atlético, e toda semana alguém diz que o ciclo dele acabou, que é necessário uma renovação. Este Atlético de 2021-22 de fato tem muitos problemas, como todo time pensado no longo prazo. O que dificilmente se lê é que Simeone e seus homens de confiança sempre trazem novas soluções. Foi exatamente o que aconteceu nesse jogo ante os valencianos.

Filme de terror no Wanda

O Valencia começou muito melhor, mais focado e com alguma eficiência. Aproveitando da fase desastrosa que o Atlético vive em sua defesa, Yunus Musah abriu o placar, aos 25′. Em jogada de Gonçalo Guedes, que inverteu o jogo pelo alto, Musah tinha campo, encarou a defesa e bateu rasteiro no canto de Jan Oblak, para dar início ao drama da noite.

Rendido, o Atlético tentava subir, mas errava muito e não conseguia demonstrar a intensidade que marcou os melhores anos do projeto. Pior ainda quando, pouco antes do intervalo, Hugo Duro ampliou para o Valencia, que pouco havia chutado, mas conseguiu uma vantagem enorme em 45 minutos. Ficou cada vez mais escancarada a falta de sintonia do Atlético, o que irritou a torcida no Wanda Metropolitano. A falta de sintonia e o destempero, que ficaram evidentes em lances de Koke e Rodrigo De Paul, que deram entradas mais perigosas. A de Koke, inclusive, cabia ser punida com um cartão vermelho, mas a arbitragem deixou o capitão colchonero passar com um amarelo.

Se o jogo estava com cara de desastre antes do intervalo, na etapa final a postura mudou. Aos poucos, o Atlético conseguiu controlar os nervos e se reencontrar com suas próprias características e começar a reação, algo comparável a subir uma montanha sem equipamentos.

Vermelho é a cor da raça

Do outro lado, o Valencia se conformou com o resultado e aceitou passivamente a vantagem adquirida. Mas você simplesmente não faz isso contra o Atlético, com um tempo todo pela frente. Os mandantes assumiram as rédeas e tocaram entre si, foram explorando gradualmente as avenidas deixadas pelo Valencia. Simeone fez trocas radicais para tentar dar um choque nos atletas que estavam em campo.

A mais emblemática foi a entrada de Matheus Cunha no lugar de Thomas Lemar. João Félix, que estava mal em campo, saiu para dar lugar ao zagueiro Felipe, para conter o ímpeto do Valencia. Cholo também colocou Ángel Correa na vaga de Renan Lodi. De todos esses, Matheus Cunha foi o que trouxe maior impacto, já que movimentou o ataque que antes estava quase inerte.

Dito e feito: foi do brasileiro o primeiro gol colchonero na noite, aos 19′, com assistência de Yannick Carrasco, que estava desligado e resolveu mostrar serviço. A bola veio alçada de um escanteio e Cunha desviou. Mesmo aparentando estar mais elétrico, o Atleti não parecia capaz de sequer empatar o jogo. Isso também mudou quando a torcida se ligou na mesma vibração dos atletas.

Os dez minutos finais foram dignos de um grande campeão como o Atlético. Já nos acréscimos, a virada foi tomando cor, a cor vermelha do uniforme especial do clube, inspirada nos 75 anos da sua mudança de nome de Club Atlético Aviación para Club Atlético de Madrid. A raça sintetizada em um manto que alterou o roteiro do jogo drasticamente. Aos 46′, Carrasco tentou arriscar de fora, a bola bateu no peito do goleiro Jaume Domenech e, no rebote, Correa guardou.

Dois minutos depois, aos 48′, Matheus Cunha desceu pela esquerda, com espaço, acompanhado por Mouctar Diakhaby. Mas Diakhaby acabou dando condição para Mario Hermoso, que surgiu na área e na mesma linha do defensor. O passe de Cunha, rasteiro, cruzou a área e encontrou os pés de Hermoso, que saiu comemorando como se dissesse para a torcida: “Calma, a gente sabia que ia dar tudo certo”.

E o resto foi só loucura. Simeone se permitiu perder o controle da situação, pirando nas laterais, enquanto a torcida celebrava mais uma virada inesperada e dramática nos minutos finais. Aparentemente, hoje o futebol resolveu entregar muito entretenimento na hora em que sobem os créditos. E é exatamente assim que a gente gosta, que a gente vibra, e que a gente sente o esporte. Poucos no mundo entendem esse negócio de bola como o Atlético, refém da própria necessidade de escrever uma história eletrizante.

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