Atlético-MG não gosta de ultimato do São Paulo e negociação por Lemos é oficialmente interrompida | OneFootball

Uruguaio nos tempos em que defendeu o Sassuolo, da Itália (Marco Bertorello/AFP)

RAFAEL EMILIANO

@rafaelemilianoo

O AVANTE MEU TRICOLOR revelou no último domingo (28) que a diretoria do São Paulo enviou um ultimato ao Atlético-MG na última sexta-feira (26) para tentar destravar de vez a contratação do zagueiro Mauricio Lemos. O aviso foi de que ou o uruguaio é liberado logo no início da próxima semana ou o negócio está suspenso.

Pois bem, a postura tricolor não agradou nem um pouco o Galo, que nesta segunda-feira (29) voltou a bater o pé pelo pagamento de um valor pela liberação do uruguaio de 28 anos por empréstimo de uma temporada, com preço fixado para a compra em definitivo.

Com isso, o clube do Morumbi resolveu congelar as negociações. O entendimento é de que os mineiros tentam obter um valor acima do estimado pelo mercado por Lemos, que tem contrato até o final do ano que vem.

Não significa uma desistência completa. Afinal o São Paulo avançou consideravelmente no negócio no último domingo (21), quando o gerente de futebol Rui Costa se reuniu com o estafe do jogador e acertou sua ida ao Morumbi.

Há uma esperança interna de que os empresários pressionem o Atlético e consigam o acerto original, de emprestar Lemos gratuitamente com os paulistas bancando o salário. Nessas condições, o interesse são-paulino continua.

Para tentar acelerar as tratativas com os mineiros, o clube do Morumbi aceitou todas as condições impostas, inclusive as de última hora.

A principal delas foi a mudança no tempo de empréstimo. O plano inicial era do São Paulo assumir o contrato de Lemos. Depois, ficou acertado o empréstimo sem custos até o final do ano, com um valor definido para a compra definitiva a partir da próxima temporada.

Por último, no decorrer da semana, o Atlético voltou atrás de novo, exigiu o empréstimo por uma temporada e a compra em definitiva ocorrendo em julho do ano que vem. Foi a vez do São Paulo reclamar. E pedir para a cláusula de empréstimo seja opcional. Em um primeiro momento, o Galo aceitou. Mas depois recuou. E exigiu um pagamento pela liberação. Novamente, os paulistas aceitaram. Mas a coisa não andou.

O interesse de atuar pelo Tricolor partiu do próprio jogador. Irritado com a perda de espaço em Belo Horizonte (afinal ele era titular absoluto com o ex-comandante atleticano, Luiz Felipe Scolari, e virou banco com Gabriel Milito), o jogador pediu para seus agentes procurarem alternativas. E assim viram que o clube do Morumbi buscava uma peça para sua defesa. Os contatos foram feitos na sexta-feira (19). E o técnico Luís Zubeldía aprovou o nome.

Milito informou que Lemos não faz parte dos planos e não há interesse dos mineiros, em crise financeira, de bancar seu salário para ele ficar sem jogar. Mesmo se não houver cláusula obrigatória de compra, uma parte dos dirigentes atleticanos acredita que só a vitrine proporcionada pelo São Paulo atrairia interessados em comprá-lo no ano que vem.

Tanto foi assim que partiu do próprio Atlético a decisão de tirar o jogador da lista de relacionados na vitória sobre o Vasco, no sábado. Afinal ele já fez seis partidas no Campeonato Brasileiro e bastaria entrar em campo mais uma vez pela competição nacional para se tornar inelegível.

Situação essa que mesmo assim deverá acontecer em outras competições. Lemos não poderá defender o Tricolor na Copa do Brasil e nem nas oitavas de final da Copa Libertadores. Esse último não por ter jogado uma partida do torneio pelo Atlético, mas pelo prazo estipulado pela Conmebol para inscrição de reforços ter se esgotado mesmo.

Revelado pelo Defensor, espécie de terceira força do país vizinho, Lemos rodou. Passou por Rússia, Espanha, Itália Romênia e Turquia antes de chegar ao Atlético no início do ano passado, após o término de seu vínculo com o Fenerbahçe.

Agora, sem o acerto com Lemos, o São Paulo promete avaliar opções de mercado para a zaga, setor desfalcado com a venda de Diego Costa para o futebol russo.