Trivela
·25 de junho de 2022
Trivela
·25 de junho de 2022
A DFB, entidade que gere o futebol alemão, publicou uma decisão inclusiva sem precedentes na última quinta-feira (23). Em um movimento contrário ao banimento de atletas transgênero em outros esportes, ficou decidido que esportistas poderão escolher em quais equipes desejam atuar, tanto na categoria masculina ou feminina, desde a base. A medida tomará efeito a partir da próxima temporada.
A decisão abre portas para que atletas tenham a liberdade de atuar ao lado de companheiros do gênero com o qual se identificam. A preocupação da DFB é apenas com os praticantes, em um sentido no qual medicações não prejudiquem a saúde do atleta. Enquanto federações de natação e rugby tomaram um rumo de proibir atletas transgênero, o futebol rema para o caminho contrário.
“Entendemos que a medida se aplica a atletas transgênero que agora podem trocar de time ou permanecer nos que estavam jogando anteriormente. Contanto que o esporte não afete a saúde da pessoa enquanto ela toma medicações [hormônios], ela pode participar do jogo. O novo regulamento exclui a relevância do doping hormonal. Se aplicará a regulamentos nacionais e regionais, mas também a nível de base, que há muito tempo nos reportam dificuldades para acomodar atletas transgênero e não-binários”, declarou Sabine Mammitzsch, responsável pela divisão feminina na DFB.
O impacto no futebol nos mais diferentes níveis é bastante relevante. “O regulamento foi feito pensando no direito básico de jogar, estamos criando pré-requisitos para permitir que atletas de diferentes identidades de gênero joguem. As regras estão sendo testadas em nível local pela nossa filial de Berlim desde 2019. Nossa experiência mostrou que não estamos lesando a integridade da competição. Afinal, todos nós temos diferentes vantagens físicas, de força e habilidade, o que nos permite alcançar o sucesso enquanto time, independente de questões de gênero”, explicou Thomas Hitzlsperger, diretor de diversidade da DFB.
Para tal, a DFB se compromete a designar responsáveis para fiscalizar a conformidade do processo, garantindo direito universal aos atletas e que as políticas anti-discriminação estão sendo seguidas à risca de acordo com o plano.