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·05 de setembro de 2024

Assim se começa um novo ciclo

Imagem do artigo:Assim se começa um novo ciclo

A abordagem na 2ª parte (em especial nos últimos 20 minutos) não foi a melhore e permitiu à Croácia ameaçar e sonhar, mas Portugal entrou com o pé direito neste novo ciclo, como Roberto Martínez lhe chamou, pós-Euro 2024 e venceu por 2-1. Bem pode agradecer a uma 1ª parte personalizada.

Depois do fracasso do Euro 2024, a seleção nacional masculina voltava ao ativo, desta feita na Liga das Nações, frente à Croácia. Do lado português, Roberto Martínez apresentava um onze inicial onde a grande surpresa era a inclusão de Pedro Neto no ataque, com João Palhinha a começar no banco de suplentes. Do lado croata, Zlatko Dalic apresentava o seu onze base, agora sem Brozovic, com Baturina a ocupar essa vaga.


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Mixórdia dinâmica

Apenas alguns meses depois de se terem encontrado no Jamor (1-2), antes do Euro, Portugal e Croácia voltavam a defrontar-se e cedo se notou algumas diferenças, até pelas peças em campo. A Croácia apostava num 3x5x2 - 5x3x2 a defender - e Roberto Martínez, talvez por isso, colocava Pedro Neto a dar largura na direita - habitualmente na esquerda - o que possibilitava os movimentos interiores de Dalot. A opção deu frutos e aos 7' Bruno Fernandes aproveitou uma diagonal de Dalot para a área - largura de Neto deu espaço para a mesma - e viu o lateral fazer o 1-0.

A Croácia procurou responder e mostrou saber ter bola em ataque organizado, embora tendo dificuldades em entrar no último terço, até porque Portugal se defendia com uma linha de cinco - Neto baixava a acompanhar o lateral oposto, Sosa. Por isso, os croatas acabavam quase sempre por apostar na meia distância, facilitando a vida de Diogo Costa. Portugal aproveitava, assim, para gerir bem os tempos do jogo. Bruno e Bernardo eram os motores, mas também os responsáveis pelas diagonais nas costas da defesa, enquanto Ronaldo ia criando vantagens posicionais quando surgia na ala esquerda.

Contudo, o capitão da seleção mostrou que é mesmo na área que pode fazer a diferença nesta fase da carreira e, aos 34', aproveitou um cruzamento milimétrico de Nuno Mendes na esquerda e encostou para o 2-0 e o seu golo 900 na carreira. A Luz fazia a festa para assistir a mais um marco histórico da carreira do capitão.

Apesar de assumir estar mais exposta a possíveis transições, a Croácia não baixou os braços e começou a tentar aproveitar as aventuras de Dalot para explorar a sua ala esquerda e foi aí que foi feliz, com infelicidade lusa à mistura. Aos 41', Modric abriu na esquerda para Sosa, este fez um cruzamento/remate e Dalot, infeliz, fez autogolo, ao tentar cortar. Pedro Neto tentou responder prontamente e, dois minutos depois, numa cavalgada tremenda, acertou em cheio na barra, numa transição, mas a vantagem mínima persistiu até ao intervalo.

Fechar portas

Quiçá para se proteger dessa capacidade croata de explorar a sua asa esquerda e os movimentos interiores de Dalot, Roberto Martínez mudou o desenho tático e a equipa voltou do intervalo apresentada em 3x5x2 - a defender-se em 5x4x1 -, com as entradas de Nélson Semedo e João Neves (saídas de Leão e Neto). Embora pouco atrevida para a 2ª parte, esta mudança trouxe a estabilidade que faltava à defesa lusa e libertou Nuno Mendes na esquerda - complementaridade com Leão não é a melhor.

Esta opção, no entanto, tirou também dinamismo e velocidade ao ataque português, que, agora, estava excessivamente dependente das incursões dos laterais (Nuno Mendes e Nélson Semedo) e das movimentações interiores dos médios, um pouco mais previsíveis que as de Dalot na 1ª parte. Isto fez a Croácia acreditar e crescer com bola, subindo linhas e deixando a seleção das Quinas cada vez mais encostada e, consequentemente, em perigo.

Foram 20 minutos de algum sofrimento, onde a Croácia foi criando perigo - quase sempre no cruzamento - e Diogo Costa foi-se mostrando bem. Do outro lado, Portugal já estava totalmente dependente de transições, onde apenas os laterais davam vida. Não fosse alguma falta de assertividade (e criatividade) croata e o susto podia ter passado a realidade, mas Portugal conseguiu aguentar-se e acabou a conseguir uma sofrida, mas justa, vitória por 2-1. Fica a imagem de uma 1ª parte personalizada, mas uma 2ª que podia ter sido gerida de outra forma.

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