Trivela
·10 de janeiro de 2023
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·10 de janeiro de 2023
A Copa do Mundo deixou marcas profundas no futebol árabe e os torcedores da região nem precisaram esperar muito para se empolgar com outra competição de seleções – guardadas, obviamente, as devidas proporções. Na última semana, começou a Copa do Golfo, torneio bienal que envolve os times do Golfo Árabe. Arábia Saudita e Catar (sem as suas principais estrelas) estão presentes na disputa, embora as maiores expectativas girem ao redor do Iraque, anfitrião da competição e que volta a sediá-la após 43 anos. A mobilização dos iraquianos nas arquibancadas é evidente e isso ficou bem expresso nesta segunda-feira, durante a vitória por 2 a 0 sobre os sauditas. Uma multidão tomou as tribunas e enlouqueceu com o resultado.
A realização da Copa do Golfo é um prêmio imenso ao Iraque, considerando as diferentes guerras e embargos enfrentados pelo país nas duas últimas décadas. Por conta dos conflitos internos, os iraquianos atravessaram diferentes períodos em que não puderam sediar partidas internacionais em seu território. A reabertura se tornou gradual apenas nos últimos cinco anos, e ainda assim com limitações. Foram 11 anos sem receber jogos de Eliminatórias, por exemplo, com o breve retorno interrompido na última edição por causa dos protestos no país. Por isso mesmo, sediar agora o torneio regional soa como uma vitória e transmite um senso de normalidade.
A Copa do Golfo é organizada inteiramente em Basra. A localização estratégica da cidade, no extremo sudeste do território, oferece menos riscos – distante de focos de disputa em Bagdá. De qualquer maneira, isso não diminui a conquista que a realização da Copa do Golfo representa ao Iraque. Ao longo dos últimos anos, na reabertura gradual para o futebol internacional no país, Basra se tornou a casa da seleção iraquiana. Inclusive o governo do país inaugurou um moderno estádio por lá em 2013, com capacidade para 65 mil espectadores. Uma estrutura de primeira que, agora, recebe sua grande competição.
A Copa do Golfo envolve oito equipes, distribuídas em duas chaves. O Iraque estreou com um empate sem gols contra Omã, até enfrentar a Arábia Saudita na segunda rodada. E a vitória por 2 a 0 contra os adversários mais tradicionais da chave gerou uma efusiva festa nas arquibancadas – assim como nas ruas de outras cidades, como Bagdá. Com o triunfo, os Leões da Mesopotâmia praticamente encaminham a classificação às semifinais, já que pegarão o eliminado Iêmen na rodada final. No outro grupo, o Bahrein desponta na liderança de uma chave que também reúne Catar, Kuwait e Emirados Árabes Unidos.
E nem mesmo a chuva afugentou o ótimo número de iraquianos presentes na vitória sobre os sauditas em Basra. A partida teve show de fogos de artifício, muita cantoria e uma massa empolgada com o resultado. Dono de três títulos da Copa do Golfo, o Iraque busca uma conquista que não vem desde 1988. E não dá para duvidar do potencial da equipe que parece ainda mais motivada com o fato de atuar em casa. Era um sonho que os torcedores iraquianos por muito tempo não puderam realizar.