Portal dos Dragões
·03 de junho de 2025
Assembleia do FC Porto continuou apesar de diretor ter avisado que não havia segurança

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Carlos Carvalho revelou que apenas às 14h35 do dia 13 de novembro de 2023 foi considerada a possibilidade de realizar o evento no Arena. Ele contactou a SPDE a solicitar um aumento no número de vigilantes, mas apenas conseguiu reunir 18.
O diretor de segurança detalhou que o plano de segurança foi elaborado e aprovado pela mesa da AGE. Existia um plano inicial (auditório para 200 pessoas) e um plano alternativo (tribuna presidencial para 700 ou 800). A possibilidade de mudar o evento para o Dragão Arena foi considerada apenas no dia da reunião do clube, e a decisão de mudar o local foi tomada às 20 horas. Quando a juíza questionou por que não foi elaborado um plano alternativo para o Arena de forma antecipada, Carlos Carvalho afirmou que, “em momento algum, havia sido considerada essa possibilidade”.
Conseguiu apenas mais seis vigilantes
“O plano foi elaborado com base numa determinada premissa” e, após a alteração, “houve imensas dificuldades”, explicou. Carlos Carvalho afirmou que contactou a SPDE para “fazer o que pudessem” para aumentar o número de vigilantes. Em vez dos 11 ou 12 esperados, apenas 18 vigilantes compareceram. “Foi o que se conseguiu junto da empresa de segurança privada”, justificou.
Carlos Carvalho afirmou que a AGE começou no auditório, porque, conforme lhe foi explicado, “uma vez marcada para um local, deve iniciar-se ali e só depois pode ser alterado o local”. Relativamente ao Arena, sublinhou que, devido às suas características, o pavilhão “não foi preparado”, tendo apenas sido necessário adaptar o sistema de som.
Carlos Carvalho relatou que, na noite da AGE, recebeu uma chamada do comissário Pedro Rocha, que estava preocupado com o número de pessoas na fila, e respondeu que tinham o camarote preparado e que, se necessário, se deslocariam para o Arena. “O comissário explicou que, para a PSP ser chamada, isso teria de ser feito pelo presidente da mesa ou por uma pessoa interposta”.
Nada foi feito após o aviso de falta de segurança
Após a primeira altercação, quando várias pessoas saltaram da bancada central para a bancada norte, o diretor de segurança dirigiu-se a Hugo Nunes e afirmou que “não estão reunidas as condições de segurança”, mas não fez referência à PSP. Quando questionado pela juíza, admitiu que, apesar do aviso, “nada foi feito. Tentou-se levar a AG até ao final”.
O responsável explicou no tribunal que a organização da AGE partiu da mesa da Assembleia Geral, mas que apenas falou com o presidente, Lourenço Pinto, durante cerca de 10 minutos no início da noite do evento. O contacto com a mesa foi sempre feito através de Hugo Nunes, que, de forma formal, é um elemento do departamento jurídico. Carlos Carvalho afirmou que nunca discutiu a AG com Fernando Saúl, ex-oficial de ligação aos adeptos, e que Adelino Caldeira, ex-administrador do FC Porto, não teve qualquer envolvimento na organização.
Tiago Gouveia, diretor de marketing, também confirmou que Adelino Caldeira nunca esteve envolvido na organização e que as suas responsabilidades se limitaram aos anúncios da convocatória, à imagem (bandeiras e mesa) e ao sistema de som. Ele também explicou que não se credenciou porque não quis ser associado ao seu voto naquela AGE.