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Calciopédia

·05 de agosto de 2020

As revelações da Serie A 2019-20

Imagem do artigo:As revelações da Serie A 2019-20

Donnarumma, Dragowski, De Ligt, Bastoni, Milenkovic, Luiz Felipe, Rodrigo Becão, Roger Ibañez, Tomiyasu, Müldür, Theo Hernandez, Luca Pellegrini, Rogério, Tonali, Barella, Bennacer, Locatelli, Amrabat, Nico Domínguez, Zaniolo, Elmas, Hamed Traorè, Pessina, Boga, Chiesa, Orsolini, Lautaro, Rafael Leão, Barrow, Kouamé, Cutrone, Vlahovic, Pinamonti e Bonazzoli. Cansou? Pois é: não faltam exemplos de jovens destaques na Serie A.

Nos últimos anos, parte do crescimento da liga – que culminou na extraordinária temporada 2019-20 – tem passado pelo espaço oportunizado a jovens talentos. Os treinadores ganham atletas com potencial de crescimento e fome de jogo, enquanto os clubes valorizam seus maiores produtos, os jogadores. E, por consequência, suas próprias finanças, com transferências em um mercado que passou a prestigiar ainda mais esse tipo de negócio.


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Todos os nomes citados acima, contudo, entraram nesta temporada já experientes – alguns você até acompanhou aqui na Calciopédia. Por isso, separamos as principais novidades que seguimos nesta época: a lista tem jogadores desconhecidos provenientes de ligas menores, assim como revelações no futebol profissional. Atletas nascidos neste século se tornam cada vez mais realidade na Serie A para mostrar que, sim, você está ficando velho.

Dejan Kulusevski

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Idade: 20 anos (24 de abril de 2000) Posição: meia-atacante Jogos (minutos): 36 presenças (2.952 minutos) Clube: Parma

Seria impossível não começar a lista com o sueco. Natural de Estocolmo e filho de macedônios, Kulusevski é mais um produto do sistema de observação e captação da Atalanta, que o tirou do Brommapojkarna aos 16 anos, em 2016. Campeão italiano sub-19 no ano passado, Dejan era o camisa 10 e protagonista de um time que também tinha Amad Traorè, Ebrima Colley, Jacopo Da Riva e Roberto Piccoli, que debutaram na Serie A nesta temporada, além de David Heidenreich e do brasileiro Rodrigo Guth, já relacionados por Gian Piero Gasperini.

Presente na última temporada por 102 minutos, distribuídos em três breves presenças, Kulusevski foi emprestado ao Parma para ganhar experiência, mas sua qualidade e o protagonismo conquistado com Roberto D’Aversa mudaram totalmente sua trajetória. Meio-campista de origem, muitas vezes utilizado como mezz’ala, o sueco brilhou na ponta-direita e foi o jogador com maior produção de gols da equipe do Ennio Tardini. Foram dez tentos marcados e oito assistências, que lhe valeram um contrato milionário com a Juventus, assinado já na janela de inverno, quando os bianconeri acertaram o negócio por 35 milhões de euros.

Muito similar a Nicolò Zaniolo pelas características físicas e técnicas, Dejan é certamente um jogador para se observar de perto em 2020-21, caso realmente seja aproveitado por Maurizio Sarri em Turim. Qualidade para isso, tem – e a personalidade de um campeão também já mostrou nesta temporada. No Parma, que não revelou ninguém da sua base, fica a expectativa para acompanhar a recuperação de Andrea Adorante, outro classe 2000: artilheiro da Inter no setor juvenil, sofreu ruptura de ligamento cruzado e precisou de outra operação no joelho em janeiro.

Marash Kumbulla

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Idade: 20 anos (7 de fevereiro de 2000) Posição: zagueiro Jogos (minutos): 25 presenças (1.950 minutos) Clube: Verona

Se era impossível não começar a lista com Kulusevski, Kumbulla também merece uma posição de destaque. A exemplo do sueco, Marash tem origens dos Bálcãs: natural de Peschiera del Garda, no Vêneto, seus pais são da Albânia, país que fez questão de escolher para defender no futebol, apesar de também ter a opção de vestir a camisa da Itália. Desde os oito anos no Hellas Verona, fez sua estreia no futebol profissional há dois anos e teve uma participação tímida na campanha de acesso do seu time para a Serie A.

Sua vida, no caso, mudou a partir da chegada de Ivan Juric. Apesar da inexperiência, Kumbulla convenceu o treinador croata ainda na pré-temporada e, ao longo da Serie A, estabeleceu um bom trio ao lado do kosovar Amir Rrahmani e do alemão Koray Günter – primeiro como zagueiro central, depois pela esquerda. No sistema do aprendiz de Gasperini, o albanês teve suas qualidades exaltadas: agressividade e antecipação, além da qualidade técnica para carregar e passar a bola. Não à toa, tem conversas avançadas para compor a defesa de Antonio Conte na Inter, talvez como um sucesso de Milan Skriniar.

Gaetano Castrovilli

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Idade: 23 anos (16 de fevereiro de 1997) Posição: meio-campista Jogos (minutos): 33 presenças (2.673 minutos) Clube: Fiorentina

Já com 23 anos, Castrovilli não é uma novidade no futebol profissional. Contudo, até despontar na pré-temporada e se tornar um dos principais jogadores da Fiorentina na temporada, com três gols e duas assistências, poucos o conheciam. Oriundo da base do Bari, o apuliano fez estreia no time principal biancorosso ainda em maio de 2015, pela Serie B. Emprestado um ano depois à Fiorentina para jogar a Copa Viareggio, retornou no verão de 2016 para o Bari, onde disputou dez partidas pela segunda divisão no primeiro turno, até novamente se transferir para Florença no inverno de 2017.

Contratado por 1,5 milhão de euros, Castrovilli foi protagonista do time sub-19 viola, que perdeu a final do Campeonato Primavera para a Inter. Sem espaço no time principal, foi emprestado para a Cremonese por dois anos. Na segunda temporada, o meia cresceu de rendimento e por pouco não levou a equipe lombarda para os playoffs. Ele foi eleito como o segundo melhor jovem da Serie B, atrás somente de Sandro Tonali, mas seu aproveitamento em Florença não era esperado. A estreia tardia na Serie A, aos 22 anos, não foi um problema, e durante toda a época de 2019-20 se manteve como uma das referências nos times de Vincenzo Montella e Giuseppe Iachini, chegando a ser convocado para a seleção italiana.

Andrea Cistana

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Idade: 23 anos (31 de março de 1997) Posição: zagueiro Jogos (minutos): 21 presenças (1.848 minutos) Clube: Brescia

Nascido e criado em Brescia, Cistana tem a marca dos bons talentos revelados pelos andorinhas. A exemplo de Castrovilli, também não é um novato no futebol profissional e foi um dos melhores zagueiros da Serie B em 2018-19, quando subiu com sua equipe para a elite italiana. Ele também ganhou experiência em outras ligas menores: a Serie D, com o Ciliverghe em 2016-17, e a Serie C de 2017-18, na qual foi finalista com o Prato, antes de retornar com status de titular para o Brescia.

Na primeira divisão, Andrea rapidamente mostrou o motivo de tanta expectativa sobre o seu futebol: muito técnico, o zagueiro se destaca pelo bom posicionamento e pela qualidade com a bola nos pés. Já convocado por Roberto Mancini em novembro de 2019, Cistana foi uma das poucas certezas do Brescia. Contudo, uma necessária operação no tornozelo, em fevereiro, acabou com sua temporada. A sua esperança, agora, é ganhar um contrato com outro clube da Serie A para recuperar seu crescimento.

Andrea Papetti

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Idade: 18 anos (2 de julho de 2002) Posição: zagueiro Jogos (minutos): 11 presenças (913 minutos) Clube: Brescia

O azar de uns pode ser a sorte de outros. Com a ausência de Cistana, Diego López confiou em Papetti, que nunca tinha jogado profissionalmente. Agregado ao time principal em 2020, estreou na Serie A já como titular, em março. Com o retorno do campeonato, em junho, não saiu mais do time. Se existe uma expectativa para Cistana seguir na elite, seu xará tem todas as condições de também fazê-lo, ou então continuar sua evolução na Serie B. Papetti passou pelo setor juvenil da Inter antes de chegar ao Brescia, aos 14 anos, e é natural de Cernusco sul Naviglio, na região metropolitana de Milão. Uma cidade conhecida por revelar para o mundo líberos como Gaetano Scirea e Roberto Tricella, que tiveram boa história na seleção.

Papetti iniciou sua trajetória no futebol como ala, depois foi recuado para a lateral e, finalmente, acabou convertido em zagueiro. A exemplo de seu companheiro, também se destaca pela leitura dos espaços e pela qualidade técnica, que se sobressai ainda mais por sua personalidade – talvez pela experiência no meio-campo. Tido como novo Cistana, pode alçar voos ainda maiores que o seu companheiro. No meio-campo, com Tonali destinado à Inter, o Brescia também prepara seu novo regista: Mattia Viviani, já titular em três oportunidades nesta temporada.

Sebastiano Esposito

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Idade: 18 anos (1º de julho de 2002) Posição: atacante Jogos (minutos): 7 presenças (203 minutos) Clube: Inter

Mais um talento de Castellammare di Stabia, como Gianluigi Donnarumma, Fabio Quagliarella e tantos outros jogadores, Esposito já tinha estreado pelo time principal da Inter na temporada passada, quando Luciano Spalletti lhe deu alguns minutos na Liga Europa, fazendo de Seba o mais jovem jogador nerazzurro a atuar em uma partida internacional. Nesta temporada, teve uma estreia iluminada na Liga dos Campeões, quando sofreu um pênalti contra o Borussia Dortmund. A primeira aparição na Serie A veio logo depois, quando se tornou o primeiro atleta nascido em 2002 a debutar na elite. O gol contra o Genoa, com 17 anos, 5 meses e 19 dias, o deixou atrás apenas de Mario Corso no quesito.

Talento precoce e de uma família dedicada ao futebol, Sebastiano carregou sua casa para a Lombardia, quando foi observado pelo Brescia, aos 9 anos. Ao lado do seu irmão Salvatore, dois anos mais velho, se transferiu para a Inter três anos depois – caminho também percorrido pelo caçula Francesco, nascido em 2005. Protagonista do time sub-17 aos 15 anos, em 2018-19 foi artilheiro e campeão italiano da categoria; na mesma época recebeu o chamado para o sub-19 e teve a estreia no time principal. Com a Itália, foi destaque no vice do Europeu sub-17, quando foi artilheiro com quatro gols em seis jogos.

Esposito não fez parte da convocação para o Mundial sub-17 a pedido de Antonio Conte, com quem realizou as marcas mencionadas acima. Seguindo os passos de Roberto Baggio, Alessandro Del Piero e Francesco Totti como um bom finalizador, Esposito ainda não tem uma função clara e já fez um pouco de tudo: foi centroavante, segundo atacante, meia-atacante e ponta. Agora agenciado por Federico Pastorello, ganhará um aumento substancial no salário e um novo contrato de três anos com a Inter, que deve emprestá-lo para ganhar mais minutos na Serie A.

Lucien Agoumé

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Idade: 18 anos (8 de fevereiro de 2002) Posição: meio-campista Jogos (minutos): 3 presenças (72 minutos) Clube: Inter

Mais um talento precoce da Inter, Agoumé, justiça seja feita, não é um produto de Interello. Nascido em Camarões, se mudou ainda jovem para a França, onde fez toda a sua breve carreira, obtendo maior destaque no Sochaux. Em outubro de 2018, aos 16 anos, se tornou o jogador mais jovem a debutar na Ligue 2 e completou a temporada com 15 presenças na segunda divisão. Em maio de 2019, foi capitão da França no Europeu sub-17, na Irlanda, e acabou eliminado justamente por Esposito, seu futuro companheiro.

Já acertado com a Inter, que pagou 4,5 milhões de euros fundamentais para as finanças do Sochaux, Agoumé se mudou para Milão em julho, quando foi agregado ao time principal e ganhou aparições na pré-temporada. Utilizado algumas vezes na equipe sub-19, o volante francês logo se tornou alvo de comparações com Pogba, por um conjunto que inclui passada larga, liderança, personalidade e qualidade nos passes. Entre outubro e novembro, esteve no Brasil para o Mundial sub-17 e novamente foi capitão da França, eliminada nas semifinais pelos anfitriões.

Sua estreia pelo time principal da Inter ocorreu em dezembro, contra a Fiorentina, quando jogou por 13 minutos. No pós-lockdown, o francês recebeu duas oportunidades maiores, com 28 minutos contra o Sassuolo e mais 31 contra o Brescia, quando deixou boa impressão. Outro nerazzurro protagonista no Europeu e no Mundial sub-17, é o promissor zagueiro Lorenzo Pirola, que também ganhou minutos contra a Spal e, ao lado de Agoumé e Esposito, compõe a trinca de jovens interistas para se acompanhar em 2020-21.

Musa Juwara

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Idade: 18 anos (25 de dezembro de 2001) Posição: ponta Jogos (minutos): 7 presenças (152 minutos) Clube: Bologna

Em tempos de muitos refugiados na Itália, a história do gambiano Juwara inspira empatia e esperança. Como contou a companheira Nathalia Perez, o jovem Musa teve uma trajetória bastante complicada até o gol marcado contra a Inter no San Siro, seu primeiro na Serie A. Órfão, deixou seus avós na Gâmbia com apenas 14 anos para, sozinho, tentar uma vida no futebol no Belpaese. Depois de atravessar o mar Mediterrâneo em um pequeno bote, desembarcou na Sicília, mas encontrou sua casa em Potenza, capital da região da Basilicata.

Acolhido pela família Summa e o patriarca Vitantonio, treinador da Virtus Avigliano, conseguiu ali uma porta de entrada no futebol italiano. Seu talento logo ficou evidente e, um ano depois, Juwara se mudou para o Chievo, onde acabou agregado ao time sub-19 com apenas 15 anos. Pelos clivensi, na última rodada de 2018-19, também teve seus primeiros 11 minutos na Serie A. Vendido para o Bologna por 500 mil euros no verão, se tornou um dos artilheiros do Campeonato Primavera, com 11 gols (além de cinco assistências) em apenas 16 jogos.

Agregado ao time principal rossoblù já em outubro, Musa estreou em fevereiro, quando acumulou breves minutos contra Roma, Genoa e Udinese – o bastante para ser convocado para a sua seleção, para jogos que não aconteceram em virtude da pandemia de covid-19. Na retomada do campeonato, ganhou novas oportunidades contra Juventus e Inter: contra os nerazzurri, fez seu primeiro gol. Tido como novo “menino dos olhos” da Serie A, Juwara teve sua ausência nos jogos seguintes questionada, mas Mihajlovic mostrou calma para lançar o talento gambiano, abraçado por seu compatriota Barrow, artilheiro do Bologna em 2020. Na última rodada, contra o Torino, enfim Juwara teve seu primeiro jogo como titular.

Forte fisicamente, apesar da baixa estatura, o atacante chama atenção por sua habilidade no pé esquerdo e conseguiu roubar a cena do dinamarquês Andreas Skov Olsen – que fora contratado sob muita expectativa junto ao Nordsjaelland, mas teve uma temporada ruim. Enquanto isso, o Bologna também lançou os jovens Andri Baldursson, Federico Bonini e Gianmarco Cangiano: a Geração Z está invadindo a Serie A.

Ebrima Colley

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Idade: 20 anos (31 de janeiro de 2000) Posição: meia-atacante Jogos (minutos): 5 presenças (85 minutos) Clube: Atalanta

Outro talento da Gâmbia, Colley também foi abraçado por Barrow, mas dessa vez em Bérgamo. Desde 2018 no clube, Ebrima ainda é primo de Omar, zagueiro da Sampdoria, e vem de uma família que respira futebol. Anteriormente parceiro de Kulusevski no meio-campo do time atalantino treinado por Massimo Brambilla, o africano tem o trabalho pela ponta esquerda como sua função original e foi ali que assumiu grande protagonismo nesta temporada no time sub-19. Colley foi um dos principais artilheiros do Primavera, vencido pela Dea, ao lado do compatriota Juwara, com 12 gols.

A chamada para a Serie A tardou um pouco mais do que a dos seus companheiros: o gambiano já havia sido convocado para a seleção principal do seu país quando recebeu oportunidade entre os profissionais. Depois de ficar no banco contra a Juventus, em novembro, um mês depois teve seus primeiros minutos na elite contra o Bologna. No pós-lockdown, teve uma chance real contra o Brescia, e que aproveitou bem: entrou no intervalo e deixou sua marca com uma assistência na goleada por 6 a 2. Na rodada seguinte, novamente contra os bolonheses, por muito pouco seu primeiro gol não saiu.

Amad Traorè

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Idade: 18 anos (10 de junho de 2002) Posição: ponta Jogos (minutos): 3 presenças (30 minutos) Clube: Atalanta

De Bérgamo também vem outro talento que debutou nesta temporada na Serie A. Inclusive, sua estreia não poderia ter sido mais perfeita: contra a Udinese, na 9ª rodada, Traoré marcou o último gol na goleada de 7 a 1 sobre a Udinese, apenas seis minutos depois de substituir Josip Ilicic. O primeiro nascido em 2002 a marcar na primeira divisão italiana, ainda com apenas 17 anos, voltou a receber novos minutos contra Juventus, em novembro, e Parma, em janeiro. Peça importante no time sub-19, contudo, não voltou a ter outras oportunidades de Gian Piero Gasperini.

Não se engane, o nome Traorè realmente é familiar. Seu rosto você também já viu em algum lugar. É que Amad é irmão de Hamed Junior, que chegou à Itália ainda criança, junto com seu irmão, vindos da Costa do Marfim. Em 2015, se um foi para a Lombardia, com a Atalanta, o outro se mudou para a Toscana, com o Empoli: hoje vinculado ao Sassuolo, Hamed é o laço que faz a atenção da Juventus se voltar aos irmãos Traorè. Protagonista no time sub-17 com 15 anos, Amad se dividiu entre o sub-17 e o sub-19 na última temporada, enquanto nesta se tornou protagonista na campanha do título na categoria Primavera. Ponta-direita de pé canhoto, nesta época o marfinense foi líder de assistências da equipe, com cinco passes para gol.

Wilfried Singo

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Idade: 19 anos (24 de dezembro de 2000) Posição: lateral-direito Jogos (minutos): 4 presenças (132 minutos) Clube: Torino

Se tudo der certo, a Costa do Marfim tem o lado direito da sua seleção garantido por muitos anos. Se Traorè brilha com a camisa da Atalanta, Singo também tem deixado ótimas impressões pelo Torino. Desde o ano passado na Itália, virou titular do time sub-19 no final da última temporada, posto que manteve muito bem no Campeonato Primavera nesta época. O lateral-direito marfinense se destaca pela grande condição física que tem, que lhe valeu os primeiros minutos na Serie A no retorno da liga.

Depois de ficar no banco em alguns jogos, debutou no campeonato contra o Cagliari em junho, enquanto contra a Roma, na 37ª rodada, marcou seu primeiro gol, com um chute cruzado de direita. Sua estreia profissional havia ocorrido ainda no começo de 2019-20, quando entrou nos minutos finais de três jogos da fase preliminar da Liga Europa. Para a próxima temporada, ao lado do atacante Vincenzo Millico e do meia Michel Ndary Adopo, companheiros no sub-19, deve ganhar maior espaço no time principal.

Sebastian Walukiewicz

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Idade: 20 anos (4 de abril de 2000) Posição: zagueiro Jogos (minutos): 14 presenças (1.162 minutos) Clube: Cagliari

Figura carimbada nas seleções de base da Polônia e produto da base do Legia Varsóvia, Walukiewicz não é uma novidade no futebol profissional, uma vez que foi protagonista pelo Pogon Szczecin no último Campeonato Polonês. Contratado em janeiro de 2019 pelo Cagliari, desembarcou na Sardenha somente no verão do ano passado e demorou para receber oportunidades com Rolando Maran. A estreia aconteceu em dezembro, pela Coppa Italia. Na Serie A, um mês depois, foi titular contra a Juventus.

Diante das opções limitadas na defesa, aos poucos o zagueiro se estabeleceu na formação sarda. A grande oportunidade veio com Walter Zenga, depois da pausa forçada: nos 13 jogos restantes da liga, Walukiewicz participou de 10. Não impressionou ou solucionou os problemas defensivos do Cagliari, porém deixou sua marca e a expectativa de que pode evoluir na próxima temporada ao lado de Andrea Carboni, outro talento rossoblù que surgiu na volta da Serie A, a exemplo de Riccardo Ladinetti, Federico Marigosu e Luca Gagliano – este, com gol e assistência contra a Juventus. Todos os últimos citados são protagonistas no bom time sub-19 rossoblù.

Igor Júlio

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Idade: 22 anos (6 de fevereiro de 1998) Posição: zagueiro e lateral-esquerdo Jogos (minutos): 26 presenças (1.950 minutos) Clubes: Spal e Fiorentina

Em uma Serie A recheada de brasileiros, Igor conseguiu um espaço interessante na primeira metade do campeonato. Antes de tudo desmoronar na Spal – e, talvez, sua saída no inverno para a Fiorentina tenha uma parcela de contribuição para isso –, o mineiro de Bom Sucesso surgiu como uma surpresa no time titular da equipe de Ferrara. Desconhecido para muitos, o defensor é produto da Red Bull e não chegou a jogar profissionalmente no Brasil.

Na Áustria, recebeu suas primeiras oportunidades no Liefering, time de suporte do Red Bull Salzburg. No clube principal, participou do elenco campeão da Youth League em 2016-17 ao lado de outros jogadores já consolidados no projeto futebolístico da empresa de bebida energética. Porém, a trajetória de Igor foi mais árdua do que a de alguns companheiros. Sem espaço no time principal, foi emprestado primeiro para o Wolfsberger e depois para o Austria Vienna, clube em que finalmente conseguiu destaque. Não o suficiente para voltar para Salzburgo, mas o bastante para ganhar um contrato na Serie A com a Spal.

Igor começou a chamar atenção logo na primeira rodada da liga contra a Atalanta, quando deu uma assistência. Zagueiro de origem, ganhou espaço na formação de Leonardo Semplici como ala pela esquerda, diante da ausência do titular Mohamed Fares, e aproveitou a oportunidade. Forte fisicamente, também mostrou habilidade para conduzir a bola e criar chances de gol. Depois de marcar seu primeiro gol na Bota na Coppa Italia, contra o Lecce, no final da janela de inverno assinou com a Fiorentina. O brasileiro não conseguiu ter o mesmo protagonismo em Florença, mas sua versatilidade, porém, será uma referência importante para Giuseppe Iachini na próxima temporada, numa cada vez mais rejuvenescida equipe violeta.

Gabriel Strefezza

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Idade: 23 anos (17 de abril de 1997) Posição: lateral, ala ou ponta-direita Jogos (minutos): 32 presenças (2.112 minutos) Clube: Spal

Se Igor chamou atenção na esquerda, a ala direita da Spal também falou português nesta temporada. Com a inglória missão de substituir Manuel Lazzari, Strefezza não conseguiu entregar o mesmo rendimento do seu antecessor – o que era mesmo difícil, dada a importância do atual laziale para o modelo de jogo dos estensi e as características de Gabriel, que tem uma maior tendência a centralizar as jogadas. Mesmo assim, com um gol e duas assistências, o brasileiro de origem siciliana deixou uma boa impressão na primeira experiência na Serie A.

Da base do Corinthians, onde era conhecido como “Espeto”, o lateral foi oferecido para clubes italianos em 2016. Depois de ser rejeitado por Lazio e Palermo por conta da sua altura (1,68m), foi aproveitado pela Spal, com quem assinou seu primeiro contrato. Utilizado primeiramente no time sub-19, Gabriel Strefezza estreou pelo elenco principal em março de 2017. Emprestado para Juve Stabia e Cremonese, disputou as séries C e B em 2017-18 e 2018-19, respectivamente. De volta à Ferrara a pedido de Semplici, estreou na Serie A em setembro e não saiu mais do time.

Kevin Agudelo

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Idade: 21 anos (13 de novembro de 1998) Posição: meio-campista Jogos (minutos): 13 presenças (741 minutos) Clubes: Genoa e Fiorentina

A renovação do plantel da Fiorentina também passa pelo colombiano Agudelo. O talentoso meio-campista, foi contratado no verão do ano passado pelo Genoa, depois de uma temporada de destaque pelo Atlético Huila, e cresceu a partir da chegada de Thiago Motta no comando técnico grifone. A estreia na Serie A veio com o primeiro gol na vitória de virada sobre o Brescia, por 3 a 1. No segundo jogo, já como titular, deu uma assistência para Christian Kouamé na derrota para a Juventus.

Depois de perder espaço com a chegada de Davide Nicola e a mudança na política de contratações do Genoa em busca da salvezza, Agudelo se mudou para Florença. Assim como Igor, foi contratado por empréstimo com obrigação de compra no final da janela de inverno. As oportunidades com Iachini, contudo, foram poucas: oito minutos contra a Juventus em fevereiro, mais 12 contra o Lecce, já em julho, e a titularidade contra a Spal, na última rodada da Serie A, com uma boa impressão.

Eddie Salcedo

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Idade: 18 anos (30 de setembro de 2001) Posição: atacante Jogos (minutos): 17 presenças (680 minutos) Clube: Verona

Mais um talento de origem colombiana, Salcedo, ao contrário de Agudelo, nasceu e cresceu na Itália. Não à toa, é um selecionável italiano nas categorias de base e tido como uma das maiores promessas do Belpaese para a próxima década. Natural de Gênova, Eddie fez todo o seu percurso de base no Genoa e teve uma estreia bastante precoce na Serie A, logo na primeira rodada da temporada 2017-18, ainda com 16 anos. Além de mais quatro minutos na Coppa Italia, voltou a jogar no time principal rossoblù na 37ª rodada daquela campanha.

Disputado por Inter e Juventus, acabou em Milão como parte de um complexo negócio envolvendo outros jogadores nerazzurri e grifoni, no qual foi avaliado em cerca de 10 milhões de euros. Em 2018-19, só atuou pelo time sub-19, ao qual aportou 12 gols e três assistências na campanha que levou os interistas até a final do Campeonato Primavera, perdida para a Atalanta. Salcedo chegou a ser relacionado por Spalletti em três oportunidades, mas não entrou em campo.

De volta ao Genoa por empréstimo de dois anos, foi repassado ao Hellas a pedido de Juric, queo lançara entre os profissionais na Ligúria. Em pouco tempo, Salcedo ganhou a confiança do treinador croata e acumulou boas apresentações, mostrando sua qualidade técnica e versatilidade. O primeiro gol na Serie A veio em novembro, contra o Brescia. Um mês depois, contudo, sofreu uma lesão no joelho direito. Após um retorno lento, com apenas duas partidas como titular em julho, a tendência é que siga em Verona para amadurecer.

Giacomo Raspadori

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Idade: 20 anos (17 de fevereiro de 2000) Posição: atacante Jogos (minutos): 11 presenças (264 minutos) Clube: Sassuolo

Parceiro de Salcedo na seleção sub-19, Raspadori também é um fenômeno que quem joga Football Manager conhece muito bem. A avaliação promissora no simulador faz sentido, uma vez que suas marcas nas categorias sub-17 e 19 do Sassuolo foram impressionantes. No clube emiliano, percorreu toda sua trajetória no setor juvenil e, na última temporada, marcou 15 gols no Campeonato Primavera. Ali, nasceram as primeiras comparações com Antonio Di Natale por fatores como semelhança física, personalidade e liderança.

Depois de debutar na Serie A na última rodada de 2018-19, Raspadori também abriu esta época recebendo breves minutos, o que se repetiu em mais três oportunidades entre novembro e janeiro. No retorno do campeonato, enfim Roberto De Zerbi lhe deu uma abertura maior. Titular contra a Lazio, entregou uma ótima atuação no Olímpico e ainda marcou o primeiro gol da vitória por 2 a 1. Nos jogos seguintes, ganhou novas chances e, em uma delas, fez o seu segundo gol na elite, contra o Genoa, na goleada por 5 a 0 na penúltima rodada. Os neroverdi já sabem que podem contar com Raspadori se o veterano Francesco Caputo não estiver disponível.

Alessandro Tripaldelli

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Idade: 21 anos (8 de fevereiro de 1999) Posição: lateral-esquerdo Jogos (minutos): 2 presenças (136 minutos) Clube: Sassuolo

Natural de Nápoles, Tripaldelli cresceu em terreno rival: registrado pela Juventus aos 13 anos, jogou em Turim até 2018, período em que fez boas temporadas no Campeonato Primavera e despontou como um dos principais laterais da sua geração. Destaque no Europeu sub-19, em 2018, e no Mundial sub-20, no ano posterior, foi contratado pelo Sassuolo por 1,5 milhão de euros. Contudo, ainda não conseguiu dar o salto no futebol profissional.

Depois de empréstimos frustrados para Zwolle e Crotone em 2018-19, a estreia na Serie A aconteceu nesta temporada, contra a Atalanta, em setembro, após substituir o lesionado Federico Peluso. Titular contra a Inter no jogo seguinte, não fez bom jogo e não tornou a entrar em campo até uma presença na Coppa Italia, em dezembro. Não é relacionado por De Zerbi desde janeiro, mas seu percurso frutífero nas seleções de base sugere que possa se firmar mais tarde. Neste ano, o Sassuolo revelou ainda Stefano Turati, Andrea Ghion e Giacomo Manzari.

Matteo Gabbia

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Idade: 20 anos (20 de outubro de 1999) Posição: zagueiro Jogos (minutos): 9 presenças (675 minutos) Clube: Milan

Da mesma geração de Tripaldelli, e também destaque na ótima campanha italiana no Mundial sub-20 da Polônia no ano passado, Gabbia aproveitou bem as muitas chances concedidas nesta temporada. Para quem segue o Milan, o jovem não é exatamente uma novidade e desde 2017 está integrado ao elenco principal. Inclusive, sua estreia aconteceu naquele ano, em agosto, num jogo da fase preliminar da Liga Europa, contra o Shkëndija.

Formado em Milanello, onde está desde os seus 13 anos, Matteo virou titular do time sub-19 quando tinha apenas 17. Zagueiro de origem, foi bastante utilizado como volante, o que gerou uma certa confusão inicial, mas a partir da temporada 2017-18 se estabeleceu na sua função de origem e como um dos líderes do time. Na época seguinte, o empréstimo para a Lucchese, na Serie C, serviu de grande experiência para crescer como defensor.

De volta ao Milan e agregado ao time principal em definitivo, teve sua primeira chance com Stefano Pioli, pela Coppa Italia, em janeiro. Na Serie A, jogou como titular os últimos dois compromissos antes da paralisação. No retorno, além de ter substituído Simone Kjaer e o capitão Alessio Romagnoli no primeiro tempo em duas partidas, iniciou jogando em mais quatro oportunidades. Inclusive, nas três rodadas finais da liga, sempre com boas avaliações.

Diante dos problemas físicos de Mateo Musacchio e Léo Duarte, Gabbia mostrou que tem qualidade para seguir ganhando espaço em 2020-21 e também conquistou a confiança de Pioli. Nesta temporada, os rossoneri ainda acompanharam as estreias de Lorenzo Colombo e de Daniel Maldini, além de Marco Brescianini, que recebeu minutos na última rodada da Serie A.

Riccardo Sottil

Imagem do artigo:As revelações da Serie A 2019-20

Idade: 21 anos (2 de junho de 1999) Posição: ponta Jogos (minutos): 18 presenças (522 minutos) Clube: Fiorentina

Assim como outros jovens da lista, Riccardo também tem sobrenome conhecido. Ele é filho de Andrea Sottil, atual técnico do Pescara e ex-zagueiro com passagens por Torino, Fiorentina, Atalanta, Udinese e Reggina entre as décadas de 1990 e 2000. Se o seu pai mudou bastante de clube na carreira, ele também experimentou uma vida movimentada na base. Natural de Turim, passou pelo Genoa antes de se destacar no sub-17 do Torino – tal qual seu pai – e acertar com outra antiga equipe de Andrea: a Fiorentina.

Em Florença, foi um dos protagonistas do time vice-campeão italiano sub-19 em 2016-17, ao lado de Castrovilli – trajetória que repetiu na temporada seguinte. Os ótimos momentos na base, porém, não se repetiram de imediato no profissional. Promovido em 2018-19, estreou na Serie A em setembro, aos 19 anos, e no inverno acabou emprestado ao Pescara. Depois de um início lento, conquistou espaço na equipe biancazzurra, que acabou eliminada nos playoffs para o Verona.

Valorizado depois do empréstimo, Sottil iniciou a temporada como titular na formação de Montella. De drible fácil e dono de muita força física, o atacante despontava como um sucessor de Chiesa pela similaridade de características, mas a inconsistência e o baixo aproveitamento na finalização das jogadas pouco a pouco minaram suas oportunidades no time. Depois das duas titularidades nas rodadas iniciais da Serie A, Riccardo voltou a começar um jogo apenas em mais uma oportunidade e suas chances se reduziram a breves minutos. O talento existe, mas precisa ser lapidado.

Menções honrosas

Embora não tenha emplacado nenhum jogador na lista final, a Lazio abriu espaço para dois jovens da sua base: o lateral-esquerdo Luca Falbo e o ponta Raúl Moro, que entraram no último minuto contra a Juventus por conta das opções limitadas à disposição de Simone Inzaghi. O brasileiro André Anderson, cria do Santos, também teve seus primeiros passos na elite, enquanto Bobby Adekanye, ex-Liverpool, deixou boa impressão.

Ainda na capital, o lateral-esquerdo Riccardo Calafiori mostrou bastante personalidade no último jogo da Roma na Serie A, contra a Juventus. Em Turim, o jovem aproveitou a oportunidade dada por Paulo Fonseca no time titular e ainda arrancou um pênalti, que contribuiu para a virada giallorossa e para jogar água no chopp dos bianconeri. Depois de Luca Pellegrini, pode estar despontando mais uma ala canhoto promissor.

Já em Gênova, apesar das campanhas abaixo das expectativas, Kristoffer Askildsen, pela Sampdoria, e Nicolò Rovella e Denilho Cleonise, pelo Genoa, também aproveitaram o tempo que tiveram na reta final e são jovens para serem observados em 2020-21. Fica também a expectativa para os retornos de Gianluca Gaetano (Napoli), Luca Ranieri e Szymon Zurkowski (Fiorentina) e Kingsley Michael (Bologna): eles iniciaram a temporada na Serie A e foram emprestados para a segunda divisão, onde não tiveram desempenho satisfatório.

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