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·16 de setembro de 2020

As mudanças de Eduardo Barros no comando do Athletico

Imagem do artigo:As mudanças de Eduardo Barros no comando do Athletico

Por: Davi Machado

Depois da troca de treinador no meio da temporada, trouxe nesse texto algumas mudanças de conceitos em relação aos 2 técnicos. Quais mudanças já puderam ser notadas?


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Um fim de ciclo nunca é fácil. Após dois anos vitoriosos, o Athletico acabou perdendo boa parte do elenco campeão e o seu treinador. Coube ao experiente Dorival Junior reestruturar a equipe, e, apesar de um inicio promissor, uma sequência ruim de resultados acabou derrubando-o.

Dorival gostava de utilizar o esquema 4141, em fase ofensiva. Se organizavam para uma saída em 3+2 com os laterais na base da jogada mais o 1º volante. Os interiores se projetavam para receber entrelinhas e fixar os laterais adversários, os pontas ficavam bem abertos gerando amplitude e profundidade, além do 9 que atuava em apoio, sempre saindo da referência para atrair um zagueiro ou servir de parede para ativar o 5 como homem livre atrás da defesa.

Organização ofensiva com Dorival Júnior

Havia uma certa liberdade para troca de posições, se um meia descia para base, o lateral ocupava o espaço mais a frente. Se um lateral passava no corredor, o ponta ia para a entrelinha e o meia descendia a base para numa possível perda de posse o time não ficar tão exposto.

Imagem do artigo:As mudanças de Eduardo Barros no comando do Athletico

Na fase defensiva, a equipe pressionava bastante o adversário para obter recuperações no terço final. Com uma marcação encaixada, pressionava desde a saída com os defensores com o atacante, os pontas vigiavam as opções de passe para os laterais, e os meias encaixavam nos volantes adversários. O 1º volante atleticano sempre ficava responsável pelas coberturas entre as linhas, para apanhar o rebote e voltar a circulação da bola longe da pressão.

Num bloco mais baixo, a equipe organizava-se num 4141, com os pontas fechando uma 2º linha de marcação, os meias sempre saltando pressões aos defensores rivais, e o 1º volante entre as linhas fechando linhas de passe, fazendo a cobertura dos meias e tornado o time mais compacto.

Athletico postado em bloco baixo com Dorival

Depois de uma sequencia ruim de resultados, a diretoria optou pela troca no comando da equipe. O escolhido foi o treinador Eduardo Barros, que antes fora coordenador do “Jogo CAP”, e no ano passado assumiu a equipe principal na reta final do Brasileirão.

Eduardo Barros primeiramente mudou a formação, do 4141 passou a atuar no 4231, com mudanças significativas nas fases do jogo. Na construção a equipe manteve a saída em 3+2, porém agora o 1º volante recua entre os centrais, e o 2º volante mais o meia central ficam na base da jogada, com os laterais se projetando no corredor dando profundidade e amplitude. Os pontas agora atuam mais por dentro, fixando laterais adversários e atacando o espaço entre zagueiro-lateral.

Construção ofensiva da equipe, saída agora em 3+2

Também é comum um dos laterais (as vezes até os 2) ficando na base da jogada e a amplitude sendo gerada por outros, assim como era com Dorival. Isso se deve tanto pela maior liberdade de movimentos que os atletas passaram a ter, como pela debilidade física dos laterais em apoiar constantemente no corredor.

Na fase defensiva, também propôs conceitos diferentes do antigo treinador. Trocou o 4141 pelo 442, que em fase de pressão agora usa 2 jogadores mais adiantados para pressionar, sempre revezando entre que pressiona o portador enquanto o outro vigia o meia mais recuado do rival.

Athletico em marcação pressão, bons encaixes permitem a recuperação da posse

Num bloco mais baixo, também se utiliza do 442 ou invés do 4141. Os pontas fecham uma 2º linha de marcação, sem a presença de um volante entre as linhas acaba ficando um time mais compacto, que obriga o rival a trabalhar as jogadas pelos lados e pressionam nessa faixa do campo.

Marcação em bloco médio/baixo, mesmo com a perda no 1º duelo individual as coberturas permitiram a recuperação da posse

Houveram mudanças significativas em todas as fases do jogo praticamente, Eduardo praticamente não teve tempo livre pra ajustar a equipe, assim como Dorival não teve na sequencia em que ficou ausente pelo Covid. Por isso até é normal alguns erros coletivos da defesa, e alguns posicionamentos errados na fase ofensiva com relação a ocupação dos espaços, a fim de criar linhas de passe e fazer a equipe progredir no campo.

Agora com a volta da Libertadores e com essa sequencia pesada de jogos que está por vir, o tempo de descanso, treinos e a margem de erro diminuirão, ao mesmo tempo em que as viagens e a pressão aumentarão. É importante o torcedor ter consciência disso, para não acabar queimando um 2º trabalho promissor nesse ano. A ver como Eduardo Barros e sua equipe lidarão com as adversidade.

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