As expectativas sobre a Dinamarca eram justificadas, assim como são as cobranças pelo início morno na Copa | OneFootball

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Trivela

·26 de novembro de 2022

As expectativas sobre a Dinamarca eram justificadas, assim como são as cobranças pelo início morno na Copa

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A Dinamarca desembarcou na Copa do Mundo sob condizentes expectativas. Nem será uma surpresa uma boa campanha dos escandinavos. O time protagonizou uma das grandes histórias da Eurocopa, sobrou num grupo tranquilo nas Eliminatórias, teve grandes atuações contra adversários de peso no ciclo recente. Entretanto, pelas duas primeiras rodadas do Mundial, há um senso de frustração com o que se esperava mais. Os dinamarqueses fizeram um bom segundo tempo contra a França e a derrota não é nada de outro mundo. Mas o histórico recente prometia uma equipe mais competitiva.

O entrave da Dinamarca aconteceu na estreia, contra a Tunísia. E é necessário dar os méritos para os adversários. As Águias de Cartago foram superiores do ponto de vista tático e neutralizaram as diferentes tentativas dos dinamarqueses em encontrarem um caminho à vitória. Foi um jogo amarrado em que os escandinavos não apresentaram qualquer brilhantismo, coletivo ou individual. Quase a vitória ainda veio numa bola de Cornelius que parou na trave. De qualquer maneira, era pouco para a badalação do time de Kasper Hjulmand.


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O duelo contra a França era um reencontro de velhos conhecidos, não apenas pela Copa de 2018. As duas equipes se pegaram duas vezes na Liga das Nações, em junho e em setembro, e os escandinavos ganharam ambas. Buscaram a virada por 2 a 1 no Stade de France, numa reação comandada por Andreas Cornelius, e contaram com um 2 a 0 no Estádio Parken, em recital de Christian Eriksen. A Copa do Mundo, naturalmente, ofereceria outro nível de pressão e envolvimento. Mas foi impressionante como os Bleus tinham muito mais facilidade para fazer suas jogadas neste sábado, enquanto tudo custava demais à Dinamarca.

Foi um primeiro tempo fraco dos dinamarqueses. A posse de bola pouco adiantou e o time parou na encaixada marcação da França. O meio-campo ainda conseguia ditar certo ritmo, especialmente com Pierre-Emile Hojbjerg, mas o ataque não produziu mais do que um contra-ataque puxado por Cornelius. Os franceses foram bem ao bloquear os espaços de Joakim Maehle, principal escape dos alvirrubros. E deram um calor danado com sua opção de atuar em velocidade nos contragolpes. Contra a pesada linha defensiva dinamarquesa, Kylian Mbappé causava calafrios. Cada avanço dos Bleus gerava um novo sufoco. O placar zerado acabava sendo lucro à Dinamarca, com direito a uma boa defesa de Kasper Schmeichel.

A Dinamarca melhorou no segundo tempo. Acertou mais sua marcação e, principalmente, ganhou fluidez no setor ofensivo. Trabalhar bem a bola era a melhor defesa para os escandinavos. Porque, afinal, as escapadas da França pareciam deixar a zaga ainda no limite a cada ação defensiva. Teve uma hora que não houve como segurar e a tabela de Mbappé com Theo Hernández acabou nas redes. O ponto positivo foi que os dinamarqueses reagiram bem. Não necessariamente baquearam com o gol e conseguiram o empate sem muita demora. Valeu a bola parada, com a cabeçada de Andreas Christensen.

O jogo ganhou mais equilíbrio no decorrer da segunda etapa. A França continuava indicando mais recursos, mas pecava na tomada de decisões. Assim, uma virada da Dinamarca não parecia fora de cogitação. Jesper Lindström, que abusou dos erros, deu trabalho a Hugo Lloris quando finalmente acertou. Martin Braithwaite veio bem do banco e triscou a trave. Um dos méritos da convocação de Kasper Hjulmand é possuir vastas opções para mudar seu setor ofensivo, o que aconteceu. Entretanto, a defesa dava sinais de cansaço e as rachaduras surgiam de tempos em tempos. Até que Mbappé cravasse o gol da vitória no fim. Os escandinavos não tinham mais gás.

Uma derrota para a França não é nenhuma hecatombe e o placar até sai barato pela quantidade de chances que os Bleus criaram. Todavia, o histórico recente da Dinamarca prometia algo a mais. Um empate neste sábado seria importante do lado anímico, mesmo que não mudasse muito a necessidade para a rodada final do grupo. Sem ele, a pressão aumenta. Depois de uma estreia mais tensa do que o imaginado contra a Tunísia, a derrota contra os franceses cobra não só a vitória antes do duelo contra a Austrália, mas também uma boa atuação.

Ao longo do ciclo, os melhores momentos da Dinamarca aconteceram com uma equipe leve e bastante vertical. Os alvirrubros não precisaram de destaques individuais absolutos, embora a volta de Eriksen tenha oferecido ainda mais esse recurso na recente Liga das Nações. Entretanto, essa voracidade não se notou nas duas primeiras partidas do Mundial. E que a Austrália seja um oponente sabidamente inferior, pode complicar pelos lampejos vistos contra a França e pela eficiência diante da Tunísia. Não é só o Grupo D que se coloca mais difícil do que os prognósticos, é a Dinamarca que também precisa elevar sua régua.

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