Jogada10
·22 de julho de 2025
Arturo Vidal aborda transformação pessoal após acidente por embriaguez

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Arturo Vidal voltou a encarar, uma década depois, um dos episódios mais marcantes e turbulentos de sua vida. Em depoimento no programa local ‘El Reinado’, o ídolo chileno classificou o acidente automobilístico sofrido durante a Copa América de 2015 como um divisor de águas em sua vida. Segundo o camisa 8 do Colo-Colo, aquele momento o fez refletir sobre decisões, riscos e consequências.
“Foi um ponto de virada em minha carreira e mudou minha vida. Passar de uma situação em que tudo poderia ter acontecido comigo ou com Marité… jogar dois dias depois, nada fácil. Muitos me apoiaram, outros criticaram, mas isso me deu mais força”, iniciou Arturo.
Na sequência, confessou: “Comecei a pensar diferente, a viver de outra forma. Aquilo mexeu comigo por completo”, prosseguiu.
O acidente aconteceu na noite do dia 16 de junho de 2015, quando Arturo dirigia sua Ferrari 458 Italia após visitar o cassino Monticello. Acompanhado da esposa, o meia perdeu o controle do carro na rodovia de acesso sul a Santiago e bateu por volta das 22h (de Brasília), sem deixar feridos.
Logo após o impacto, autoridades constataram a presença de 1,2 gramas de álcool por litro no sangue de Vidal — consideravelmente acima do limite legal no Chile. O jogador reagiu com irritação à abordagem dos Carabineros e chegou a confrontar um dos agentes.
“Me algeme, mas você vai prejudicar todo o Chile”, disparou em tom exaltado à época.
Arturo retornou ao Colo-Colo após passagem por Flamengo e Athletico – Foto: Divulgação/Colo-colo
Arturo compareceu a uma coletiva de imprensa em Santiago no dia seguinte ao acidente, ainda visivelmente abalado. Entre lágrimas, o jogador se responsabilizou pela imprudência. “Ontem estive num cassino e tomei umas bebidas. Pus em risco a minha vida e a da minha mulher, pus em risco a vida de muitas pessoas. Estou muito arrependido”, e concluiu:
“Quero me desculpar com meus companheiros e com todo o país. Estou envergonhado por tudo o que aconteceu”.
A decisão de mantê-lo no elenco da seleção causou reações mistas à época. Técnico no período, Jorge Sampaoli optou por não afastá-lo: “Não vamos julgar por um erro que nem tão determinante. Precisamos incluí-lo neste momento”.
Nos bastidores, o então presidente da federação, Sergio Jadue, articulou com representantes políticos e influenciou a manutenção do astro. O jornal La Tercera chegou a revelar que o dirigente ligou para o Palácio de La Moneda para pedir apoio institucional e ajudar a preservar a imagem do atleta.
Mesmo com a polêmica, o volante voltou a campo dois dias depois do acidente, na vitória sobre a Bolívia. O Chile avançou na competição e, ao final do torneio, levantou seu primeiro troféu continental ao vencer a Argentina nos pênaltis, em Santiago.
“Naquele jogo que reconquistei o carinho da torcida. Foi maravilhoso. Sempre fui grato à seleção. Estarei presente em todos esses detalhes. Tudo aquilo me mudou”, recordou o meio-campista.