Calciopédia
·03 de janeiro de 2025
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Em Riade, capital da Arábia Saudita, teremos uma final de Supercopa Italiana inédita. Não por conta do confronto entre Inter e Milan, já que o Derby della Madonnina ocorreu outras duas vezes na competição, mas por uma peculiaridade trazida pelo atual modelo de disputa do torneio, iniciado na edição de 2023. No dia 6 de janeiro, pela primeira vez, uma decisão acontecerá sem a presença de uma finalista da Coppa Italia. Afinal, o clube rossonero foi um dos quatro classificados devido ao vice da Serie A.
Na primeira das semifinais, a Inter, atual campeã italiana, derrotou a Atalanta, vice da Coppa Italia, com uma facilidade relativamente inesperada – considerando, em especial, o que a Dea tem mostrado em 2024-25. Como avançou à decisão e é tricampeã consecutiva da Supercopa Italiana, a Beneamata mantém acesa a esperança de se tornar a primeira tetracampeã seguida da história do torneio.
Já na segunda semifinal, a Juventus, que faturou a última Coppa Italia, teve tudo para superar o Milan, mas esmoreceu no tempo complementar e sofreu uma virada que não vinha sendo desenhada no roteiro do jogo. Ponto para Sérgio Conceição, que estreou como técnico rossonero no clássico e já mostrou estrela. Confira, a seguir, as análises dos confrontos.
Na quinta, 2 de janeiro, a Inter fez “só” 2 a 0 sobre a Atalanta. O resultado ficou barato porque, no duelo de equipes que vestem nerazzurro, a turma de Milão criou muito mais do que a de Bérgamo e teve volume de jogo para construir um placar mais elástico. Entretanto, Lautaro não tem sido eficiente nas conclusões, apesar da doação e do bom trabalho que faz em outras funções. E seus companheiros, que querem fazê-lo marcar, também pecaram frequentemente no altruísmo. O que acabou não atrapalhando os meneghini, ao menos nesta partida.
A Inter foi a campo com o melhor que tinha à disposição, enquanto a Atalanta sofreu algumas modificações em relação a seu time titular habitual – parte por força maior, como por conta da lesão de Retegui; parte por opção de Gian Piero Gasperini, que quis dar rodagem a alguns reservas, como Brescianini. Neste contexto, a equipe de Simone Inzaghi quase abriu o placar no primeiro minuto, numa blitz ofensiva que teve várias finalizações e um corte providencial de Zappacosta na mais aguda delas.
Durante o primeiro tempo, o goleiro Carnesecchi teve que trabalhar bastante para manter a Atalanta no páreo. Aos 10 minutos, na mais difícil de suas defesas, espalmou para escanteio um chute à queima-roupa de Lautaro. Mais tarde, na casa dos 21, efetuou dupla intervenção ante o argentino e Dimarco, no rebote. Já aos 22, foi a vez de Martínez espirrar o taco na altura da marca do pênalti. Entre essas ocasiões, Scalvini, na pequena área, errou a cabeçada depois de uma rara falha de Bastoni e só atrasou para Sommer, na melhor oportunidade da Dea.
A Inter voltou para o segundo tempo com Taremi no lugar de Thuram, substituído por dores nos adutores da coxa. Antes mesmo de a mexida fazer alguma diferença, entretanto, a equipe de Milão teve um escanteio a seu favor e, depois de Bisseck ganhar no alto, Dumfries emendou uma meia-bicicleta para inaugurar a contagem. Aos 61, o holandês anotaria outro golaço ao completar um contragolpe interista com uma pancada que explodiu no travessão antes de cruzar a linha da meta defendida por Carnesecchi.
Com a expressiva vantagem da Inter, Gasperini mexeu no seu time e colocou titulares em campo. A Atalanta até melhorou e chegou a balançar as redes, com Éderson, mas o belga De Ketelaere, que participou da jogada, estava milimetricamente impedido. Já no finalzinho, Sommer efetuou milagres em cabeçadas seguidas e à queima-roupa de Djimsiti e Lookman. Do outro lado, o azar de Lautaro imperou e os meneghini não conseguiram ampliar, apesar de três ocasiões cara a cara – a terceira foi desperdiçada por Frattesi.
Musah entrou no segundo tempo, atuou bem e ainda levou sorte no lance que definiu a vitória do Milan sobre a Juventus (Getty)
Na sexta, 3 de janeiro, Juventus e Milan fizeram um clássico pouco empolgante no Al-Awwal Park, em Riade. Para os rossoneri, vale um desconto. Afinal, Sérgio Conceição acabou de assumir o cargo do também português Paulo Fonseca e teve poucas horas como treinador do time – e, certamente, ainda não deu sua cara a ele. Mas Thiago Motta já pode ser cobrado de forma mais intensa. A Juventus que ainda não perdeu na Serie A, mas acumulou 11 empates em 18 rodadas, perdeu pela segunda vez em 2024-25. E, principalmente, não jogou bem de novo.
Sérgio Conceição estrearia contra seu filho, Francisco, camisa 7 da Juventus. Porém, o ponta sentiu dores musculares no aquecimento e deu lugar a Yildiz. Bem, não dá para afirmar que Chico atuaria bem, mas o turco foi o grande nome da partida – apesar da derrota bianconera.
Foi de Yildiz o gol que abriu o placar e pareceu encaminhar a classificação da Juventus. Aos 21 minutos, o camisa 10 recebeu um primoroso passe de Mbangula, que fez Hernandez ficar sentadinho no chão ao tentar cortar a bola que passava por suas costas. E, considerando que veste uma malha tão pesada, fez bonito: acertou um tirambaço no ângulo de Maignan.
Yildiz seguiu como o melhor da Juventus na partida inteira. Deixou, por exemplo, Vlahovic na cara do gol para anotar mais um, só que o sérvio errou o chute. O turco se esforçava, mas a sua equipe passou a ter uma postura estranha depois do intervalo – ainda que o Milan não aproveitasse esse cenário. Aos 55 minutos, por exemplo, Hernandez errou feio ao sozinho, dentro da área, mandar por cima da baliza.
Só que a Velha Senhora começou o ano praticando boas ações. Numa delas, Locatelli derrubou Pulisic na área e permitiu ao norte-americano empatar o clássico, aos 71. Já na casa dos 75, Musah tentou fazer um cruzamento em contragolpe, mas a bola tocou em Gatti e enganou Di Gregorio, mal posicionado. A virada dos rossoneri, improvável pelo que o jogo mostrava, se concretizou num espaço de apenas quatro minutos. Sem reação, a Juventus só encontrou uma chance no último lance da peleja, quando Yildiz arrumou um cruzamento perigoso e Gatti acabou emendando um perigoso voleio para fora.