Anselmi: sabe quantos treinadores do FC Porto têm pior percentagem de vitórias? | OneFootball

Desde que chegou ao FC Porto, a 27 de janeiro deste ano, Martín Anselmi não tem tido vida fácil. O treinador argentino, que deu nas vistas no México, apresenta uma das percentagens de vitórias mais baixas em toda a história dos dragões.

Com cinco vitórias em 12 encontros, Anselmi soma apenas 41,7 por cento de triunfos, um registo que o coloca entre os técnicos menos bem-sucedidos do clube em termos estatísticos. Ao comparar com outros treinadores que passaram pelos azuis e brancos, é possível constatar que é mesmo um dos dez piores em toda a história.

A amostra é curta e o contexto não era fácil, uma vez que tem poucos jogos disputados e chegou já com a temporada a meio. Um plantel débil, que não encaixa na sua filosofia de jogo, sem tempo útil de treino e já sem Galeno e Nico, torna tudo hercúleo para o jovem treinador.

Ainda assim, a expectativa da direção e dos adeptos era positiva, com a esperança de que Anselmi conseguisse impor a sua identidade e melhorar os resultados negativos de Vítor Bruno. Até ao momento, isso não se tem verificado, com as estatísticas do argentino a serem muito inferiores à do português (que também não são nada agradáveis).

À beira do top-5... dos piores

Dos 61 treinadores desta estatística, que só engloba os técnicos com o mínimo de dez encontros, Anselmi ocupa a 56ª posição, com uma percentagem muito pior do que muitos dos mal amados pelos próprios adeptos portistas.

Inclusive o próprio Vítor Bruno, que foi muito criticado na sua passagem e apresenta números de insucesso, está na 31ª colocação com 62,1 por cento de vitórias. Outros exemplos como Julen Lopetegui, Nuno Espírito Santo, José Peseiro, Luís Castro e Octávio Machado, atingiram pelo menos os 50% de triunfos pelos dragões.

Curiosamente, quem lidera esta lista é o atual presidente portista, André Villas-Boas, com 49 vitórias em 58 jogos (84,5 por cento). No top-10 estão outros grandes nomes da história azul e branca, como Artur Jorge (73,3), Sérgio Conceição (72,3), José Mourinho (71,7), Vítor Pereira (69,9) e Bobby Robson (69).

A nível de argentinos, Anselmi é o pior, estando atrás de Reboredo, Eladio Vaschetto e Alejandro Scopelli - todos com mais de 60 por cento de vitórias - e Lino Taioli, que atingiu os 54,6 por cento.

O técnico está mesmo muito próximo de entrar no top-5 de piores treinadores a nível estatístico. O espanhol Victor Fernández (41,4) e o romeno Elek Schwartz (40) estão à espreita de novos deslizes portistas, para abandonarem este lote. Mais longe estão Quinito e Paulo Amaral, com 37,5 e 35,7 por cento, respetivamente. Em último, destacadíssimo, está o escocês Tommy Docherty, que venceu apenas um dos seus 10 jogos.

Fique aqui com a lista completa.

Seis grandes testes, zero vitórias

Até ao momento, e apesar do pouco tempo ao comando do FC Porto, o treinador argentino já disputou diversos jogos grandes. Entre as receções às equipas de Lisboa, os duelos com os emblemas do Minho e ainda o duplo confronto com a Roma, foram seis jogos de destaque, com quatro a serem disputados no Dragão, mas isso traduz-se em zero vitórias.

Logo ao terceiro jogo recebeu o Sporting, no qual conseguiu resgatar um ponto com um golo já ao cair do pano (1-1). Dias depois, o mesmo resultado iria acontecer frente à equipa italiana, com os portistas novamente a terem de correr atrás do prejuízo. Em Itália até entraram em vantagem, mas acabariam por sair derrotados (3-2) e eliminados da Liga Europa.

De volta a casa, receberam o Vitória SC e, o que parecia uma boa e importante vitória, acabou em mais um jogo sem vencer, depois de Úmaro Embaló ter marcado o 1-1 final, aos 86 minutos. Mas nem os ares diferentes ajudaram o FC Porto a bater uma equipa do Minho, já que saíram derrotados de Braga com o golo solitário de Ricardo Horta, o que relançou a luta por um lugar na Liga dos Campeões.

Por fim, e mais recente na memória, o Benfica humilhou os comandados de Anselmi, também no terreno dos dragões, por 1-4.

É verdade que o calendário não se mostra favorável para o jovem treinador, que, no entanto, ainda não mostrou grande competência - segundo as estatísticas - desde que ingressou no FC Porto.

*com Bernardo Castro