Portal dos Dragões
·21 de novembro de 2024
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Durante uma visita a Angola, onde esteve na sede do FC Porto em Luanda, André Villas-Boas discutiu a situação de Cardoso Varela, um jovem que, após o Campeonato Europeu de sub-17, não se apresentou às reuniões organizadas pelo FC Porto, que, recorde-se, desconhecia o paradeiro do jovem, em relação à renovação do seu contrato, que estava a um passo de o levar ao Din. Odranski Obrez.
Referindo-se à saída do jovem de 16 anos do clube, o presidente enfatizou que não irá lidar com “a sua perda em silêncio”, acrescentando que conta com o apoio da FIFA, assim como do General Alves Simões e do General Capingana na aproximação à mãe do jovem atleta.
“É do conhecimento público que, nos últimos meses, o FC Porto, à mercê de um grupo de empresários, foi privado de um atleta menor de idade, Cardoso Varela, natural de Angola, a quem proporcionámos formação desportiva e académica e apoio familiar”, começou por esclarecer.
“Por um valor que não corresponde ao seu verdadeiro valor, em que a maior parte do que foi recebido não irá chegar a ele nem à sua família, esses empresários pretenderam transferi-lo para um clube amador na Croácia, ao abrigo de uma exceção à lei de proteção de menores, que apenas se aplica naquele país. Para o conseguirem, pegaram no jovem, forçando-o a viver escondido, sem qualquer poder de escolha ou de decisão em relação ao seu futuro. Por uma quantia irrisória, não se preocupam em comprometer a formação e o saudável desenvolvimento desse jovem”, sublinhou.
“Normalmente, os clubes que são vítimas de tais esquemas aceitam a sua perda em silêncio. Nós não o faremos. Faremos todos os esforços para recuperar o jovem atleta e levar à justiça, tanto civil como desportiva, os responsáveis por este comportamento criminoso. Estamos orgulhosos de ter a FIFA ao nosso lado, assim como as instituições de Portugal e Angola, e do papel fundamental que o General Alves Simões e o General Capingana desempenharam ao se aproximarem da mãe do jovem atleta em território angolano. Duas figuras que, pelo seu envolvimento altruísta e apoio, demonstraram ser homens comprometidos com a defesa dos mais altos valores humanos”, apontou.
Por último, o presidente do clube azul e branco referiu-se à “ilusão” que algumas pessoas criam nos atletas e ao “perigoso tráfico humano”.
“Fala-se muito dos milhões que se ganham, criando a ilusão de que os atletas alcançam a fama quase que por um toque divino. Mas pouco se menciona que, por trás, mais vezes do que se vê nas primeiras páginas, também há milhões que se perdem à custa dos sonhos de jovens que são explorados por pessoas sem valores. O tráfico humano é uma das faces mais sombrias desse fenómeno. Clubes como o FC Porto e instituições e clubes angolanos são vítimas desse flagelo, que causa danos irreversíveis aos jovens atletas e às suas famílias”, concluiu.