Análise: Vasco de Lisca dá esperança de evolução, mas velhos problemas defensivos são decisivos em derrota para o São Paulo | OneFootball

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·29 de julho de 2021

Análise: Vasco de Lisca dá esperança de evolução, mas velhos problemas defensivos são decisivos em derrota para o São Paulo

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Em sua segunda partida no comando da equipe do Vasco, o técnico Lisca conheceu sua primeira derrota. O Cruz-Maltino deixou o Morumbi com uma desvantagem de dois gols para o jogo de volta e, embora tenha feito uma atuação honesta na capital paulista, os velhos problemas defensivos da equipe foram decisivos para o resultado final.

Vivendo um momento ruim no Campeonato Brasileiro, o São Paulo foi para o Morumbi pressionado após a goleada sofrida pelo Flamengo e precisava mostrar algo diferente contra o Vasco. O time do técnico Crespo adotou uma postura agressiva nos primeiros minutos e foi melhor no começo do jogo. A equipe de Lisca sofria com a pressão inicial dos donos da casa, principalmente com as investidas de Rigoni. Foi dele o primeiro gol tricolor, em uma enfiada de bola de Benitez, onde Leandro Castan não conseguiu acompanhar o atacante argentino.


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Após o gol, o Vasco melhorou e equilibrou a partida, mas não era o suficiente para ameaçar o gol de Volpi. Cada vez mostrando mais futebol com o novo treinador, Bruno Gomes começou a aparecer para ditar o ritmo do jogo no meio-campo e conseguiu criar boas tramas no ataque. Léo Jabá era outro que também tentava algo diferente pela esquerda, em algumas tabelas com Cano, mas nada com muita inspiração ofensiva. Com isso, o Cruz-Maltino foi para o vestiário com a desvantagem de um gol no placar.

No intervalo, Lisca fez uma alteração que melhorou o Vasco. A entrada de Andrey, no lugar de Gabriel Pec equilibrou mais o meio-campo vascaíno, que passou a dominar o jogo. Com mais liberdade para apoiar, Bruno Gomes voltou a aparecer na partida e assustou Volpi. Após uma boa troca de passes entre Léo Jabá e Cano, Bruno Gomes soltou uma bomba de fora da área e quase marcou.

Apesar da pouca criação de jogadas claras de gol, a equipe de Lisca se mostrava mais organizada ofensivamente e conseguia trocar passes rodando a área do adversário. Em pouco tempo de trabalho, é clara também a mudança de postura da equipe com relação a marcação em linha alta implementada pelo novo treinador. O Vasco pressionava a saída de bola do adversário, forçando o erro defensivo e roubando a bola já no campo de ataque. Uma grande diferença em comparação ao time de Marcelo Cabo, que encontrava muita dificuldade para propor o jogo e marcava com linhas baixas, apostando em uma estratégia reativa.

No melhor momento do Vasco da partida, quando dominava as ações do confronto, uma deficiência já conhecida pelos torcedores apareceu novamente. Problema que persiste desde o começo do Campeonato Carioca, a bola alçada na área vem tirando o sono do vascaíno. Somado a isso, o capitão da equipe de Lisca, definitivamente, não teve uma noite feliz no Morumbi.  Em uma cobrança de escanteio de Reinaldo, Pablo ganhou de Leandro Castán e marcou o segundo gol do São Paulo.

Mais um gol de bola parada. O problema está longe de ser novidade, até mesmo para quem acabou de chegar. Em entrevista coletiva após a partida, Lisca foi questionado sobre como pretende corrigir o sistema defensivo vascaíno, principalmente as jogadas de bola parada. O treinador lamentou o gol sofrido no segundo tempo e explicou como pretende resolver essa deficiência da equipe.

– Realmente a gente tem analisado isso. É uma situação corriqueira na temporada do Vasco. Procuramos analisar o adversário e mostrar aos jogadores onde eles têm a maior contundência na bola parada. Tomamos um gol na bola parada contra o Guarani numa bola mais viajada, hoje tomamos numa bola mais rápida, mais direcionado. Mérito do adversário também, mas a gente precisa minimizar esses gols. E hoje a bola parada determinou essa vantagem maior para o São Paulo. Não acho que era merecido – disse Lisca antes de completar como pretende resolver o problema da bola parada no Vasco.

– Estimulando os jogadores, analisando os adversários, mostrando pontos fortes, treinando. Bola parada exige força, intensidade… Quando se joga a cada três dias fica complicado. Mas nós nos posicionamos, estudamos o São Paulo, o gol deles contra o Flamengo foi com Arboleda pelo alto. Talvez o fato de o Arboleda ter saído possa ter surpreendido. Mas temos que dar ênfase a esse detalhe importante que é a bola aérea defensiva. Levamos dois gols assim nos meus dois jogos. É pontuar e treinar. É isso o que vamos fazer – concluiu.

São Paulo e Vasco voltam a se enfrentar na próxima quarta-feira, às 21h30, em São Januário, pelo segundo duelo das oitavas da Copa do Brasil. O Tricolor pode até perder por um gol de diferença para se classificar. O Cruz-Maltino precisa vencer por três ou mais para avançar no tempo normal. Qualquer vitória vascaína por dois gols leva a decisão para os pênaltis. Antes disso, no sábado, o time de Lisca tem um clássico pela frente na Série B. O Gigante da Colina encara o Botafogo, às 21h, no Engenhão.

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