Análise tática: Flamengo 0x2 Oeste – Grande lição para uma promissora geração | OneFootball

O Flamengo encerrou na noite do último sábado (15) sua participação na Copinha perdendo para o Oeste pela 3ª fase da competição.

Devido ao planejamento pré-definido no início da temporada, sete atletas que participavam da Copa São Paulo de Futebol Jr. foram integrados ao elenco profissional para compor o grupo que iniciará o Campeonato Carioca. Com isso, o Fla foi a campo com muitos atletas sub-17.

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Flamengo assume protagonismo do confronto desde o primeiro minuto

Os primeiros 45 minutos entre as equipes tiveram uma única tônica. Enquanto o Mengão tinha a posse pela maior parte do tempo e buscava propor com bola, a equipe de Barueri se postava em bloco médio/baixo buscando acionar transições ofensivas.

A princípio num 4-2-3-1/4-1-4-1, o Fla realizava uma saída de 3 com Igor Jesus descendo entre os zagueiros Kayke Soares e Otávio. Com isso, os laterais Breno e Richard tinham liberdade para gerar amplitude pelos lados. No meio de campo, Kayke David e Pedro Augusto revezavam funções no setor. Ora um deles descia para ajudar Igor Jesus, ora um deles buscava se associar com o trio de frente formado por Petterson, Victor Hugo e Mateusão.

Petterson e Victor Hugo buscavam ser acionados do corredor lateral buscando o corredor central. Já Mateusão atuou na sua função de referência no ataque, buscando gerar apoios frontais para os ponteiros e fixar a dupla de zaga do Oeste.

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Oeste começa melhor e agride Fla

Apesar das ideias claras em organização ofensiva, o Flamengo pouquíssimo produziu nos primeiros minutos de jogo, além de um bom chute de Richard. Isso muito por conta das grandes dificuldades na saída de bola geradas pelo Oeste. A equipe paulista atuou num 4-4-2, no qual os dois homens mais avançados, Popó e Motta, realizavam pressão bem coordenada em bloco médio. A dupla conseguiu constranger a dupla de vaga o volante rubro-negro. Além disso, Tite e Kauã acompanhavam os laterais rubro-negros em marcação individual por zona. Já os volantes Negueba e Diogo alternavam subidas de pressão na dupla de meias do Fla. Na linha de defesa, a dupla de zaga Pedro Favorito e Alan eram responsáveis pela proteção de Mateusão, marcando por zona. Enquanto os laterais Índio e Luan marcaram os ponteiros do Fla de forma individual por zona.

Além de vencer os encaixes defensivos, o Oeste conseguiu realizar algumas transições ofensivas, aproveitando erros na saída de bola do Flamengo, em especial pelos corredores laterais. Tite e Kauã conseguiram ser acionados em algumas bolas rápidas, após perdas de posse do Fla. Contudo a dupla não foi efetiva na zona de finalização.

Flamengo se recupera e consegue produzir

Após 25 minutos de poucas oportunidades, o Flamengo teve seu melhor momento no jogo. Victor Hugo passou a atuar mais próximo dos meias e reforçou o setor. Assim a equipe conseguiu ter o corredor central mais denso e conseguiu encontrar Breno e Richard em poucas situações pelo corredor lateral, em especial pelo lado esquerdo. Petterson teve a principal oportunidade de gol na primeira etapa, após ser acionado em profundidade por Otávio, porém parou na defesa do goleiro Alê.

Nos últimos minutos do primeiro tempo, Petterson por vezes se posicionou aberto pela direita. Com isso, Victor Hugo passou a atuar ainda mais centralizado. Richard passou a ser a principal opção ofensiva pelo lado direito e Igor Jesus esteve mais próximo dos meias. A primeira etapa terminou com um Flamengo obtendo soluções para a pressão realizada pelo Oeste no centro de jogo e sofrendo menos com os contra-ataques paulistas.

Após queda física e técnica, Flamengo sofre revés na segunda etapa

O segundo tempo iniciou com o mesmo panorama, porém com o Flamengo com mais dificuldades para chegar no último terço. Petterson passou a atuar predominantemente pelo lado direito, enquanto Pedro Augusto se tornou o meia mais aberto pela esquerda. Apesar de ter um centro de jogo mais denso, o Flamengo não conseguiu gerar o mesmo volume da parte final da primeira etapa, muito por conta da queda de mobilidade dos meias. Samuel e Carlos Daniel entraram no lugar de Breno e Petterson para renovar o gás pelos lados do campo.

Após 18 minutos mornos, um lance pontual condicionou o restante do jogo: Samuel errou domínio depois de receber um passe longo do goleiro Bruno. Kauã recuperou a bola e venceu o duelo individual com o lateral rubro-negro pelo corredor lateral. O ponteiro acionou Popó na grande área, que venceu o duelo individual com Otávio no primeiro pau e abriu o placar.

Oeste marca no fim e garante classificação

Com a vantagem no marcador, o Oeste passou a ter uma postura ainda mais defensiva. Tite passou a atuar próximo de Índio e em alguns momentos perseguiu individualmente Richard, formando uma linha de 5. Com isso, Motta fechava o lado direito e a equipe paulista se defendia numa espécie de 5-4-1.

O Flamengo buscou renovar fôlego no setor ofensivo com as entradas de Camilo Duran, Pedrinho e Cassiano, porém a equipe foi cada vez mais se desorganizando ofensivamente e limitando-se a atacar com bolas cruzadas na área e bolas paradas.

Nos acréscimos, o Mengão sofreu o golpe de misericórdia. Igor Jesus perdeu bola para Reifit (que entrou no lugar de Motta) próximo ao círculo central. O meia do Oeste venceu o duelo contra Igor e somente deslocou Bruno para dar números finais. 2×0.

Enfim, apesar dos desfalques que precisam ser considerados, o Flamengo deixou a desejar no confronto e está eliminado da Copinha. No final das contas, as categorias de base antes de tudo precisam ser um espaço de desenvolvimento de jovens atletas moldados pelo clube.

Contudo as cobranças por vitórias são inevitáveis e necessárias dentro do clube. É tempo de aprendizado com a derrota para que esse ótimo grupo de garotos possa alcançar grandes voos.

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