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·11 de abril de 2025

Análise tática de Flamengo 1x2 Central Córdoba: domínio estéril e defesa exposta

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Na derrota por 2 a 1 para o Central Córdoba, pela fase de grupos da Libertadores, o Flamengo voltou a evidenciar problemas que comprometeram seu desempenho pela competição na temporada.

O Flamengo apresentou um padrão tático que relembrou a equipe comandada por Tite: criação em volume, mas baixa conversão ofensiva, somada a erros defensivos pontuais e custosos. O duelo contra o Central Córdoba seguiu esse roteiro. Apesar do amplo domínio, a equipe de Filipe Luís tropeçou em velhos problemas.


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Filipe Luís escalou a equipe no 4-3-3, com Rossi; Varela, Léo Ortiz, Léo Pereira e Alex Sandro; Evertton Araújo, De la Cruz e Arrascaeta; Plata, Bruno Henrique e Juninho. A proposta era clara: posse elevada, domínio territorial e pressão constante.

Com 79% de posse de bola e ao menos cinco chances claras de gol só no primeiro tempo, o Flamengo parecia controlar a partida. No entanto, os erros começaram a aparecer quando a equipe, mesmo superior tecnicamente, não conseguiu marcar e acabou abrindo espaço para o imponderável.

Bola parada volta a ser problema

O Central Córdoba adotou uma estratégia reativa, com uma linha de quatro bem postada, compactação entre defesa e meio-campo e aposta em transições rápidas. A postura foi premiada quando, em uma jogada aparentemente sem grande perigo, Léo Pereira cometeu um pênalti infantil ao tocar com a mão na bola.

Hederia converteu. Em seguida, a defesa rubro-negra entrou em pane completa após uma bola parada — um dos maiores problemas do Flamengo em 2024 — e Florentin ampliou.

O segundo tempo começou com mudanças importantes. Filipe Luís lançou Wesley, Pulgar e Gerson para tentar reequilibrar o meio e dar mais força física e dinâmica à equipe.

O Flamengo cresceu no jogo, com mais presença ofensiva e chances de perigo. No entanto, o time ainda sofria com contra-ataques, reflexo de um sistema defensivo mal ajustado, especialmente nas transições e recomposição pelos lados.

O gol de falta de De la Cruz, aos 15 minutos, reacendeu as esperanças, mas o desgaste físico foi evidente. A intensidade inicial da etapa final caiu rapidamente, e o time não teve forças para buscar o empate.

A entrada de Pedro, que voltava após mais de sete meses lesionado, pouco acrescentou. O artilheiro sequer teve uma chance clara. A melhor oportunidade surgiu já nos acréscimos, com Bruno Henrique acertando a trave em uma cabeçada, o que simbolizou bem a noite de frustração: domínio, tentativa, e nada de resultado.

Tecnicamente, o Flamengo apresenta fragilidades em dois aspectos cruciais. O primeiro é a finalização. O time cria muito, mas não conclui bem — seja por escolhas erradas, nervosismo ou simplesmente falta de pontaria. O segundo é a bola parada defensiva, que volta a ser um ponto vulnerável , tanto em marcação em zona quanto individual.

Necessidade de um plano B?

Além disso, a equipe sofre com a falta de variação de jogo. Quando o plano A (posse, pressão e envolvimento no campo adversário) não funciona, o time não apresenta alternativas.

A entrada de Gerson e Pulgar melhorou o desempenho, mas a equipe parece sentir psicologicamente quando sai atrás no placar. A falta de frieza e de resposta rápida ao revés desestabiliza um grupo que, em teoria, deveria saber controlar esse tipo de situação.

Por fim, a derrota aumenta a pressão sobre a equipe e sobre Filipe Luís. Apesar da prioridade ser o Campeonato Brasileiro, tropeços como este, em casa, e contra adversários mais fracos tecnicamente, exigem atenção redobrada.

O torcedor, que vaiou ao fim do primeiro tempo e novamente após o apito final, mostra que não aceitará ver o time tratar a Libertadores com displicência. Se o Flamengo não corrigir os erros e não tirar lições com a derrota, o risco não é apenas comprometer a Libertadores, mas uma temporada inteira.

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