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·07 de agosto de 2025
Análise tática - Atlético-MG 0 (4)x(3) 1 Flamengo: falhas na ida custam caro na volta

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·07 de agosto de 2025
O Flamengo se despediu da Copa do Brasil na noite de quarta-feira (6), na Arena MRV, com um misto de frustração e lições. A vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-MG no tempo regulamentar, construída a partir de uma estratégia ousada e bem executada por Filipe Luís, não foi suficiente para reverter a desvantagem do primeiro jogo.
Nos pênaltis, o time da casa levou a melhor por 4 a 3, mas a análise fria da partida em Belo Horizonte mostra que a eliminação começou a ser desenhada uma semana antes, no Maracanã.
Filipe Luís surpreendeu ao mandar a campo uma equipe com Wallace Yan entre os titulares, formando um quarteto ofensivo dinâmico ao lado de Pedro, Everton Cebolinha e Plata. A mensagem inicial, com nomes como Arrascaeta e Samuel Lino no banco, poderia sugerir uma prioridade menor para o torneio, mas o que se viu em campo foi o oposto.
A movimentação constante dos homens de frente quebrou o sistema de marcação individual do Atlético-MG, que havia sido tão eficaz no Rio de Janeiro.
O resultado foi um primeiro tempo de amplo domínio rubro-negro. Com Wallace Yan e Pedro se revezando na referência e abrindo espaços, o Flamengo controlou a posse de bola de forma agressiva. Foi justamente da movimentação do quarteto que nasceu o gol.
Plata, em jogada pela direita, cortou para o meio e encontrou um passe preciso para Everton Cebolinha, que infiltrou como um centroavante, deixando o marcador no chão para abrir o placar aos 20 minutos.
A superioridade rubro-negra na primeira etapa poderia ter se transformado em uma vantagem mais elástica, que garantiria a classificação. Além de limitar o Atlético a chutes distantes e inofensivos, o Flamengo criou chances claras.
Jorginho parou em boa defesa de Everson e, nos acréscimos, Pedro, livre na pequena área, isolou uma oportunidade de ouro para fazer o 2 a 0.
Na segunda etapa, o cenário mudou. O Atlético-MG ajustou sua postura, equilibrou as ações e passou a ameaçar o gol de Rossi, que se tornou um dos protagonistas com pelo menos seis defesas importantes, incluindo uma em finalização de Guilherme Arana.
O Flamengo, por sua vez, sentiu o ritmo e perdeu o ímpeto ofensivo. Ainda assim, teve outra chance cristalina de matar o confronto, quando Wallace Yan, livre, cabeceou para fora após um desvio em chute de Samuel Lino.
As entradas de Arrascaeta e Saúl buscaram retomar o controle do meio-campo e acalmar o jogo, o que o time conseguiu fazer na reta final, levando a decisão para as penalidades. Na marca da cal, a experiência de Arrascaeta, Jorginho e Saúl se converteu em gols, e uma defesa de Rossi na cobrança de Junior Alonso deixou a vaga nas mãos do Flamengo.
Contudo, os erros de Samuel Lino e, por fim, do jovem Wallace Yan, de 20 anos, que carregou nos ombros a responsabilidade da última cobrança, selaram o destino do clube na competição. A eliminação, dolorosa pela forma como se deu na disputa de pênaltis, não deve ser atribuída à performance em Belo Horizonte.
As escolhas do jogo de ida, com uma formação alternativa e jogadores fora de posição, pesaram demais. A boa atuação na Arena MRV serve como um alento e um indicativo de que Filipe Luís pode ter encontrado soluções táticas, mas também como uma dura lição de que em mata-mata, 180 minutos são decisivos, e não apenas 90.