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Calciopédia

·01 de junho de 2023

Análise tática: apesar da boa atuação defensiva, a Roma viu o Sevilla faturar a Liga Europa

Imagem do artigo:Análise tática: apesar da boa atuação defensiva, a Roma viu o Sevilla faturar a Liga Europa

Nesta quarta-feira, 31 de maio, Sevilla e Roma entraram em campo pela grande decisão da Europa League de 2022-23. Em jogo, além do título, duas grandes marcas: a hegemonia do clube espanhol na competição e o histórico perfeito de José Mourinho em finais continentais, excluindo Supercopas.

Formações iniciais

A principal surpresa na escalação da Roma foi a presença de Dybala como titular. Referência técnica da equipe, o argentino vinha lidando com problemas físicos na reta final da temporada e esperava-se que pudesse atuar somente por 20 ou 30 minutos. O Sevilla não pode contar com Acuña, suspenso, e optou por iniciar a partida com o brasileiro Alex Telles na lateral esquerda.


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A formação base de cada time

A chave do sucesso para a Roma

A Roma iniciou a partida com Pellegrini mais próximo do meio-campo no momento defensivo, formando um trio com Matic e Cristante. Assim, deixava apenas Abraham e Dybala mais à frente. Nas laterais, Çelik e Spinazzola alternavam entre pressionar o extremo e recuar para formar uma linha defensiva com cinco jogadores.

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A Roma se defendia em um 5-3-2 (Football 1/editada)

Diante desse contexto, o grande mérito da Roma no primeiro tempo foi a maneira como esse trio se comportava sem bola. Os três pressionavam, ofereciam coberturas e se deslocavam lateralmente de acordo com o setor em que a jogada se desenvolvia.

Uma das vulnerabilidades dessa estrutura defensiva com três homens no meio-campo é a possibilidade de uma inversão rápida de corredor encontrar laterais e extremos em situações favoráveis. Para evitar isso, o trio da Roma esteve quase impecável ao se deslocar lateralmente de maneira veloz e manter boa orientação corporal, de acordo com a direção da jogada proposta pelo Sevilla.

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Deslocamento lateral (Football 1/editada)

Combinado com a pressão exercida por alas e zagueiros no corredor lateral, tal comportamento foi determinante para travar o jogo do Sevilla, impedindo que Navas e Ocampos, pela direita, e Alex Telles e Bryan Gil, pela esquerda, recebessem a bola em situações de um contra um perto da área da Roma.

Ainda mais importante foram as coberturas defensivas realizadas especialmente por Matic. Quando o ala no setor da bola saltava para pressionar os jogadores adversários no corredor lateral e o zagueiro precisava acompanhar, o volante sérvio se concentrava em defender o intervalo entre os dois, bloqueando passes e infiltrações por ali.

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As coberturas de Matic (Football 1/editada)

A leitura dos espaços realizada pelo volante foi primordial para conter o ataque do Sevilla. Ao interpretar cada jogada, Matic chegou até mesmo a ocupar uma posição típica de um zagueiro, sempre defendendo o intervalo gerado pelas pressões da Roma.

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Outro exemplo das coberturas de Matic (Football 1/editada)

Sem conseguir acessar esse intervalo e com dificuldade para chegar à linha de fundo, os jogadores do Sevilla foram forçados a levantar bolas da intermediária, quase sempre pressionados. Esse tipo de cruzamento normalmente favorece o zagueiro e Ibañez, Smalling e Mancini estiveram confortáveis ao defender a área e rebater as bolas que surgiam pelo alto. Ao final do primeiro tempo, os espanhóis registraram apenas uma finalização em direção ao gol, entre as cinco totais.

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Cruzamentos do Sevilla (Football 1/editada)

A alternativa do Sevilla

José Luis Mendilibar não desperdiçou tempo e voltou do intervalo com duas alterações: Suso e Lamela nas vagas de Óliver Torres e Bryan Gil. Suso entrou posicionado pelo meio, mas é um jogador com uma tendência natural a buscar a ponta direita para trabalhar com seu pé esquerdo, em direção ao centro. A presença dele por ali ajudou a confundir a marcação da Roma e o Sevilla começou a encontrar espaço para atacar a linha de fundo e cruzar: em uma dessas situações, Mancini marcou contra e o placar se igualou.

O posicionamento de Suso, além de facilitar combinações com Ocampos para gerar vantagens, também liberou o ponta para atacar a área com mais frequência, empurrando a defesa da Roma para trás e fazendo o Sevilla ganhar cada vez mais terreno – pela outra ponta, Lamela fazia algo semelhante. Esses dois movimentos foram pouco explorados por Torres na primeira etapa, seja por característica ou por má execução.

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Suso mudou o Sevilla para melhor (Football 1/editada)

Uma sequência semelhante ocorreu no lance do pênalti anulado, com Lamela aproximando-se de Ocampos e Suso. Nessa situação, o espanhol optou por um passe por dentro e quase gerou o segundo gol do Sevilla.

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Chance criada pelo Sevilla (Football 1/editada)

A partir daí, o cenário da partida, incluindo a prorrogação, se manteve sem grandes mudanças, com o Sevilla buscando jogo exterior e cruzamentos para a área, enquanto a Roma bloqueava suas ações.

O aspecto físico pesou bastante

Já sem Dybala, substituído aos 67 minutos, e Abraham, trocado por Belotti aos 75, a Roma perdeu força ofensiva e teve dificuldades para reter a posse da pelota e respirar por um tempo – Wijnaldum pouco ajudou nesse aspecto. Apesar disso, a equipe italiana teve oportunidades para vencer em duas jogadas de bola parada, mas Belotti parou em grande defesa de Bono e Smalling, no travessão.

A falta de um elenco mais profundo e de um pouco de sorte com lesões acabou sendo determinante no resultado final da temporada romanista. Desgastados fisicamente, Dybala, Abraham e Pellegrini deixaram o campo antes de a partida terminar, o que significou perder três bons cobradores de pênaltis para a disputa decisiva. No fim das contas, custou caro e a Roma perdeu duas das três penalidades.

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