Gazeta Esportiva.com
·26 de julho de 2024
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Por Iúri Medeiros
O empate entre Corinthians e Grêmio na última quinta-feira ficou marcado pela falta de ambição da equipe paulista, especialmente no segundo tempo. Algumas decisões do técnico Ramón Diaz e sua comissão técnica foram questionáveis e ajudaram a “travar” a equipe que segue próxima à zona de rebaixamento, na 14ª posição.
O primeiro tempo do Corinthians passou longe de ser ruim, é verdade. A equipe sofreu gol logo aos dois minutos de jogo, em jogada ensaiada de bola parada, mas deu a volta por cima. O time conseguiu empurrar os visitantes e encontrar escapes por meio de um inspirado Rodrigo Garro.
Pode-se discutir o pênalti marcado de Kannemann em Romero, mas fato é que o Corinthians já era merecedor do empate pelo que produzia em campo.
Depois de um primeiro tempo de superioridade e de espaços encontrados, imaginava-se que o Timão teria postura ainda mais agressiva na segunda etapa em busca da terceira vitória seguida no Brasileirão. O que vimos, no entanto, foi o contrário.
O Corinthians abaixou suas linhas e viu o Grêmio iniciar o segundo tempo com o controle das ações. Para piorar, a marcação da equipe foi ficando menos agressiva com o passar do tempo, sobretudo por questões físicas. Logo, o time comandado por Renato Gaúcho foi encontrando mais espaços para ferir o Timão.
Ao ver a situação, ao invés de realizar alterações para a equipe ficar mais com a bola e ferir também o adversário, Ramón Diaz tomou a decisão oposta. O treinador desfez a linha de cinco, sacou Matheuzinho e escalou Charles no meio-campo. Basicamente, o Corinthians passou a se comportar em um losango, com Félix Torres lateral direito, Raniele de primeiro volante, Ryan como meia pela esquerda, Charles na direita, e Rodrigo Garro como “10”, encostado em Yuri Alberto e Romero.
O Timão teve seu meio povoado, mas como imaginado, não teve qualidade para circular a bola. O Grêmio seguiu com superioridade técnica, e Villasanti aproveitou a gritante falha do improvisado Félix Torres para marcar o segundo.
Igor Coronado e Wesley, dois dos jogadores mais técnicos do time, entraram apenas aos 30 minutos do segundo tempo. Breno Bidon, que vinha sendo o melhor jogador do time nas últimas partidas pré-Ramon, sequer saiu do banco de reservas.
Na reta final, o Corinthians teve sorte de “encontrar” um gol em chute de rara felicidade de Rodrigo Garro. Mas diferentemente da primeira etapa, o time não fazia por merecer o tento.
O Corinthians “respeitou” demais o Grêmio. É lógico que a equipe de Renato Gaúcho possui bons valores do meio para a frente, mas é sabido que é um conjunto com falhas no sistema defensivo. Jogando em casa, com a motivação de abrir ainda mais distância para o Z4, se esperava mais do alvinegro.
Competir é importante, trazer mais “pegada” ao meio-campos é fundamental. Ramón tem seus méritos neste início de trabalho e isso é inegável. Mas o Corinthians também precisa jogar e se impor em seus domínios. Abrir mão de forma tão radical de seus atletas mais talentosos não parece o melhor caminho.
Nesta quinta-feira, o Timão deixou de ganhar mais dois pontos.