Gazeta Esportiva.com
·18 de outubro de 2024
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Por Iúri Medeiros
É indiscutível que o Corinthians evoluiu ofensivamente, seja no aspecto coletivo como individual, com contratações que reforçaram consideravelmente o setor. A goleada por 5 a 2 contra o Athletico-PR, por exemplo, mostrou como o time tem diversas armas para ferir os adversários. No entanto, pensando nesta reta final de temporada, é fundamental que o time seja mais equilibrado.
Em relação ao confronto contra o Furacão, o técnico Ramón Díaz posicionou a equipe no 4-3-1-2 (ou 4-4-2 losango) que vem sendo utilizado. A ideia passa por reforçar a marcação e a criação por dentro, e ao mesmo tempo liberar os lados do campo para Matheuzinho e Matheus Bidu, laterais ofensivos. Até aí, sem novidades.
O time teve um começo de jogo muito forte e conseguiu dois gols nos primeiros 20 minutos de partida, com Matheuzinho em chute de fora da área e Cacá em cobrança de escanteio. E mesmo com o cenário todo a favor, com a torcida pulsante e o adversário fragilizado, o Corinthians levou o empate em um intervalo de menos de 10 minutos. Nikão e Erick foram às redes.
Como já havia acontecido contra Flamengo e Internacional, o time se mostrou vulnerável no esquema implementado por Ramón. Com as laterais mais expostas e meio-campistas perdidos na marcação, a equipe foi desmoronando na reta final do primeiro tempo e poderia ir para o intervalo até perdendo.
Logicamente, além das questões táticas, que também englobam os méritos do time comandado por Lucho, vale ressaltar o crônico problema de desconcentração do Corinthians. A falta de foco do time ao longo dos 90 minutos já custou pontos e quase uma eliminação de Sul-Americana ao Timão.
No segundo tempo, Ramón faz uma alteração que melhora o time. Com a entrada de Romero na vaga de Breno Bidon, a equipe passou para o 4-2-3-1. Yuri Alberto foi deslocado para a esquerda, Memphis avançou para a zona do 9, Ángel caiu pela direita e Garro seguiu como o responsável pela armação da equipe.
Com o novo esquema, o Corinthians passou a fechar melhor as laterais do campo, especialmente com Romero pela direita. Assim, o time estancou os buracos cedidos no primeiro tempo e trouxe o mínimo de paz para a meta de Hugo Souza.
No ataque, o volume seguiu alto. Para melhorar, o gol de Memphis fez o Athletico se abrir e ceder campo para os contragolpes em velocidade do Timão. Yuri Alberto foi o principal beneficiado com esse cenário e conseguiu boas escapadas pela direita, como no gol de Garro. Depois, o próprio camisa 9 deixou o dele em linda jogada trabalhada no setor ofensivo.
Indo para o campo das individualidades, André Carrillo fez mais um grande jogo. Frio, técnico e inteligente, ditou o ritmo do Timão e conseguiu diversas “clareadas” para tirar a equipe do campo de defesa. O mesmo não se pode dizer de José Martínez, que acertou apenas 68% dos passes (via Sofascore) e prejudicou a saída de bola em diversos momentos.
Em suma, a evolução ofensiva do Corinthians é animadora. Especialmente após a última janela de transferências, a equipe se encontrou em termos coletivos e individuais, e consegue criar oportunidades de diferentes formas. São 16 gols feitos nos últimos sete jogos.
Porém, a defesa preocupa. O esquema adotado por Ramón faz com que a equipe assuma muitos riscos no momento defensivo e adversários qualificados podem aproveitar. Além disso, o time segue cometendo erros cruciais dentro da área, seja por desatenção ou falha técnica.
O Athletico-PR, que não marcava gol há três rodadas no Brasileiro, não só marcou dois no Corinthians, como finalizou 22 vezes (via Sofascore). Um dado alarmante que mostra a importância da equipe ser mais equilibrada nesta reta final de temporada marcada pela luta contra contra o rebaixamento e a disputa dos títulos da Copa do Brasil e da Sul-Americana.