Gazeta Esportiva.com
·18 de agosto de 2024
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Por Iúri Medeiros
O Corinthians decepcionou na noite de sábado, no empate contra o Fluminense. Em jogo que era fundamental conquistar os três pontos, o time esbarrou no excesso de conservadorismo da comissão técnica e na falta de qualidade técnica dos jogadores que estiveram em campo.
O técnico Ramón Díaz optou por manter o esquema com três zagueiros e dois alas ofensivos. Charles e Ryan ficaram à frente da linha defensiva, com Rodrigo Garro como armador, e Talles Magno e Pedro Raul como atacantes.
Dentro de uma proposta inicial, a ideia fazia sentido. Proteger o sistema defensivo e explorar jogadas em velocidade para contragolpear contra um time que naturalmente teria a missão de propor jogo. A fórmula do sucesso diante do RB Bragantino, pela Copa Sul-Americana.
Na prática, o time pecou. É verdade que o Corinthians não sofreu muito ao longo dos 90 minutos e, quando ficou perto disso, Hugo Souza fez seu papel (novamente). Mas em termos ofensivos, o jogo do Timão foi pobre.
Com apenas Talles e Pedro Raul no ataque, faltou escapes em velocidade. Matheuzinho e Bidu foram voluntariosos, mas é diferente partir de trás e já receber adiantado, em condições de desequilibrar. Talles não é velocista, embora seja leve, e Pedro Raul está longe de fazer diagonais como as de Yuri Alberto.
Nos momentos de construção ofensiva, o drama aumentava: Ryan e Charles não são confiáveis em saída de bola, e o time se viu dependente de chutões ou de recuos de Rodrigo Garro para armar o jogo. Ou o time se livrava da bola com facilidade ou via seu camisa 10 se afastar do gol adversário, algo que já vimos que não faz bem ao seu rendimento.
No segundo tempo, Ramón tentou soltar mais o time para explorar a velocidade que faltou na primeira etapa. Wesley, Giovane e Pedro Henrique se apresentaram, mas pouco ajudaram efetivamente. A linha de cinco foi desfeita e Igor Coronado foi uma alternativa para encontrar passes, mas pouco surtiu efeito.
Chamou atenção como Charles e Ryan atuaram juntos os 90 minutos, com Breno Bidon no banco de reservas. Como a dupla titular pouco oferece tecnicamente, imaginava-se que Bidon teria seus minutos para qualificar a saída de jogo do alvinegro. Não ocorreu.
A impressão que fica é que o Corinthians demorou para jogar o jogo, acreditar no triunfo. Em um duelo importante como esse, é fundamental ter equilíbrio, mas sem esquecer da necessidade de pontuar na tabela.
Com situação delicada no Campeonato Brasileiro e calendário difícil pela frente, a comissão técnica e os jogadores precisam entender que, de empate a empate, o Timão não vai a lugar algum.
Ou melhor, vai. E sabemos o destino.