Mundo Rubro Negro
·23 de maio de 2022
Mundo Rubro Negro
·23 de maio de 2022
Após uma sequência de quatro tropeços, enfim o Flamengo voltou a vencer pelo Brasileirão. O Mais Querido derrotou o Goiás e deu fôlego ao trabalho de Paulo Sousa. Apesar da vitória, a equipe apresentou problemas recorrentes em 2022.
Não deixe de ler a análise anterior: Análise: qual foi o impacto de Paulo Sousa na vitória do Flamengo sobre a Católica?
Enfrentando um adversário que venceu seus últimos dois jogos com uma média de 27% de posse de bola, Paulo Sousa abdicou de um volante com maior poder de enfrentamento nos duelos defensivos para ter mais uma opção de profundidade: Pedro.
Iniciando a construção com Arrascaeta mais recuado, a ideia inicial do Mister era a de conseguir pesar a última linha defensiva do Goiás com o centroavante e BH. O meia uruguaio tinha liberdade para atuar próximo dos atacantes, enquanto Everton Ribeiro recuava para auxiliar Arão.
Ayrton Lucas iniciou a partida com bastante liberdade para avançar pelo corredor lateral esquerdo. Com isso, Bruno Henrique centralizava e se tornava um segundo atacante, ao lado de Pedro.
Apesar disso, a equipe passou os 15 minutos iniciais sem agredir com contudência o Goiás. A equipe buscava iniciar o jogo do centro para os lados sem ritmo e velocidade suficiente para atacar a última linha defensiva adversária em superioridade qualitativa ou numérica.
Então, aos 16 minutos, o Flamengo abriu o placar. Após Gabi e Matheuzinho tentarem uma inflitração pelo direita sem êxito, a volta passou para esquerda com Ayrton Lucas. Apesar de não ter tomado a decisão mais verticial, Arão induziu uma nova variação para o corredor direito.
Buscando jogo mais próximo dos meias, Gabi gerou apoio pelo corredor lateral e rapidamente acionou Matheuzinho em profundidade. O lateral-direito encontrou Pedro livre na pequena área para completar para o gol. 1×0.
Mesmo com o resultado adverso, o Goiás continuou em bloco baixo buscando transições ofensivas. Porém, o esmeraldino passou a ter um mais de posse. Em duas oportunidades, o Flamengo conseguiu rapidamente recuperar a bola e criar chances de finalização com Arão e Gabi.
O Mengão também foi contra-atacado. Após Hugo afastar mal o lançamento de Pedro Raul, Danilo Barcelos acionou Dadá Belmonte, que passou para o próprio centroavante finalizar dentro da grande área.
No fim da primeira etapa, o Fla viveu seu melhor momento no jogo. O time conseguiu de fato empurrar o adversário para próximo do gol com muitos jogadores na área. Movimentos de apoio e profundidade que condicionaram entradas no último terço com perigo.
No fim da primeira etapa, o Fla viveu seu melhor momento no jogo. O time conseguiu de fato empurrar o adversário para próximo do gol com muitos jogadores na área. Movimentos de apoio e profundidade que condicionaram entradas no último terço com perigo.
Ainda assim, a primeira etapa terminou com a sensação de que a equipe não produziu o suficiente para ampliar o marcador. Na maior parte do tempo, o Flamengo não conseguiu manter o nível de assertividade no passe e agredir com mais frequência e maior perigo o gol do Goiás.
O segundo tempo começou com mudança de Jair Ventura. O técnico sacou o zagueiro Da Silva para a entrada do volante Matheus Sales. Com isso, o clube goiano mudou do 5-4-1 para o 4-1-4-1. Sales entrou para vigiar Gabi, realizando perseguições quando o atacante buscava jogo no meio.
Todavia, o panorama do jogo nos primeiros 10 minutos da segunda etapa seguiu o mesmo em relação à maior parte do primeiro tempo. O Flamengo continuou com pouca efetividade em ser incisivo para construir chances reais de gol, mas conseguia controlar a partida.
Com o passar do tempo, o Flamengo foi perdendo fisicamente a capacidade de recuperar rapidamente a bola e começou a marcar num bloco médio. Isso se traduziu numa queda da posse durante a segunda de 69 para 59%. (Dados: SofaScore).
Mas esse maior tempo com a bola do Goiás era pouquíssimo efetivo. Passes laterais na linha defensiva que muitas vezes culminavam em lançamentos de Tadeu buscando o setor ofensivo. Arrasca recompunha o meio de campo como volante, próximo a Gabi e Pedro.
Com a clara queda de ritmo, Paulo Sousa e Jair Ventura trocaram algumas peças no meio da segunda etapa para manter a competitividade das equipes. Andreas, João Gomes e Lázaro entraram pelo lado do Flamengo. Felipe Bastos e Nicolas pelo lado do Goiás.
Andreas e Lázaro substituíram Everton Ribeiro e Bruno Henrique em suas posições. Arrascaeta passou a atuar ao lado de Pedro, enquanto João Gomes formou a dupla de zaga com Arão. Ayrton Lucas passou a avançar menos pelo corredor lateral.
Tanto antes e depois das mudanças, o Flamengo não conseguiu chegar próximo de finalizar nos últimos minutos da partida. Mais uma vez na temporada, a equipe não conseguia criar volume ofensivo no fim das partidas.
E aos 44 minutos sofreu um grande susto. Em rápido contra-ataque, o Goiás quase empatou a partida. Livre na grande área, Apodi perdeu a maior chance de gol alviverde no jogo.
Thiago Maia entrou no fim, substituindo Arrascaeta, mas isso pouco acrescentou até o apito final.Flamengo venceu sendo superior ao seu adversário, porém, novamente flertou com um tropeço após uma queda brusca de desempenho na segunda etapa.
Diferentemente dos tropeços contra Botafogo e Palmeiras, a equipe não produziu tantas chances de gol para sair do Maracanã com um resultado superior a 1×0. Ao menos defensivamente não sofreu maiores sustos além da chance de Apodi no fim da partida.
Considerando o adversário fechado e a maior dificuldade de produzir ofensivamente, a proposta ousada de Paulo Sousa não surtiu o efeito esperado. Mesmo com a qualidade de Arrascaeta e Everton Ribeiro mais próximos da construção, a equipe não consegue ter fluidez com bola.
Os jogadores também são responsáveis pela má execução, mas o técnico também precisa agregar mais valor em resolver este problema. Eventualmente realizando trabalhos mais específicos e individualizados com os atletas, visando evoluir gestos técnicos e tomadas de decisão.
De qualquer maneira, para o prosseguimento mais tranquilo do trabalho, a vitória era o mais importante para Paulo Sousa. O treinador ganha fôlego para buscar soluções e, com o retorno dos lesionados, conseguir resolver muitos dos problemas recorrentes da equipe na temporada.
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