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·13 de dezembro de 2019
Allejo: como um obstáculo comercial virou símbolo de uma geração

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·13 de dezembro de 2019
Nesta última quinta-feira, dia 12 de dezembro, a Goal marcou presença no PES Legends, evento do eFootball PES Brasil que apresentou novidades do game de futebol e contou com a presença de craques como Denílson, Cafu e Bebeto. No entanto, o nome mais aplaudido durante a cerimônia foi outro: Allejo, introduzido durante a coletiva de imprensa como o “maior jogador que este país já produziu”.
Não reconheceu o nome? Você não deve ter jogado o clássico International Superstar Soccer Deluxe, game da Konami que antecedeu a série de jogos Pro Evolution Soccer.
Allejo marcou presença em seis jogos da série, e sua fama transcendeu os pixels: o craque virtual entrou para o folclore do futebol brasileiro. Com a camisa 7 da amarelinha, Allejo era o principal jogador da seleção que havia acabado de conquistar a Copa do Mundo de 1994 e se tornar o primeiro país a ser tetracampeão mundial. Nos games, é claro.
A sua importância é tanta que, 25 anos depois de sua primeira aparição, em 1994, o nome de Allejo ainda apareceu com destaque no evento PES Legends, e o craque foi introduzido por Mauro Beting, comentarista do eFootball PES 2020, como o “Deus do Futebol”.
No evento, a Konami apresentou várias novidades que reforçaram o foco da desenvolvedora em trabalhar o mercado brasileiro: por exemplo, no último Datapack, atualização gratuita do game, estádios como o Morumbi e a Arena do Grêmio ganharam destaque e vários atletas de times brasileiros ganharam faces mais realistas. Além disso, na versão gratuita do jogo, o PES 2020 Lite, anunciado nesta semana, o Brasil é o país com mais clubes confirmados: Palmeiras, Flamengo, São Paulo, Corinthians e Vasco da Gama estão entre as 13 equipes garantidas no game.
Porém, nada disso foi tão representativo do esforço da Konami em “agradar” o mercado brasileiro quanto a presença de Allejo no evento, um símbolo de toda uma geração de players.
Assim, a Goal resolveu fazer um “perfil” do craque: quem é Allejo? Em quem a Konami se inspirou para criar o jogador? Como ele se tornou esse ícone? Confira;
No game International Superstar Soccer Deluxe, de 1995, a Konami não tinha as licenças comerciais para usar nomes reais de jogadores, como ela tem hoje. Então, a desenvolvedora resolveu criar atletas que realmente existem, só que com outros nomes. Assim nasceu Allejo, camisa 7 da seleção brasileira.
Fazendo uma dupla de ataque mortal com Gomez, camisa 11 da amarelinha, Allejo era o craque do Brasil naquele jogo. Como a seleção canarinho tinha conquistado a Copa de 1994, na qual o game foi baseado, os níveis dos jogadores brasileiros eram os melhores. Desta maneira, Allejo tinha estatísticas muito acima de seus rivais, com números perfeitos em velocidade, aceleração, equilíbrio, inteligência e drible.
Com o sucesso do console Mega Drive no Brasil (a plataforma da Sega era vendida pela Tectoy, com números massivos), o ISSD foi o maior jogo de futebol no país, naquele momento, e nome de Allejo ficou marcado na memória de milhões de jovens que cresceram jogando o International Superstar Soccer Deluxe.
O craque retornou quase 20 anos, em três outras edições do PES: em 2012, 2013 e 2014, Allejo “saiu da aposentadoria” precoce e voltou aos gramados, agora menos pixelizados.
Com o sucesso do Mega Drive, console barato e popular, Allejo logo se tornou um nome conhecido da garotada de todo o Brasil: as proezas da canhotinha do craque se espalhavam do Oiapoque ao Chuí e todos tinham uma história própria do que fizeram comandando o jogador.
Assim, com o crescimento da internet e das redes sociais, os “feitos” de Allejo começaram a ser contados e recontados, ajudados pela rampante nostalgia da época. Como uma espécie de ironia, camisas com o nome do craque começaram a ser vendidas e hoje, Allejo é um nome conhecido por qualquer fã de futebol.
Não precisa nem ter jogado o game para saber da história do craque: Allejo tem página na Wikipédia, tem documentários, recebeu várias honrarias, e se instaurou na psique do torcedor brasileiro como o jogador que todos queriam ter sido e poucos conseguiram ser. Allejo, acima de tudo, é a representação do sonho de ser um atleta de futebol, em alguns pixels.
Os mais espertinhos (ou aqueles que já estão bem informados por ler a Goal com frequência) já devem ter percebido: canhoto, camisa 7, parceiro de um camisa 11, Copa de 1994...é óbvio para qualquer um que Allejo foi inspirado em Bebeto, que formou a dupla vitoriosa com Romário, naquela copa. Em fevereiro deste ano, a Konami confirmou o fato.
No evento de quinta-feira, Bebeto finalmente se reuniu com seu “irmão”, e ambos “conversaram”. Quando perguntado, o ex-jogador do Flamengo e da seleção brasileira falou que “ficou muito feliz por saber que Allejo havia sido inspirado nele”. Bebeto ainda afirmou “que já havia percebido similaridades em seu futebol e no de Allejo, pelo fato dos dois serem ‘rapidinhos’ e canhotos”.
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