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·30 de abril de 2025

Alisson relembra morte do pai: Assistiu funeral por videochamada

Imagem do artigo:Alisson relembra morte do pai: Assistiu funeral por videochamada

Já se passaram quatro anos desde a trágica morte de José Agostinho Becker, que tinha apenas 57 anos quando faleceu. Agora, Alisson Becker decidiu recordar a memória do seu pai numa carta dirigida à família publicada no The Players Tribune, revelando como viveu aquele momento enquanto defendia o Liverpool no meio da pandemia.

"Quando recebi o telefonema com a notícia de que meu pai tinha morrido, estava a um oceano de distância. Estava em Liverpool, no meio da temporada 2020/21. Sua morte foi repentina, um choque total", começou a escrever o goleiro do Liverpool.


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"Minha mãe me ligou para dizer que houve um acidente e que meu pai tinha se afogado na represa perto de nossa casa. O chão se abriu sob mim. Não parecia possível que alguém como meu pai pudesse realmente ter morrido. Ele era um homem de verdade, como dizem. Um homem muito forte", continuou.

No meio de uma pandemia e à espera do terceiro filho, o goleiro passou por momentos muito conturbados e difíceis: "Fiquei devastado. Não conseguia pensar em futebol. Tinha que me lembrar que jogava futebol e que estávamos lutando pelos quatro primeiros lugares na Liga Inglesa. Era ainda mais complicado porque estávamos no meio de uma pandemia e a logística de voltar para casa era um pesadelo. O médico da minha esposa disse que era arriscado viajar e que eu deveria ficar em Liverpool com nossos filhos. Isso foi uma angústia total para ela porque amava muito meu pai."

O goleiro, que foi apoiado por todos os colegas de equipe, também mencionou como foram os primeiros momentos após receber a notícia: "A primeira coisa que me lembro foi de todas as flores chegando em nossa casa. De Virgil Van Dijk, de Andy Robertson, de Fabinho, de Firmino, de Thiago... e assim por diante. Todos os meus irmãos. Todos nos enviaram flores, expressando seus sentimentos."

"O Klopp me permitiu ter tempo para cuidar das minhas dores, poucos treinadores seriam tão compreensivos. Ele não era apenas um treinador para mim, era como um segundo pai. Ray Haughan, que era o diretor do clube na época, me mandou uma mensagem dizendo que se reuniram e concordaram em arranjar um voo particular para eu ir ao funeral para que eu não precisasse me preocupar com nada", escreveu.

"Mas era uma situação impossível porque, ao voltar, teria que ficar em quarentena em um hotel por 15 dias. A ideia de voltar do funeral do meu pai e ficar preso em um quarto sozinho era difícil, mas a pior parte era imaginar minha esposa sozinha durante tanto tempo. Ela estava nos últimos meses de gravidez, tudo poderia acontecer", completou o jogador de 32 anos, que recebeu condolências de figuras como Pep Guardiola e Carlo Ancelotti.

"Tivemos de assistir ao funeral por videochamada. Meu irmão segurou o telefone durante toda a cerimônia e eu pude rezar e chorar com minha mãe e até me despedir do meu pai no seu caixão. Naquele momento, por mais estranho que pareça, você se esquece de que está em uma tela. Todas as memórias e o amor superam a distância e você está falando com seu pai na eternidade", pode-se ler ainda.

"Quando voltei a treinar, alguns dias depois do funeral, pensei em meu pai em momentos aleatórios. Não pude evitar. Imagine tentar organizar a barreira antes de uma cobrança de falta do Alexander-Arnold, e ter lágrimas inundando seus olhos, já é difícil quando você não está chorando! Mas meus companheiros de equipe foram incríveis. Eles nunca me julgaram", referiu.

O jogador lembrou ainda a partida contra o West Bromwich, em que marcou no último momento do jogo: "Estávamos jogando uma partida crucial contra o West Bromwich, lutando por uma vaga na Liga dos Campeões, e tínhamos que vencer a partida. Nosso treinador de goleiros gritou para eu correr para a área. Não tinha nada a perder. Como goleiro, você nunca, nunca, nunca pensa que vai realmente marcar um gol. Então estou cercado por um calor, essa é a única maneira que posso descrever. Todos estão me abraçando. O Thiago está me abraçando e chorando. O Firmino está me abraçando, chorando e rindo ao mesmo tempo. O Salah está comemorando como uma criança e pulando em cima de mim. Nunca o vi tão feliz depois de outro companheiro marcar um gol."

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