Calciopédia
·28 de junho de 2023
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“Não fui um jogador de 100 troféus, mas eu me sentia amado”. O anúncio de aposentadoria de Alessandro Diamanti no futebol representa o sentimento de muitos atletas sem uma carreira vitoriosa, mas que têm o carinho dos torcedores. Ídolo no Bologna e no Livorno, o meia-atacante jogou em diversos times italianos e também na Premier League, na China e na Austrália. Sem títulos ou clubes expressivos, se destacou pela habilidade singular na perna esquerda, que o transformaram num dos maiores especialistas em bolas paradas da Serie A no início do século XXI.
Nascido em Prato, cidade da Toscana, foi cria do time amador Santa Lucia, por onde passaram craques como Paolo Rossi e Christian Vieri. Sua trajetória, entretanto, foi construída de maneira diferente das demais, por se tratar de um negócio da família. Grande descobridor de talentos regionais, Rodolfo Becheri, avô de Alessandro, esteve à frente da instituição durante alguns anos. Alino, como é chamado carinhosamente, herdou do dirigente a sensibilidade ímpar; a crença de que a alegria prevalece sobre o sacrifício no futebol. Nos campos do nonno, sua técnica foi lapidada para brilhar como a pedra preciosa que carrega no nome.
No entanto, o futebol não é uma ciência exata. Por muito tempo, Diamanti foi visto como um daqueles talentos que nunca desabrocham. Até completar 24 anos, teve carreira marcada por passagens pelas categorias inferiores e muitos empréstimos: entre idas e vindas, teve cinco diferentes experiências pelo Prato, seu clube do coração e time em que estreou profissionalmente.
Nessa fase inicial da carreira, Alino defendeu também Empoli, Fucecchio, Fiorentina e AlbinoLeffe. Na equipe violeta, então na Serie C2 e rebatizada temporariamente como Florentia Viola, por conta do processo de falência que atravessou, atuou sobretudo nos juvenis, entre o Campeonato Primavera e o Torneio de Viareggio. Alberto Cavasin, técnico do time principal, o utilizou em três jogos. Mesmo com o acesso dos toscanos, a sua permanência foi vetada após apresentar dois episódios de pneumotórax.
Entre 2004 e 2006, Diamanti passou um ano e meio no AlbinoLeffe, da Serie B, mas não empolgou. Quando parecia ter chegado a um beco sem saída, a volta às origens fez bem ao meia-atacante. No Prato, sob o comando de Pierpaolo Bisoli, começou ajudando os fiordalisi a escaparem do rebaixamento: marcou cinco vezes e ainda foi o autor do tento que garantiu a permanência, graças a um balaço de longa distância no playout com o Montevarchi. Em 2006-07, retribuiu a confiança do treinador com 10 gols em 25 jogos na C2.
Depois de rodar muito pelas divisões inferiores, Diamanti estreou na elite italiana pelo Livorno (Getty)
Em 2007, a amizade mudou a história de Diamanti. Fabio Galante, zagueiro do Livorno na época, conheceu Alino através de Alan Carlet, atacante das divisões inferiores que era um contato em comum, e ficou maravilhado com a qualidade do rapaz, que parecia destoar da realidade da terceira categoria. Deslumbrado pela joia escondida nas profundezas do futebol italiano, o beque sugeriu ao presidente Aldo Spinelli que tentasse a aposta. E assim foi: Alessandro pegou o elevador, deixando a Serie C2 para disputar a elite nacional. Algo totalmente inesperado para um atleta que vinha penando longe dos holofotes.
A desconfiança era natural, mas a aposta toscana superou as expectativas e se revelou como uma das gratas surpresas da temporada. Foram 26 jogos ao todo na Serie A, sendo 14 na condição de titular. Sem ter vergonha do passado, Alino trouxe o espírito da terceirona consigo. Capaz de discernir quando não estava contribuindo individualmente, o meia se colocava à disposição ao coletivo em cada dividida. Um trequartista atípico.
Os labronici não resistiram à campanha desastrosa, com três mudanças no comando técnico, e se despediram da Serie A na lanterna. Diamanti foi crucial no bate-volta do Livorno. Força motriz no acesso, teve a idolatria do povo amaranto não por acaso: ao lado de Francesco Tavano, Alino manteve o time na parte de cima com 13 gols – sendo quatro de falta e dois olímpicos – e sete assistências. Nos playoffs, mostrou-se extremamente efetivo, marcando três vezes e dando três passes decisivos em seis partidas.
Em agosto de 2009, recebeu uma ligação da Inglaterra, porém, do outro lado da linha estava outro italiano. Gianfranco Zola, à época técnico do West Ham, identificou semelhanças entre o futebol de Diamanti e o de si próprio, quando jogador. “Alessandro me lembra de mim mesmo. Às vezes ele faz coisas imprevisíveis. É mais eficaz quando vem por trás dos atacantes, dá o seu melhor quando joga para os outros. É um pouco como um cruzamento entre mim e Paolo Di Canio“.
Diamanti chegou a atuar na primeira rodada da Serie A pelo Livorno, mas assinou um contrato de cinco temporadas com o West Ham, em um acordo estimado de 6,8 milhões de euros. Mais recentemente, ele relatou que a Inter chegou a procurar seu agente antes de fechar com os Hammers, mas as negociações nunca avançaram.
Diamanti foi treinado por Zola no West Ham e se tornou um dos favoritos da torcida dos Hammers (Getty)
“Certa vez, Galante me ligou e passou o telefone a [Massimo] Moratti, que estava enlouquecido por mim porque eu o lembrava de [Álvaro] Recoba. Ele me queria na Inter, mas [José] Mourinho queria Deco. Quando Deco foi para o Chelsea, liguei para meu agente para perguntar se a transferência poderia acontecer àquela altura, mas me disseram que, naquele momento, Mourinho queria [Wesley] Sneijder. Acabei indo para o West Ham e eles conquistaram a tríplice coroa, então se saíram bem”, contou em uma live no seu perfil do Instagram.
O abismo técnico que existia entre a Serie B e a Premier League afetou a adaptação do jogador, mas Zola o ajudou. “Obviamente, existem muitas diferenças entre a Serie B e a Premier League, e Gianfranco realmente me ajudou a entender o que eu precisava fazer”, declarou em carta publicada no site oficial do West Ham. No seu jogo de estreia em casa, contra o Liverpool, ele escorregou na cobrança de pênalti, chutou com os dois pés, e ainda assim marcou o seu primeiro gol em Upton Park.
Diamanti marcou oito vezes, sendo metade na marca da cal. A responsabilidade de bater os pênaltis foi atribuída a ele pelo seu mentor e técnico. “Quando cheguei, Gianfranco disse: ‘Alessandro, para mim você é o cara para cobrar os pênaltis”. Além disso, também teve participação direta na construção de cinco gols. Na eleição do Jogador do Ano do West Ham, os torcedores o elegeram como o segundo melhor, atrás do vencedor Scott Parker.
Quando finalmente parecia ter encontrado a estabilidade desejada, Diamanti percebeu um vácuo em sua frente: o da Squadra Azzurra. Substituto de Marcello Lippi após a Copa do Mundo da África do Sul, Cesare Prandelli mandou avisar ao meia que não poderia julgá-lo com base em apenas uma temporada na Inglaterra e que seria interessante vê-lo na Serie A. Dito e feito. Em busca da tão sonhada convocação, Alessandro acertou com o Brescia, que pagou 2,2 milhões de euros mais um adicional de 300 mil caso garantisse sua permanência na primeira divisão. “Deixar o West Ham talvez tenha sido a única escolha realmente ruim que fiz. Lá eu era um ídolo da torcida, mas sabia que tinha que sair para jogar pela seleção”, disse.
Devido a sua popularidade, habilidade e estilo de jogo, Diamanti chegou a ser alvo de comparações com Roberto Baggio, ícone do clube – minimizadas pelo próprio Alino. Ele estufou as redes seis vezes na Serie A, ficando atrás apenas de Andrea Caracciolo como artilheiro da equipe. Seu último gol veio justamente na derrota para o Catania, que selou o rebaixamento. Destaque mesmo com a má fase do time, seu objetivo individual foi alcançado. Depois de vê-lo, in loco, anotar um belo tento de trivela no empate por 1 a 1 com a Juventus, Prandelli o incluiu na chamada para amistosos em novembro de 2010, quando atuou 45 minutos contra a Romênia.
O fantasista voltou à Itália para ganhar chances na seleção e, apesar de ter cumprido o objetivo, foi rebaixado pelo Brescia (imago/IPA Photo)
Às vésperas do início da nova temporada, o West Ham solicitou que o registro de Diamanti no Brescia fosse suspenso pela Federação Italiana de Futebol – FIGC, com a alegação de que a última parcela de sua taxa de transferência de 2,2 milhões de euros ainda não havia sido paga. Independentemente disso, Alino estava diante de outro dilema. O técnico Bisoli, que o ajudou a brilhar em Prato, assumiu o comando do Bologna. Quando o rossoblù entrou em contato, sua resposta não poderia ser outra senão um rápido e entusiasmado “sim”.
O Bologna bateu o martelo e pagou 1,5 milhão por metade do passe de Diamanti – e não demoraria para adquirir a outra parte. À sombra das imponentes Torres de Bolonha, ele desfrutou do melhor momento da carreira. Mesmo após a demissão de Bisoli, se destacou sob a orientação de Stefano Pioli. Ao lado de Gastón Ramírez, tinha a missão de municiar Robert Acquafresca ou Marco Di Vaio – e cumpriu com maestria. Alessandro participou diretamente de 13 das 41 finalizações bem-sucedidas dos veltri na campanha do nono lugar na Serie A, com sete gols e seis assistências. A segunda temporada consecutiva em alto nível selou a sua presença definitiva na Squadra Azzurra.
Diamanti seria importante no ciclo do Mundial de 2014. As suas atuações como segundo atacante do Bologna agradaram a Prandelli, que o levou para a disputa da Euro 2012. Acionado do banco de reservas na partida final da fase de grupos contra a Irlanda, ele contribuiu para a vitória com uma assistência no gol de Mario Balotelli, em um escanteio. Nas quartas de final contra a Inglaterra, substituiu Antonio Cassano no tempo complementar e converteu a cobrança decisiva na disputa de pênaltis. Alino também encarou a Alemanha, nas semis, e não entrou em campo no jogo que resultou na perda do título para a Espanha.
O meia-atacante ainda integrou a convocação para a Copa das Confederações de 2013, realizada no Brasil. Reserva contra México e Japão, Diamanti jogou 73 minutos no revés para a seleção brasileira. Voltou ao banco nas semifinais, quando a Espanha ganhou da Itália, e recuperou a posição na disputa do terceiro lugar, ante o Uruguai.
O camisa 23 se destacou como um dos melhores em campo na vitória por pênaltis na Arena Fonte Nova. Em cobrança de falta majestosa, ele acertou o travessão, surpreendendo Fernando Muslera, e Davide Astori pegou a sobra para abrir o placar. Edinson Cavani igualou a peleja, mas o fantasista do Bologna estava inspirado e bateu outro tiro livre espetacular para desempatar. Diamanti saiu aos 83, pouco depois de o ídolo do Napoli anotar a sua doppietta, também em bola parada.
No Bologna, Diamanti encontrou o auge e se tornou peça regularmente chamada para a seleção (Iguana Press/Getty)
Alino chegou até ali porque uma simbiose especial se estabeleceu entre ele e Bolonha, onde o amor entre o jogador e a cidade transbordava em abundância. Desde o início da temporada 2012-13, até o início de dezembro, vestiu a braçadeira de capitão durante a suspensão de Daniele Portanova por envolvimento em apostas ilegais. Depois, assumiu a liderança de forma definitiva devido à transferência do zagueiro. O apetrecho simplesmente confirmou uma influência que Diamanti já mostrava dentro de campo: somando todas as competições, entregou oito gols e 11 assistências ao time de Pioli, 13º colocado da Serie A e eliminado nas quartas de final da Coppa Italia.
O relacionamento chegou ao fim em fevereiro de 2014, por uma combinação de fatores. Primeiramente, o Bologna, em crise econômica e técnica, caíra de rendimento na Serie A: brigava contra o rebaixamento e trocara Pioli por Davide Ballardini. Diamanti ainda era a estrela da companhia, com cinco gols e quatro assistências em 19 aparições. Porém, decidiu explorar novos ares na China e retribuir o clube com compensação financeira: o Guangzhou Evergrande desembolsaria 7,5 milhões de euros para contratá-lo.
No fim das contas, a saída da Itália praticamente melou as chances de Alino marcar presença na lista de convocados dos azzurri para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Seu último jogo pela Nazionale aconteceu pouco tempo antes, em novembro, contra a Nigéria. Foram 17, no total.
Alguns rossoblù viram a saída de Diamanti como uma espécie de traição, mas Alessandro já havia dado provas da sua lealdade. Milan, Juventus e Inter chegaram a competir nos bastidores pelo jogador, mas o trio de ferro nunca formalizou o interesse. “Não fui para a Juventus e outras duas grandes equipes por opção”, diria ao Corriere dello Sport anos depois. “Sempre faltava alguma coisa. Não, sim, não, sim, não, sim, e no final não importava. E mais de uma vez não saí por gratidão ao Bologna, que havia me permitido jogar pela seleção no ano anterior”, explicou. Apesar da derrota para a Udinese em casa na despedida, ele deixou o time rossoblù fora da zona de rebaixamento – o descenso, porém, se concretizaria na sua ausência. Alino somou 88 aparições, 22 gols e 24 assistências pelos felsinei.
Técnico do Guangzhou Evergrande, Lippi escolheu Diamanti a dedo: ele seria o substituto de Darío Conca, estrela do time, que havia retornado ao Fluminense. Em julho, Alberto Gilardino aumentou a legião azzurra no clube. Apesar do título chinês, a experiência no país asiático não foi agradável em termos pessoais para Alessandro, que é casado com a apresentadora Silvia Hsieh, taiwanesa naturalizada italiana. “Foi um momento difícil para minha esposa Silvia e nossos filhos”, afirmou na carta de despedida enviada ao West Ham.
Alino teve momentos positivos na campanha do vice-campeonato europeu da Itália e do terceiro lugar na Copa das Confederações (imago)
Em janeiro de 2015, quase 12 anos após se transferir para a Fiorentina, ele aceitou voltar a Florença por empréstimo com opção de compra. Com 11 jogos disputados na Serie A, fez dois gols, mas não contribuiu ativamente na classificação da Viola para a Europa League. O clube decidiu não exercer o direito de aquisição ao final do contrato. Diamanti deveria tornar ao Guangzhou, mas não se reapresentou à espera de uma nova oportunidade de cessão.
Em agosto de 2015, acertou o retorno à Premier League – desta vez, para jogar pelo recém-promovido Watford. A segunda aventura na Inglaterra não deixou saudades. “Eu não tinha uma boa relação com o treinador. Sempre que falava sobre a Inglaterra, eu tinha memórias tão felizes do West Ham, não do Watford!”, escreveu. O técnico em questão era Quique Sánchez Flores, que o usou no decorrer dos jogos em apenas três ocasiões.
Diamanti deixou os Hornets no inverno europeu e oficializou um novo destino por empréstimo: a Atalanta, que ficaria no meio da tabela da Serie A. Seu maior feito em Bérgamo, na verdade, foi individual. Pela Dea, anotou o centésimo gol da carreira, o único pelos nerazzurri, justamente contra o Bologna.
Após encerrar mais um empréstimo e rescindir com o Guangzhou, ele acertou com o Palermo. Como de costume, Diamanti deixou a sua assinatura ao menos uma vez em cobrança de falta, além de cinco assistências. Escalado como titular em quase todos os jogos, não evitou o seu terceiro rebaixamento da carreira – selado a três rodadas do fim do campeonato. Alino, de 34 anos, se despediria assim da Serie A.
Depois de quase seis meses livre no mercado, seu destino foi a segunda divisão italiana – mais especificamente, o Perugia. Durante a breve estadia nos grifoni, fez dois gols e distribuiu duas assistências em 14 jogos. Sem contribuir efetivamente como fez no acesso pelo Livorno, Diamanti ficou perto da Serie A de novo, mas o Perugia deu adeus à promoção depois de sofrer um duro golpe contra o Venezia, nos playoffs de acesso.
Já na reta final da carreira, o craque das bolas paradas teve uma segunda passagem pela Fiorentina (imago)
A carreira do meia-atacante estava bem longe de chegar ao fim. Nove anos depois, ele oficializou seu retorno ao Livorno, recém-promovido à Serie B. A intenção dele era ter o último capítulo no clube em que ascendeu no futebol. Alino não só cumpriu a promessa que voltaria, mas também reviveu atuações semelhantes às que o consagraram uma década antes. Ostentando vitalidade, o dono da camisa 23 somou 32 partidas, 10 gols e oito assistências. A permanência era a missão dos amaranto e foi cumprida. Por outro lado, Diamanti viveu um baque nesta época: o falecimento do avô, em março de 2019, que deixou o esporte toscano em luto.
O bom desempenho na segundona fez com que times da Serie A surgissem com propostas para o fantasista. Mas, ciente de que voltar à primeira divisão pela última vez não iria acrescentar nada a sua vida, Diamanti queria um novo começo. Foi exatamente o que encontrou no Western United. Estreante na liga australiana, o clube deu a braçadeira ao italiano de forma imediata e o transformou em símbolo do projeto. O profissionalismo da instituição de Melbourne contrastava com a pressão do futebol local, o que lhe permitia relaxar e ficar mais descontraído.
Ainda assim, destoava dos demais adversários. Em 2019-20, foi eleito o melhor jogador da A-League pela sua emissora oficial, um reconhecimento que antecipou a nomeação no time da temporada e a conquista da Medalha Johnny Warren, entregue pela federação australiana ao craque do campeonato.
Em abril de 2023, Diamanti comunicou o fim da carreira que se estendeu por 23 anos. É verdade que nunca vestiu a camisa de um grande clube, mas sua perna canhota refinada e calibrada falou mais alto: foram 24 gols de falta, 26 de pênalti, 15 em chutes de longa distância, dois de escanteio e incontáveis participações em tentos a partir de cruzamentos e passes primorosos para colegas. Alino viveu o futebol como sempre quis. E isso talvez seja o mais importante de tudo.
Alessandro Diamanti Nascimento: 2 de maio de 1983, em Prato, Itália Posição: meia-atacante Clubes: Prato (1999-2000, 2001, 2002-03, 2003-04 e 2006-07), Empoli (2000-01), Fucecchio (2001-02), Fiorentina (2003 e 2015), AlbinoLeffe (2004-06), Livorno (2007-09 e 2018-19), West Ham (2009-10), Brescia (2010-11), Bologna (2011-14), Guangzhou Evergrande (2014-16), Watford (2015-16), Atalanta (2016), Palermo (2016-17), Perugia (2018) e Western United (2019-23) Títulos: Serie C2 (2003), Superliga Chinesa (2014) e A-League (2019) Seleção italiana: 17 jogos e 1 gol