Além do poder de decisão, Mbappé tem exibido uma condição física absurda no Catar | OneFootball

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Trivela

·26 de novembro de 2022

Além do poder de decisão, Mbappé tem exibido uma condição física absurda no Catar

Imagem do artigo:Além do poder de decisão, Mbappé tem exibido uma condição física absurda no Catar

Os acréscimos começavam a rodar quando a defesa da França lançou para o campo de ataque, pegando a última linha da Dinamarca, em busca do empate, bem adiantada. Kylian Mbappé, um jogador de diversas qualidades, altamente técnico e inteligente, não quis nem saber. Deu um pique para buscar a bola e saiu nas costas da defesa, completamente livre. Não tomou a melhor decisão, optando por um chute fraco de primeira, mas a própria disposição para acelerar em um momento tão tardio da partida foi outra evidência do que mais tem chamado a atenção em seu futebol nesses dois primeiros jogos: chegou ao Catar com uma condição física absurda.

Isso havia sido visível na estreia contra a Austrália. Houve uma jogada em particular em que buscou um toque de calcanhar saindo dois latifúndios atrás do marcador e ainda conseguiu finalizar bloqueado. O parâmetro, porém, não era dos melhores, contra uma adversária pouco qualificada. A Dinamarca é semifinalista da Eurocopa e venceu a França duas vezes este ano pela Liga das Nações. Tem muitos jogadores de porte físico avantajado e, ainda assim, Mbappé sobrou. Aberto pela esquerda, com a liberdade que gosta de ter, causou um pandemônio sempre que teve espaço para arrancar.


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O que mais impressiona é quando consegue combinar a força e a velocidade com a habilidade. Facilita muito aquele drible simples porque quando coloca na frente ninguém consegue alcançá-lo. Um exemplo perfeito aconteceu aos 10 minutos do primeiro tempo. Recebeu o passe no meio de campo, de costas, dominou para o lado, deu um tapa e Joachim Andersen não teve a menor chance de acompanhá-lo. Em dois toques na bola de Mbappé, o zagueiro do Crystal Palace ficou um corpo atrás. Mbappé ainda ziguezagueou antes de bater de perna esquerda para a defesa de Schmeichel.

E teve o lance do primeiro gol. Recebeu em liberdade pela esquerda, avançou à entrada da área, rolou para Theo Hernández e apareceu no meio da área para completar de chapa. O gol da vitória também é interessante porque, quando Griezmann domina a bola pela direita, Mbappé está um passo atrás do marcador, quase na altura da marca do pênalti. Aqui é outra qualidade: o pique em espaço curto. Porque ele aparece praticamente na boca do gol para completar o cruzamento com o corpo, sem falar que calculou a corrida perfeitamente para não ficar em posição de impedimento.

Com dores no músculo adutor, Mbappé ficou fora da primeira rodada do Campeonato Francês nesta temporada. Quando estreou, começou um pouco mais devagar do que o normal, mas não demorou para pegar ritmo e começar a acumular gols. Fez 19 em 20 jogos antes da paralisação para a Copa do Mundo. Deu um pequeno susto contra o Lorient, na penúltima partida da Ligue 1 antes do Mundial, ao ser substituído aos 40 minutos do segundo tempo e sair direto aos vestiários. O técnico Christophe Galtier, porém, disse que ele estava apenas cansado e não havia sofrido nenhuma lesão.

Garoto prodígio do Monaco e um dos reforços mais caros de todos os tempos, Mbappé era realidade na Copa do Mundo de 2018, e foi um dos destaques do título, mas ainda tinha apenas 19 anos. A responsabilidade maior era de companheiros como Antoine Griezmann, Paul Pogba e N’Golo Kanté. No Catar, a história é diferente. Não apenas cresceu de estatuto, como chegou em um momento no qual é contestado pelo extracampo, após rumores de que havia pedido para ser negociado pelo PSG, meses depois de renovar contrato fazendo várias exigências. O corte de Karim Benzema, a não convocação de Pogba e todos os desfalques da França apenas aumentaram sua responsabilidade.

Até agora ele tem correspondido. Não foi o melhor em campo contra a Austrália, mas também deu suas arrancadas, marcou um gol e finalizou sete vezes. Brilhou de verdade no jogo mais difícil da fase de grupos, contra a Dinamarca, mostrando todo o seu poder de decisão para fazer os dois gols da vitória que classifica a França às oitavas de final, além da disposição para deixar todo mundo comendo poeira na Copa do Mundo.

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