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·09 de maio de 2019
Ajax, nunca te esqueceremos! A trajetória de um pequeno grande time que conquistou o mundo

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·09 de maio de 2019
O Ajax carrega um nome de peso, homenagem feita ao herói grego que teve participação na Guerra de Troia, e uma camisa ainda mais pesada na história do futebol. Através do Esporte Bretão, o clube de Amsterdã criou a sua mitologia própria.
Ajax deixou de ser apenas um herói e tornou-se, simbolicamente, qualquer um que vista a camisa alvirrubra. É algo presente até mesmo no escudo do clube. Repare bem no desenho e conte as listras que esboçam o rosto do herói grego: são 11 traços que representam quem está no gramado.
E o que não falta na história do clube mais icônico da Holanda são grandes heróis. De Cruyff e o esquadrão que dominou a Europa nos anos de 1970 a craques, como Van Basten, que surgiram lá nos anos 80. E, claro, os que pela última vez conquistaram o continente em 1995 e quase repetiram o feito em 1996.
Mas desde então a dinâmica do futebol mudou. O poder aquisitivo passou a ditar as regras e, na Europa, países menores, como a própria Holanda, foram perdendo o protagonismo de antes na maior competição de clubes do Velho Continente.
É por isso que abrir um sorriso enquanto este Ajax 2018-19 entrou em campo na Champions League foi algo tão único. Ao mesmo tempo em que víamos azarões em campo, a torcida pelo lado mais fraco era, ao mesmo tempo, por uma das camisas mais pesadas na história do futebol. E o mais importante de tudo: um time envolvente que trata a bola com o maior carinho, honrando uma tradição que vem exatamente desde o time que tinha Cruyff como grande protagonista.
Johan Cruyff, aliás, que nos últimos anos antes de seu falecimento, em 2016, ajudou o Ajax em sua última grande revolução, que gerou frutos exatamente nos últimos anos. O eterno camisa 14, que também teve sucesso como treinador, entrou em contato com os heróis vitoriosos dos anos 90 e reuniu uma equipe de peso e relevância no clube para uma função: fazer dos jovens que lá estavam, o melhor que eles poderiam ser. Como não era mais possível competir no dinheiro, o foco foi todo para prepara-los mental e fisicamente, da melhor forma possível, para jogarem o jogo entranhado no DNA do clube.
Nomes como Van de Beek, De Ligt e De Jong foram alguns dos primeiros a aparecerem com destaque. Mas o time mais jovem a ter chegado no mata-mata desta Champions League (média de 24 anos), teve tantos bons valores quanto os riscos que desenham o herói grego no escudo do time. Tadic, por exemplo, protagonizou uma das maiores exibições individuais no momento da virada para o Ajax: os 4 a 1 sobre o Real Madrid em pleno Bernabéu, eliminando os atuais tricampeões em plena capital espanhola. E para não servir de desculpa que os merengues não contam mais com Cristiano Ronaldo, os garotos ainda despacharam a Juventus do atacante português nas quartas.
A queda para o Tottenham na semifinal doeu pela circunstância, com gol sofrido no último minuto, mas não vai diminuir o feito dos holandeses.
Dentre as 16 equipes que passaram da fase de grupos, até a sua eliminação para o Tottenham, na semifinal, nenhum finalizou mais vezes (104, mesmo número do Liverpool) ou criou mais oportunidades ofensivas (81, empatado também com os Reds). Um time do ‘jogo moleque’, que mostrou qualidade e fez o mais importante no esporte: encantou no mais alto nível.