Coluna do Fla
·12 de novembro de 2024
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O Flamengo não se acomodou com as cenas lamentáveis que ocorreram na tarde de domingo (10), em final da Copa do Brasil, contra o Atlético-MG. O Rubro-Negro soltou nota de repúdio nesta segunda-feira (11) e pediu para CBF e do STJD punirem os envolvidos na confusão.
“O Clube de Regatas do Flamengo vem a público, após as lamentáveis cenas de selvageria ocorridas ontem, dia 10.11.2024, dentro e fora das dependências da arena do Clube Atlético Mineiro, manifestar seu absoluto repúdio em face das agressões sofridas pelos torcedores, profissionais envolvidos no espetáculo, jogadores e comissão técnica deste clube. Infelizmente, o cenário de guerra visto ontem não é uma novidade em jogos realizados em Belo Horizonte, contra a equipe do Atlético Mineiro. A rivalidade entre as equipes, que deveria ficar restrita ao ambiente desportivo, de forma salutar, extrapolou a barreira do razoável, de modo que as autoridades (Ministério Público, Órgãos de Segurança Pública, Superior Tribunal de Justiça Deportiva, Confederação Brasileira de Futebol, dentre outros) precisam e devem tomar medidas urgentes. O país inteiro foi testemunha das diversas e graves violências praticadas ontem por parte dos torcedores do Atlético Mineiro. Não se pode ignorar ou simplesmente deixar cair no esquecimento, os episódios de violência que ocorreram no domingo. Eles precisam ser tratados com a importância e atenção que merecem. Os gestores da Arena MRV, juntamente com a diretoria do Clube Atlético Mineiro, tinham a obrigação legal de organizar o evento e assegurar a segurança dos presentes e não se desincumbiram disso. A fiscalização e revista de pessoas foi totalmente falha, permitindo o ingresso de bombas e outros artefatos, que causaram danos e ferimentos a pessoas. Mesmo a imprensa já tendo elencado os absurdos acontecidos ontem, o Flamengo entende que é de extrema importância relembrar alguns desses acontecimentos: 1.Na entrada da torcida do Flamengo ao estádio houve confusão generalizada, uma vez que o sistema de catracas do setor visitante não comportava a entrada da torcida. A Polícia Mineira agiu com truculência, jogando gás de pimenta nos torcedores, onde estavam idosos, mulheres e crianças. 2.Os bares destinados à torcida do Flamengo pararam de vender bebidas e refrigerantes ainda no primeiro tempo de jogo, sendo que além do calor intenso os torcedores do Flamengo não tinham sequer acesso a água potável, para limpar o rosto em razão do uso constante de gás de pimenta e, ainda, para hidratação. 3.O camarote destinado aos dirigentes e à comissão técnica do Flamengo não contou com a segurança necessária para um evento desta magnitude. Diversos torcedores do Atlético Mineiro ofenderam e ameaçaram os dirigentes, os profissionais do Flamengo e seus respectivos familiares, no trajeto de acesso e saída dos camarotes. 4.Inúmeras bombas foram lançadas dentro de campo, uma delas estourou muito próxima ao goleiro do Flamengo (Rossi), outra quase atingiu o jogador Plata, durante a comemoração do gol e uma terceira, infelizmente, atingiu um repórter que estava trabalhando no jogo (Nuremberg José Maria), o qual não teve, sequer, auxílio da maca em campo, tendo que caminhar com dedos quebrados e um tendão rompido, vindo, inclusive, a ser submetido a uma cirurgia, como amplamente divulgado pela mídia. 5.Durante toda a partida, foram arremessados copos e outros objetos nos jogadores do Flamengo, em campo e no banco de reservas, sem que a segurança da Arena intervisse para conter esses arremessos. 6.Invasão de campo pela torcida do Atlético Mineiro, com o objetivo de agredir fisicamente os jogadores e integrantes da comissão técnica do Flamengo. 7.Durante toda a comemoração e a cerimônia de premiação, os responsáveis pela Arena MRV, de forma deliberada e antidesportiva ligaram, no último volume, o sistema de som do estádio para tocar repetidamente, por quase uma hora, o hino do Clube Atlético Mineiro, em uma atitude desrespeitosa e contrária ao Fair Play. 8.Foram verificados atos de racismo e de misoginia praticados por torcedores do Atlético Mineiro em face da torcida do Flamengo e de mulheres profissionais de imprensa. 9.Destaca-se, ainda, diversos relatos de emboscadas de torcedores do Atlético Mineiro aos ônibus das torcidas do Flamengo, bem como reclamações de jornalistas sobre as condições de trabalho do estádio. Assim, considerando os fatos acima narrados, bem como a nítida falta de segurança dentro e fora da Arena MRV, esperamos que a Justiça Desportiva, conjuntamente com a CBF, se posicione com firmeza para que sejam punidos todos os responsáveis pelos atos de vandalismo, agressão e selvageria que mancharam a imagem de uma das maiores competições do futebol brasileiro”.
Os atos de vandalismo começaram cerca de duas horas antes de a bola rolar na Arena MRV. Torcedores do Flamengo foram impedidos de entrar no estádio e sofreram com gás de pimenta e agressões proporcionados pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).
Diversos profissionais da imprensa e torcedores do Flamengo sofreram para acompanhar o jogo. Alguns jornalistas tiveram que ir ao hospital para tratar das irritações ocasionadas pelo gás de pimenta dos policiais.
Não bastasse as cenas de guerra antes de a bola rolar, a torcida do Atlético-MG piorou a situação durante o confronto. Logo após gol do Flamengo, marcado por Plata, os atleticanos começaram a tacar objetos no gramado, inclusive bombas. Uma delas quase pegou no goleiro Rossi, que conseguiu desviar.
Além disso, em meio à comemoração do Flamengo, os torcedores do Atlético-MG tentaram invadir o gramado para atrapalhar a festa dos rubro-negros. A cerimônia, por isso, demorou a começar, mas logo depois o Mais Querido conseguiu pegar a taça e erguer na casa dos atleticanos.
O título do Flamengo, vale destacar, é o primeiro da Arena MRV, que pertence ao Atlético-MG. Ou seja, o time mineiro viu um dos maiores rivais levantar a taça dentro da própria casa e, claro, entrar para a história do estádio.