Portal dos Dragões
·01 de julho de 2025
Advogados do Benfica querem condenação de Rui Pinto para uma pena superior a cinco anos

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Na sessão de hoje do Tribunal Central Criminal de Lisboa, as alegações finais dos assistentes no caso envolvendo o Benfica, Benfica SAD e Benfica Estádio, bem como as declarações do advogado do ex-presidente do clube, Luís Filipe Vieira, foram o centro das atenções.
O advogado Rui Costa Pereira, em representação do Benfica, questionou: “O arguido é praticamente reincidente, não confessou os factos, não demonstrou qualquer arrependimento, o que indica uma personalidade que não se conforma com as normas sociais, e as suas ações são motivadas por razões fúteis, com uma variedade de alvos. Diante de tudo isto, uma pena que se aproxime de um ano é justa, tendo em conta que são mais de cem crimes, em vez do limite máximo de 25 anos?”
Acusando Rui Pinto de tentar “ter o melhor dos dois mundos” e de “atirar areia para os olhos do tribunal” ao alegar vontade de colaborar com a justiça, mas mantendo-se em silêncio, o advogado do Benfica destacou que o arguido “tentou reinventar” o conceito de denunciante e lamentou a falta de clareza sobre em que casos realmente colaborou.
“Rui Pinto é um justiceiro, e um justiceiro não é um denunciante. Ele merece uma proteção acrescida devido ao seu relacionamento profissional com a fonte das informações que revela. Ele tentou extorquir uma das vítimas e apressou-se a criar um esquema para encobrir as suas verdadeiras motivações”, afirmou, acrescentando que “faz tudo para evitar a responsabilidade”.
O advogado sublinhou que o Benfica está em busca de “reparação pelos danos não patrimoniais causados pela conduta criminosa de Rui Pinto”, uma vez que o clube “possui um prestígio e reputação que transcende fronteiras”.
“É claro que as ações do arguido causaram danos a esses valores, uma vez que a sua conduta comprometeu a imagem de integridade e segurança das informações. Isso gerou insegurança, incredulidade e desconfiança. Apesar da segurança dos sistemas e da confiança nas pessoas responsáveis, não há qualquer entidade que não se sinta vulnerável a que isto se repita”, destacou.
O advogado David Silva Ramalho, em representação da Benfica SAD e do Benfica Estádio, reforçou as alegações e destacou as incongruências nos argumentos de Rui Pinto, que “não apresenta uma boa história” e que se apresenta em tribunal com uma pena de quatro anos, embora suspensa.
“O arguido já foi amnistiado de vários crimes, teve processos suspensos e agora sugere que a sua pena não ultrapasse os cinco anos. Um hacker foi condenado a seis anos por 28 crimes informáticos. Rui Pinto cometeu cerca de 500 crimes, está a ser julgado por mais de 200 e, se condenado, não poderá ser sentenciado a menos de cinco anos”, afirmou o advogado.
Marisa Falcão, em representação de Luís Filipe Vieira, destacou que Rui Pinto “não se atreve a alegar a sua condição de denunciante em tribunal” e que as “declarações contidas na contestação” não devem ser consideradas, pois “não foram ditas pelo arguido” e “não têm valor probatório”.
“Luís Filipe Vieira sentiu-se responsável pela gestão dos danos e foi profundamente afetado por meses devido às consequências que isto gerou. Isso causou uma enorme desconfiança e a fuga de informações comprometeu parcerias do Benfica. Também teve repercussões na sua vida pessoal, uma vez que a sua esposa foi abordada na rua e ele passou quase um ano em Seixal em busca de tranquilidade”, acrescentou.
Rui Pinto enfrenta um julgamento por um total de 241 crimes: 201 de acesso ilegítimo qualificado, 22 de violação de correspondência agravados e 18 de dano informático.
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