MundoBola Flamengo
·14 de dezembro de 2024
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Entre tantas histórias contadas dentro e fora de campo ao longo da carreira, o amor pela Vila Cruzeiro sempre foi uma constante para o ex-atacante Adriano. Prestes a fazer sua despedida oficial dos gramados, no próximo domingo (15), o jogador que brilhou por Flamengo, Internazionale (ITA) e seleção brasileira admitiu que não se importava mais em ganhar dinheiro na reta final da carreira.
Em entrevista ao GE, Adriano disse que nunca tentou forçar a relação com o lugar onde cresceu, mas acredita que a identificação das pessoas surge muito pelo jeito humilde de ser. Segundo ele, é algo que aprendeu na criação com os próprios pais.
"Sempre falei que gosto de ir para a minha comunidade, fazer meu churrasquinho, e o pessoal também se identifica com isso. Jamais fiz isso para mostrar às pessoas algo que não sou. Não fiz para mostrar que sou humilde. Isso é meu desde pequeno, criação de pai e de mãe. As pessoas veem também que é puro, não é forçado. O carinho que eles têm por mim deve ser mais por isso", analisou.
Depois de deixar o Flamengo, em 2010, Adriano partiu para a Roma (ITA), mas só vestiu a camisa do clube italiano oito vezes. Depois de passagens rápidas por Corinthians e Athletico-PR, o Imperador desembarcou no Miami United em 2016, mas disputou apenas um amistoso — no qual chegou a marcar um gol.
No entanto, a vontade não era mais a mesma. De acordo com o próprio Adriano, "dinheiro não importava", e o único foco do então jogador era buscar felicidade. Assim, decidiu encerrar a passagem pelo clube norte-americano e retornar ao Brasil.
"Ali, dinheiro para mim não importava. Era só para jogar e ter uma experiência, mas logo depois vi que não era mais para mim. Não estava mais preparado para aturar tudo de novo. Então, resolvi voltar para o Brasil e rescindir contrato", contou.
A vontade de largar o futebol, porém, ficou guardada no coração de Adriano por algum tempo. O ex-jogador disse que a família "já sentia" que o projeto não seria longo e admitiu que a participação no clube da Flórida não envolvia uma rotina inteiramente profissional. Mesmo assim, foi a gota d'água para o retorno ao Brasil.
"Não falei. Até porque minha mãe, minha família, já estavam sentindo isso. Lá, era mais um divertimento do que jogar sério. Era quarta divisão, as pessoas trabalhavam para depois treinar na quarta-feira e jogar na sexta. Não tinha aquela responsabilidade realmente de um campeonato sério, respeitando o clube, mas não era a mesma coisa. Fui para sair um pouco do Brasil e aproveitar os EUA, conhecer Miami, Los Angeles, Las Vegas. Aproveitei também a viagem. Depois de um jogo em Las Vegas, que o Ronaldinho também jogou, retornei ao Brasil e não voltei mais. Liguei para o presidente e falei que não dava mais para mim", revelou.
Revelado pelo Flamengo, Adriano virou profissional em 2000, ano em que atuou 30 vezes e marcou nove gols. Na Europa, o Imperador atuou por Inter, Fiorentina e Parma, da Itália, até retornar à equipe de Milão — onde venceu quatro Campeonatos Italianos, duas Copas da Itália e três Supercopas da Itália.
Emprestado ao São Paulo em 2008, Adriano ainda disputou outros jogos pela Inter até chegar ao Flamengo em 2009. Neste ano, levou a equipe ao título do Campeonato Brasileiro pela primeira vez desde 1992 e se eternizou como ídolo. Ainda jogou por Roma (ITA), Corinthians, Athletico-PR e Miami United — pelo qual só disputou um amistoso, em 2016.