Abel Ferreira e a inata relação com a mudança de cenário | OneFootball

Em meio a complexidade que adquiriu um jogo de futebol ao longo dos séculos, estratégia é fundamental. Sem ela, dificilmente aspectos isolados como técnica ou dedicação vão ter sucesso duradouro. Porém, às vezes, mesmo o melhor dos planejamentos não funciona. Trava diante de um oponente mais competente, inspirado, concentrado. Contudo, aí entra a habilidade da qual falaremos aqui usando, evidentemente, o técnico Abel Ferreira como exemplo prático.

Na épica vitória contra o Independiente del Valle, por 3 a 2, a situação era bastante ruim. Ao ponto de, em estágio avançado da primeira etapa, o time se via com 2 a 0 contrário e sem finalizar contra o gol adversário. Em resumo, o ambiente soava mais para um massacre equatoriano do que qualquer reação do Palmeiras. Nesse sentido, o gol de Endrick veio como um prêmio a quem pouco fazia por merecê-lo.

Mas é justamente diante de adversidades como essa que se nota a ação de uma figura com a competência e convicção em seus jogadores como tem Abel Ferreira. Mesmo sem fazer uma modificação sequer de nomes no intervalo, a simples conversa e reposicionamento do time mudaram o cenário.

Ajustar para apostar

O adversário ainda teve suas chances, mas o Verdão reagia bem. Assustava. Mostrava que a conquista de dois títulos continentais nas últimas quatro edições não foram obra do acaso, pelo contrário. Eram obra de um time acostumado a decidir estando em uma boa, média ou péssima noite. Não à toa, desde 2021, é o time que registra mais vitórias de virada no futebol brasileiro. Foram 21 vezes.

Apenas depois da casa mínimamente organizada, Abel colocou fôlego máximo com Estêvão, Luis Guilherme e Lázaro para se valer do ‘sprint’ final. Funcionou. Lázaro igualou e Luis sacramentou mais um resultado histórico na era do técnico português como técnico do Alviverde.

Liderança da chave na Libertadores, manutenção de números quase perfeitos no ano (apenas uma derrota), tudo isso conta. E conta muito. Porém, o duelo continental tratou, muito mais, de massagear o ego do torcedor palmeirense e da inata capacidade de Abel Ferreira em mudar o cenário.