A Sérvia encerra a Copa como um time mais problemático que talentoso, que viveu de seus primeiros tempos | OneFootball

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Trivela

·03 de dezembro de 2022

A Sérvia encerra a Copa como um time mais problemático que talentoso, que viveu de seus primeiros tempos

Imagem do artigo:A Sérvia encerra a Copa como um time mais problemático que talentoso, que viveu de seus primeiros tempos

O escalão intermediário do futebol europeu é a grande decepção da Copa do Mundo. E a Sérvia engrossa mais a lista de equipes que ficam pelo caminho. Logicamente, um desses times provavelmente cairia mais cedo no Grupo G, na disputa com a Suíça. Mas a impressão, pela badalação anterior ao Mundial, é de que os sérvios poderiam bem mais. A equipe de Dragan Stojkovic durou apenas no primeiro tempo de seus jogos. Tudo bem que as lesões pesaram, mas ocorreram claras quedas físicas de quem estava em campo e de concentração. O time saiu com apenas um ponto e a derrota inapelável na esperada revanche contra os suíços. Aquela que parecia a melhor versão sérvia neste século fica pelo caminho.

Desde antes da Copa, era notório que a Sérvia tinha mais recursos ofensivos do que defensivos. Foi esse o salto permitido pelo técnico Dragan Stojkovic durante o ciclo, desde que assumiu o time. Passou a confiar mais no talento do meio para frente e os sérvios se tornaram um adversário bem mais temível, a ponto de deixar Portugal pelo caminho nas Eliminatórias e de também bater seleções tradicionais para conquistar o acesso na Liga das Nações. Entretanto, o time na Copa não aconteceu.


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Pesaram as lesões de Dusan Vlahovic e de Filip Kostic, claro. Eram duas armas que deveriam estar em melhores condições e deixaram expresso o perigo quando puderam jogar. Dos cinco principais nomes da Sérvia, Aleksandar Mitrovic ainda conseguiu entregar seus gols. Dusan Tadic também teve momentos de brilho, especialmente quando flutuou entre as linhas, e entregou assistências. Porém, os dois não foram suficientes quando os companheiros não estavam em seu melhor e também pela falta de colaboração de Sergej Milinkovic-Savic, bem abaixo da crítica.

Se o ataque não funcionou plenamente pelas ausências, a defesa se saiu muito pior. O único momento em que a Sérvia se defendeu minimamente bem foi no primeiro tempo contra o Brasil, quando subiu suas linhas e pressionou alto. De resto, foi uma equipe bastante exposta e desatenta. Camarões aproveitou o apagão que aconteceu no segundo tempo, embora já tenha dado trabalho no primeiro. Já diante da Suíça, foi um festival de erros. As laterais muito abertas nas costas dos alas permitiram o triunfo dos adversários. A defesa é lenta e muitas vezes os jogadores pareciam no limite. Foi o que já tinha se visto também contra os brasileiros, na saraivada do segundo tempo.

O goleiro Vanja Milinkovic-Savic salvou a Sérvia de uma situação pior. E o mais impressionante é como faltou fôlego ao time. As quedas durante o segundo tempo eram sempre brutais. Contra Camarões, tudo bem, os sérvios se acomodaram. Entretanto, também desmoronaram o rendimento contra Brasil e Suíça. O time pesado sequer conseguiu exercer uma pressão contra os suíços, quando necessitava urgentemente de uma reação. Nem os chuveirinhos saíram.

Faltou banco de reservas para a Sérvia também. Estava claro como as substituições faziam o nível do time despencar. E isso era mais problemático quando as estrelas precisavam sair, por suas questões físicas. Até por isso, Dragan Stojkovic merece críticas. O treinador parecia não ter um plano diferente. Faltou variação aos sérvios, especialmente para surpreender os adversários. As trocas prejudicaram o time contra Brasil e Camarões, mas nada tão gritante quanto o ocorrido diante da Suíça. O técnico optou por mudar seis por meia dúzia e não se viu nada de diferente quando mais se precisava de uma força ofensiva.

O elenco da Sérvia tem tempo para voltar à Copa do Mundo. Tadic é o único que não deve durar tanto, com 34 anos. Os demais destaques possuem no máximo 30 anos, com menção principal aos 22 anos de Vlahovic – quem tende chegar maior para 2026. Mas fica uma sensação de uma seleção que não acontece. Se a vizinha Croácia consegue repetidas vezes fazer bons papéis nos torneios internacionais, incluindo também a Eurocopa, os sérvios costumam morrer cedo. E a quebra de expectativas desse Mundial é maior que a das participações passadas.

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